No reino da terra de um
dia
Onde me
pus a viver a minha utopia
E pude
sentir o gosto do sonho na realizada profecia
Vi de
quase um tudo o que não se mais via
Religuei-me
ao Sagrado
Refutei
o meu passado
E me
despi a caminhar
Sobre o
chão deste lugar
Era um
povo que elevava seu mago
Mais que
Aquele que já fora condenado
Ele era
um líder de cortejos
Que
gostava de belas túnicas
E andava
por sob as pompas
Mas um
dia suas belas alegorias
Chamaram
a atenção de uma moça
E assim
sua fala sempre regralista
Sucumbira
diante dos olhares que o trairia
As
regras burlou e com ela se deitou
Protagonizando
o obscuro desejo
Por sob
o véu da assembleia
Que
assim preferia, fazer de conta que não via
E
mantinham a tradição acima de qualquer cristão
O tempo
passou no reino da terra de um dia
E um
líder carismático então assumiria
O posto
pelo ex-dirigente deixado
Este,
era de tal forma empenhado
Doutor
conhecido e estudado
Que a
assembleia, ouvir sua fala adorava
Ainda
mais porque do lado estava
Dos
devoteiros que a tudo veneravam
Dias de
santos e santos, pra tudo só rezavam
Mas um
dia o tal mago
Já
solitário e já cansado
Haveria
de esculhambar com as regras
E pra
curar a tentação do sertão
Já que
não poderia se deitar por aí
Pra que
não houvesse maior desgraça
Se
embrenhou nos rumos da cachaça
E assim,
este também partiu
E a
assembleia sem eira nem beira
Preferiu
manter a tradição acima de qualquer cristão
E o
tempo nem passou direito na terra de um dia
E o
co-assessor do mago cachaceiro
Na tramoia
das noitadas de sair haveria
Já
estava avisado que seu castelo cairia
Este
então, mais tranquilo e modernão
Não se
importava com muita coisa
Mas era
de tal carteirinha um bom raparigueiro
E o povo
tão tapado de hipocrisia
Vendavam
os olhos para tantas façanhices
E
cultuavam cada dia mais os santos
Que da
escola do santo doutor
Esqueceram
que o santo também é pecador
E o povo
se sucumbia na fé
Já que
nem mãos nem pés
Firmavam
naquela terra de tantos "eiros"
Onde os
"ismo" maquiavam os passageiros
Chegou
então um homem sensato
E bem
logo de imediato já se avisou
Eu sou
chato e gosto das coisas às claras
Nada de
papos atravessados e descompensados
Conversa
tem de ser nos olhos, cara a cara
Mas o
povo não digeriu
A santa
hipocrisia que a tudo e santo se rezava
De ser
chamada a atenção não gostava
Quando
em seus exageros o devocionismo imperava
Seus
santos doutores
Que os
assembleeiros idolatravam
Podiam
andar no errado em seus santos pecados
Mas
desde que não atrapalhassem a cultuação
De todo
santo de plantão
Que as
lideranças traziam à mão
Este
homem tão simples e centrado
Que não
gostava de condenação
Teve um
grande amparo em seu legado
Quando
lá da cúpula um homem deixou seu reinado
E um
grande e simples centrado
Abriu as
janelas da alma
E limpou a poeira da hipócrita inquisição
No reino
da terra de um dia
Já vi
doutorzinho metido em estrepolia
Vi
bebunzinho renovado em cachaçaria
E
raparigueiro desdenhado em putaria
Mas,
Vi
também um homem de bem
Fazendo
o melhor não importasse a quem
Sem se
importar com as regras
Nem com
os fiscais da santa inquisição
Que
perduram no ócio de plantão
E no
raiar de cada dia
Faz do
seu legado uma fé viva
Requentada
de tantas flores e poesia
Com
canções que nos arremetem a utopia
E ao
abrir as janelas dos pilares
Permitiu
ali adentrar
Um novo
ar pra renovar
Os
corações de quem os olhos abriu
Este
mestre se vai um dia eu sei
Mas nem
rio nem homem
Jamais serão os mesmos...