sexta-feira, 20 de maio de 2011

Flores de outono

 “Tempo que sucede o verão, que antecede o inverno
Tempo de mudanças bruscas, características, bem definidas, das duas estações
Queda na temperatura, calor agradável, um convite ao romance
Transição, chuvas amenas, nevoeiros
O amarelar das folhagens, amadurecimento,
Ora em tons avermelhados, o vigor da paixão, da luta, do quente,
Indica tal passagem. Begônias, Jasmim, Paineira...
Período de grandes colheitas, frutas maduras
Tempo de flores, ainda mais que especiais...
‘Amor perfeito’, Margarida, Íris...
Assim, são elas, mulheres,
De tantas cores, sabores
De tantas classes, enlaces
De tantos tons e sobre-tons
De tantas essências ...
Em seu íntimo esconderijo aguardando a chegada de sua estação
E no momento certo se abrir em flor e frutificar em vida
Azaléias, cravos, petúnias...
Há em cada uma o segredo simples que a liberta,
Basta apenas o olhar atentamente sensível
E os ouvidos prontos para os gritos ecoados no silêncio de seu coração
Ela não mais propriedade, mas proprietária de sua autonomia
Destreza e realeza em seu mundo, por si e pelos seus
Deixa-se de lado, sacrificando seu ‘eu’
Para garantir a quem ama a solidez e alicerce necessários. Faz, se esquecer-se ...
No momento de sua maturidade maior,
No seu verdadeiro outono, com o tratamento certo ela pode ainda se desabrochar ...
Quando nem ela mesma se acredita mais, mesmo assim ainda pode...
Nesta altura, ela se redescobre em vida,
Como que capaz de amar e ser amada,
Como prova viva de superação e dedicação
Como mulher, unicamente mulher,
Amada, amante, amiga, dócil, reluzente, mas transparente ...
Tem na sua estação a intensidade do amor profundo, o amor perfeito, maduro, recíproco
Sabe o que quer, quando e da maneira que quer
Tem voz, tem conteúdo,
Sabe refrescar, arejar seu ambiente no calor
Sabe aquecer nas quedas de temperatura
Por sua independência e experiência, torna-se um ser a ser redescoberto
Quando se consegue atingir a essência dessa mulher,
A intensidade da cumplicidade é surpreendente...
Dê a chance para ser ela mesma e terá sua flor de outono em todas as estações...
Flores de outono, folhagens amareladas, avermelhadas, frutos maduros, grandes colheitas...
Mulheres de outono,
Amadurecidas,
Vividas,
Experientes,
Eloqüentes,
Quentes,
Aguardando o seu desabrochar de flores
E o frutificar do seu escondido tesouro
Para quem ainda a tem, ainda há tempo de redescobri-la,
Ou então, procura-la...”

“Homenagem as mulheres:
amadas – amigas – amantes
Agraciadas, amadurecidas, vividas
Cada uma com sua essência em flor
Seu sabor em fruto
Procurem-se por si
Em sua mais íntima sala
E se verão livres, vivas
Prontas para o ‘amor perfeito’”


Ailton Domingues de Oliveira