No irrestrito mito que precede o tempo
No perturbador imaginário que antecipa
o ato
No esperado sonho que antecede o fato
No sonhado plano que aprimora o real
No sagrado solo que se deita ao léo
No profano mundo que desnuda o véu
Na estúpida vida que precede a morte
Eis o desembarque em Lótina
Onde a estrela foi brilhar à espera
De outros tempos
Outras vidas
Quimeras
O selo preciso em cada escrita
Vai deixando rastros por onde pisa
Enobrecido em suas escolhas
Exaltando rimas e colhendo flores
Deixando para trás o seu tormento
Vivendo o agora em seu momento
Desposando a vida em legítimo dolo
Revirando a mesa e quebrando protocolo
Segue rasgando as roupas e caminhando
Vai se despindo do mundo e se
entregando
Colorindo o cinzento passado
E reavivando seu coração gelado
Eis a distante terra de Lótina
O eterno lar
Sepulcro de silêncio
Pensamento
Poesia