"Corro, desde que me entendo
Para chegar num lugar que não sei onde
Em busca de um objetivo infinito
Contra tudo e contra todos
Corro, em busca de direções e nortes
Me fortalecendo entre flores e espinhos
Tornei-me fruto do que aprendi e vivi
Real, imaginário, sangue, suor e lágrimas
Fujo das sombras que perseguem
Acomodo na situação paliativa
Respiro o ar que me sobra
Enxergo o que os olhos deturpam
Insensato coração que aflige
Dor que consome sem se ver
Linhas em páginas, escritos e rasuras
Pudor, fervor, rancor, dor e amor
Na calada noite solitária em solidão
A escrita, arte e emoção, é companheira
O silêncio e o espaço são inspiração Divina
A vez é a da solidária insensatez
O mundo, imundo, profundo
Impõe, sobrepõe, nos dispõem
A sabedoria se finda frente à superficial inteligência
A insensatez é o remédio para poucos, talvez loucos
Loucos de amor pela vida
Pelas nobres causas de um reino prometido
Por um jovem revolucionário que não se calou
E sua voz ressoa há mais de 2000 anos
Ainda hoje, corro... e quando chego, me agarro
Entre devaneios febris, lucidez insensata
Ao que há de puro e belo nas escórias
Deixadas de lado por quem conquistou topos
Ainda agora, corro... sem parar
Só quero encontrar, o beija-flor
O mel, o céu, e o meu lugar
Saciar de sonho e fé com luta e amor...
Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12