quinta-feira, 19 de maio de 2011

Máscaras maquiadas II: "Você nunca se divertiu tanto, palhaço!"

“A promessa é a mesma de ontem, do passado, de todas as que já aconteceram: diversão em doses altas de prazer absoluto.
A regra é única: sobreviva! Por favor, volte vivo pra casa, para que a imagem do evento não seja denegrida.
Dizem que não há nada de uso proibido, mas quem volta confere os absurdos lá considerados normais.
A grana que rola antes, durante e depois é exorbitante. Empresas e empresários se enriquecem às custas dos otários.
Nas sombras e escombros dessa orgia maquiada o olhar satânico do palhaço, ou, melhor dizendo de um diabo mascarado de palhaço...
Seu olhar denuncia o que vai rolar: tudo! Tudo o que é proibido nas asas da lei. Óbvio que, como a maquiagem do palhaço, a liberação ocorre da mesma forma: maquiada, camuflada.
O palhaço ri ironicamente. Hesita e debocha de quem se ilude.
Uma imagem enigmática que sabe ousar e convidar sem dizer nada.
A fama dos fatos é quente.
Muita gente, muita adrenalina, muita liberdade, ou melhor dizendo, ausência de regras, pois se as têm são supervisionadas em vistas grossas.
Seja feliz! Divirta-se, palhaço!
Mas, cuidado, o palhaço eterno ainda é você!”


“Cada vez mais as gerações evoluem sem senso-crítico. Romper as barreiras das regras da sociedade, da religião, da lei, enfim do certo, é uma excitação instalada na cabeça de muitos jovens, independente de sua classe social. Busca-se o prazer sem pensar nos meios para alcançá-los. Evoluem as máquinas, a tecnologia, e cada vez mais as pessoas mergulham em antidepressivos. O mundo é um chamariz a céu aberto. Procure o que quiser e encontrará... Plante o que quiser e nascerá... Porém, o fruto de cada escolha poderá ser doce ou amargo e essa será sua obrigação eterna: um peso ou uma dádiva.”

Veja também: “Máscaras Maquiadas”

Ailton Domingues de Oliveira

19/05/11