segunda-feira, 16 de julho de 2012

"Tu és amante da vida, simplesmente, poeta..."

"Ah, poeta!...
Tu, também é, ao ver de muitos, um ser insano
Mas, que enxerga o que os olhos não vêem
Que vive numa linha tênue entre o real e o abstrato
Que consegue eternizar cada momento vivido
No íntimo de cada uma de suas obras

Tu, ó incansável admirador do tempo
Amante das sublimes paixões
Amigo da simplicidade
Vingador dos excluídos
Suas obras são flores e são armas

Tu, ó solitário pássaro que alça vôos em terra firme
Inimigo perseguido da ala financeiramente majoritária
Não se desfaz com as tolices mundanamente sociais
Não se intimida com o poderio ostensivo dos adversários,
Autores da covardia corrupta que mantém a alienação

Tu, ó romântico contido, ora fera, ora ferido
Acha graça de sua própria desgraça
Chora com as lágrimas dos outros
Sua dança vai no compasso do coração
Sentimento vivo que paira no ar à sua volta

Tu, ó perseguidor de suas razões
Que se entristece com o sofrimento dos inocentes
Denuncia a corrupção exagerada em prosa e poesia
Traz a liberdade e a verdade nas linhas e entrelinhas
Nos versos, reversos e avessos

Tu, ó ousado ou abusado, destemido e jamais calado
Ironiza os magos que comandam o destino dos povos
Preconiza o tempo, a ausência, os fatos
Prioriza o que o coração sente, somente
Profetiza a vida, pra que sejas viva

Tu, ó atleta da corrida temporal
Sonhador da justiça e buscador do sentimento puro
Lutador fiel pelas causas nobres
Nada o silencia, a não ser sua morte
E mesmo assim, sua memória será viva na história

Tu, ó protagonista sem máscaras,
Poeta da vida e do tempo, de alma e de sentimento
Telespectador da emoção em sua insana razão
Insensato é o teu coração que não se corrompe frente às futilidades
De todas as verdades, anuncia e denuncia, de peito aberto, a liberdade

Tu és poeta e tuas obras hão de perdurar enquanto houver sentimento..."