‘Vocês compreenderam o que acabei de fazer?’ Pergunta Jesus após ter lavado os pés dos discípulos. Quem segue a Jesus deve servir. Essa é a máxima desta passagem, João 13, 12-17.
Jesus veio para libertar os pecadores, veio justamente por eles; Jesus morreu por amor, amor incondicional, principalmente aos pecadores e excluídos; Jesus tem seu nome ecoado por mais de 2000 anos, apenas por sua vida exemplar de amor e fidelidade a Deus; Jesus veio para servir...
A Igreja, santa e pecadora, deveria ser o local maior, o templo sagrado onde nos unimos em partilha e comunhão para celebrar a vida de Jesus e a palavra de Deus. Ela deveria ser um lugar acolhedor e a comunidade o meio em que se vive na prática os ensinamentos de Jesus.
Porém, existe algo que acaba ressoando mais forte em corações individualistas. Sendo a igreja a Casa de Deus, Templo Sagrado de e da Comunhão com o Pai e com os irmãos, sendo a comunidade o meio de servir a Deus, onde então, estaria a nossa doação, como cristãos que afirmamos ser, de trabalho e carisma, de força de vontade e talento? Por onde anda o respeito para com a casa do Pai?
As laterais ficam entupidas de pessoas que nem “assistem” a missa, e nem bem ficam do lado de fora. Digo “assistem” porque a “participação” fica muito distante da atual realidade. Pra começar a querer “assistir” ainda deve-se melhorar muito.
E a quem trabalha, ou presta serviços, faz dessa “doação” uma função, um cargo de alto escalão, onde o seu trabalho é muito mais por ego que por gratidão e amor. Servir a Deus, à Igreja e aos irmãos, mais uma vez passa longe. Poucos são os temerosos a Deus, que realmente se fazem instrumentos Seu e se colocam a serviço.
O lugar onde deveria ser o Altar de Deus, o está sendo para os homens. Deixaram para Deus apenas o palco... E Jesus continuou: “O servo não é maior que o seu Senhor”.
Ainda há que se romper as barreiras do tempo, do espaço e do ego de cada um. Ainda há que se ter a noção da necessidade da educação, da humildade, do comprometimento com a causa Real. O crescimento virá no momento em que as intrigas, as brigas por espaço no centro do altar, deixarem de existir no meio e a partir daí a coerência dessa vida comunitária terá um sentido cristão. E nesse momento, o altar voltará a ser de Deus e não mais haverá o palco... Estaremos lá apenas por amor a Deus e ao serviço à Igreja e aos irmãos.
Ailton Domingues de Oliveira