Sobre o desejo que entorpece
Domina a sanidade dos dias
Em que a estática razão desobedece
E com o tempo extravasa em alquimia
Sobre o desejo que enlouquece
Trancafia o medo ao coração
A voz da emoção que se emudece
Diante da insana explosão
Sobre o desejo no ser que prevalece
Um ser que no desejo se incendeia
No limiar da chama anoitece
E o calor das almas sob a lua se
clareia
Sobre o ser que do mundo se destorpece
Quebra as correntes e se lança sem medo
Escancara a janela e adormece
E em sonhos revela os segredos
Sobre o ser enlouquecido se acomete
Em desespero real de lógica improvável
Pula do mundo pra viver e promete
Ser feliz sem a norma maldita e miserável