segunda-feira, 11 de julho de 2016

As empreiteiras das queimadas


Já tem um bom tempo que venho observando o trabalho das empreiteiras responsáveis pela manutenção das rodovias, que além de fazer a famosa operação tapa buracos, inclui em sua lista de obrigações cortar o mato no canteiro central e nas margens. 

Uma vez a cada seis meses encontramos homens e máquinas trabalhando de sol a sol. Legal de se ver. Sem mato, a sensação de cuidado fica em evidência. Parece até que o dinheiro tá sendo bem utilizado. O nosso dinheiro!

O serviço de manutenção, pós operação "cortar mato", é que tem sido espetacularmente continuo. Ainda não vi a cara do(a) infeliz que promove a mal feitoria, mas toda semana, as vezes em dias subsequentes, existe um foco de queimada na beira da pista. 

Ontem por exemplo, havia diversos focos de queimada atrás de uma comunidade de assentados à beira da pista. A fumaça encobriu os barracos. Óbvio que ninguém viu e, se reparou, não se importou com a possibilidade do fogo devastar aquela pequena comunidade de despossuídos. 

Mas então, se a empreiteira já ganhou a licitação e recebe para realizar as obras ao qual fora contratada, utilizando os meios legais, homens e máquinas, por que se atreve a tocar fogo? Simples. Bem simples: corte de custos. Uma única pessoa é suficiente para atear fogo em pontos aleatórios e em dias alternados. Imaginem o quanto se economiza de mão de obra! Capitalismo selvagem? Não somente. Corrupção premeditada.

E quem fiscaliza essa joça? Ninguém!