"Vou pra onde o vento empurrar
Como um rio que corre para o mar
Vou pra onde exista poesia
Mandar cartas para Deus sem utopia
De socorro, agradecimento e alegria
Vou caminhar pelos vales
Escalar montanhas, pular nos ares
Pular na cachoeira
Despencar na ribanceira
Só de pirraça e brincadeira
Vou correr pro colo da vó
Jogar peteca e comer pão-de-ló
Futebol com meu avô
Se me procurarem, eu num 'tô'!
Se me acordarem, fico bravo, sim 'sinhô'!
Vou, eu sempre vou,
Ser o que fui e o que ainda sou
Réu e juiz, triste e feliz
Mocinho e bandido, ousado e atrevido
Sarado e ferido, campeão e... vencido
Vou, aonde possa me levar o pensamento
Abraçar e eternizar cada momento
Falar das lutas e das flores
Das disputas e dos amores
Roubar frutas sem pudores
Vou, caminho certo
De peito aberto
Apreciar pelo caminho
Pedras, flores e espinhos
Jamais, estarei sozinho
Do que passou e não ficou
Não escravizo mais meu coração, pois se libertou
Vou, tão apenas, com a lembrança
Feito bobo que seja, mas feliz igual criança
Jamais, sem perder a esperança..."
Ailton Domingues de Oliveira
13/07/12