A modernidade coloca a justiça numa condição de relatividade. Ser justo ultrapassa o critério legal que rege a sociedade. Como exemplo, o caso de outro brasileiro prestes a ser executado na Indonésia. O país está legalmente amparado para praticar a pena de morte, porém, como cristãos a consideramos uma falsa justiça que o homem inventou para assegurar o controle sobre os seus compatriotas. Neste caso há uma inversão de valores e práticas em que a morte é subitamente usada como castigo ao contraventor da lei e também para que sirva de lição à sociedade em geral. A vida perde o valor e é sucumbida frente ao valor dado à justiça dos homens.
Apesar
de tantas leis, ainda assim, o ser humano tem a liberdade da escolha, que por
sinal requer responsabilidade sobre as consequências que virão. Provérbios
15,32 alerta: "quem rejeita a disciplina despreza a si mesmo". É
importante estar ciente das atitudes. Uma vez desprezada a razão que norteia
uma caminhada segura, a morte, seja do corpo ou da alma, torna-se o prêmio
estipulado e mais próximo.
Em
contrapartida "a justiça leva à vida" (11, 19) e aqui essa justiça
praticamente se define como um caminho seguro regado à dignidade, honestidade,
retidão e prudência na conduta, pois "para o homem prudente o caminho da
vida leva para o alto" (15,24). Escolher a justa medida, a verdade que
dignifica a vida, requer disciplina, consciência e muita renúncia frente às
facilidades comercializadas e até prostituídas pelo sistema, pela sociedade e
pelo homem.
A
justiça não só liberta da morte, mas principalmente previne o ser humano de
entrar num caminho sem volta. E não se trata somente da morte corporal, porém
de todo tipo de ação que gera opressão e fere a integridade do próximo direta
ou indiretamente, física, psíquica ou espiritualmente. Usar a liberdade e fazer
a escolha sensata e prudente é agir com justiça, ou melhor, caminhar
seguramente rumo à vida eterna.
IV Período Teologia - Trabalho de Bíblia V
Faculdade Católica de Uberlândia - Fev./15