terça-feira, 10 de julho de 2012

Insignificância

"Quando choramos a partida passageira, aquela que se dá devido às opções que tomamos na vida ou por aquela definitiva, a qual não temos chance de mudar em nada o seu fim; quando sofremos pela ausência diária dos que consideramos muito, sejam amigos, conhecidos, família; quando nos identificamos à mercê do abandono da vida, não há nada, nem ninguém a quem possamos recorrer. Nada, nem ninguém humanos!!!

Me socorre e me ampara a Fé embasada na vida alicerçada e doada de Cristo que sacrificou-se pelos sem voz e sem vez. Encoraja-me a prosseguir ao olhar seus milagres e sua fala, sua dedicação e seu amor incondicional.

Nem só de amores eu sobrevivo. Os conflitos enriquecem o aprendizado. Diante de alguns que coloquei no primeiro lugar do pódium da minha vida, eu sofro por seu descaso, o que me põe agora num lugar de insignificância. Entreguei pérolas aos porcos...

Não morri. Sobrevivi com marcas e superei com fé. O silêncio da solidão, não no sentido deprimente da palavra, nos põe num patamar de ouvir e enxergar o que há de mais profundo no simples e místico da vida. A valorização deste simples é engrandecedor. Claro que com o tempo, a dor da ausência se achega de mansinho. E por horas nos questionamos o porquê dos porquês do abandono daqueles, os quais investimos tempo, carinho, dedicação e amizade...

Crescemos. Amadurecemos. Trilhamos com pessoas especiais até determinados pontos. Uns seguem adiante, outros para a esquerda ou ainda para a direita. Continuamos a crescer e amadurecer. Aprendemos sobre coisas e situações distintas. Poucos mantém acesa a chama da amizade e a essência da pureza. Certos ou errados os que vão e os que ficam? Não há, nem de lá e nem de cá!

Somos frutos de nossas escolhas, do que aprendemos e do que vivemos. Fica na nossa rede apenas o que é de verdadeiro. E se não sobrou nada, então não foi significativo para a outra parte. Se sobraram um ou dois, quem sabe três, já valeu a pena toda a história vivida.

Podemos mudar e mudar o jeito de expressar o nosso conceito. Talvez a forma de expor é o que nos aproxima ou distancia dos outros. Refletir sobre o grau de insignificância que passamos a exercer na vida dos outros não é caminhar rumo ao declínio do ego. É uma maneira de encarar a lona como marco inicial de se por em pé a lutar,  sempre que se fizer necessário. E, que isso dure por toda a vida. Tenho certeza de que a experiência adquirida já valerão a pena, independente do resultado de cada tentativa. Percorreremos caminhos ousados, de risco e de alegria, de queda que se supera com suor, de laço que se fortalece na dor. Se tudo fosse igual e fácil, qual a graça?

Na insignificância adquirida em vida, não haverão tesouros. Sobreviverão ao teu lado tudo o que for real. Não chores a ausência de quem nunca se fez presente, realmente. Também não se acomode com a distância daqueles que lhe são importantes. De alguma forma, por mais estranhos que se possam parecer, apareça! De peito aberto apareça. Deixe apenas o espaço e caminho livres para que um dia eles possam te encontrar...

O que é bom dura o tempo necessário para fazer feliz!"

Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12