sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Medievalismo Religioso Contemporâneo


"O problema não está nas religiões, está nos ditos religiosos que ainda 
creem que a verdade é deles. Um desses, aprendiz de acólito, 
ressurgiu das cinzas medievais e baixou o santo por aqui. 
Haja armadura contra a hipocrisia! 
Valei-me santo, santo, sant..."


Tudo muda! Inclusive o número de idiotas que teimam em invocar Deus para castigar os opositores e questionadores da instituição alicerçada à base de uma fé medieval. Esse número aumenta constantemente. 

Li um texto, aliás, já li vários e em versões diferentes mas mantendo o mesmo sentido, em que o autor fala que Jesus foi subversivo, político, amigo dos ladrões e das putas. Alguma inverdade nisso? Tenho certeza que não! Mas tem um bocado de tapado que teima em manter Jesus num trono de ouro. 

Então, um certo aprendiz, que está na seleta lista dos que detêm a verdade para si, disse que o texto era uma ofensa à instituição religiosa e, por conta de tais desrespeitos, "o Sagrado Coração de Jesus sangra". 

Cri-cri-cri-cri-cri... (som de grilo, ok?!)

Pessoas com fome sangram, pessoas excluídas sangram, desrespeitar os diferentes faz sangrar... Creio que Jesus está nessas pessoas e não atrás de um monte de regras eclesiais.

Em outro momento, num grupo de "gentes" estudadas, dessas que estão sempre à frente de trabalhos comunitários-paroquianos-diocesanos, uma outra persona me questionou sobre o fato de eu ser contra um tal manifesto que tentava vetar a entrada de Judith Butler ao Brasil. Quem quiser conhecê-la e também as suas obras é só pesquisar no Google. Tirem suas conclusões! Os medievais falharam em sua insana missão. Ela veio ao Brasil, palestrou e não foi nada do que os gurus católicos previram. Chupa!!!

Os idiotas querem impor as trevas da idade média. São exímios oradores das regras institucionais e provam desconhecer profundamente o evangelho que liberta. São incapazes de fazer a leitura do tempo atual e congregar de forma a entender os diferentes. Ao contrário, sua imposição é antes de mais nada, uma sentença de morte para quem não segue as mesmas regras ou discorda delas. Para esses donos de sua verdade, ou você aceita e crê nessa sentença divina ou sofre as consequências: ex-comunhão; castigo imediato; castigo eterno; Xeol;Hades; Inferno. Modéstia parte, de Inferno a gente entende. 

Percebi que a maioria dos que sentenciam a vida de quem escolheu ser livre de amarras e dogmas, no fundo, são verdadeiros frustrados que queriam ter a coragem de viver feliz a sua liberdade. 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Travessia teológica



Um pouco mais de 4 anos se passaram. Lembro-me da primeira aula quando uma professora perguntou para cada aluno presente qual tema gostaria de ver em sua disciplina. Na minha vez: "Teologia da Libertação!" Como eu estava sentado ao fundo, percebi alguns corpos se remexendo na cadeira, alguns pescoços quebrando de lado na tentativa de reconhecer a origem da voz que ousou mencionar tal blasfêmia (rsrs). Engraçado mesmo é que os incomodados não permaneceram nessa empreitada teológica.


Amizades. Muitos conhecidos, muitos colegas de turma, de outras turmas, de outros cursos e uma seleta gama de amigos. Ambiente ímpar que os companheiros de caminhada proporcionaram. Discordâncias à parte, ainda bem que cada um tinha sua opinião bem centrada, pois foi o senso crítico e as diferentes ópticas sobre os temas que nos propiciaram grandes diálogos, discussões e embates positivos. Nem tudo são flores, mas os espinhos também nos ensinam.

Educação I. É fato que existem profissionais e profissionais. Há quem esteja pelo valor, e ainda há quem esteja pelo amor. Estes são poucos, mas ainda existem. E... são justamente esses que eu quero exaltar. Tive a oportunidade e o privilégio de conhecer "nomes de renomes", os quais merecem todo o respeito e minha eterna gratidão. Agradeço ao Prof.º Manoel Messias que foi o nosso primeiro coordenador do curso, ao Prof.º Pe. Flávio - atual coordenador, ao Prof.º Márcio Fernandes - o meu Orientador e à Prof.ª Margarete - por todo o seu apoio. Existem muitos nomes para agradecer e cada um, tenho certeza, sabe bem o valor que teve...

Educação II. Mas existem também os que, infelizmente, só detém o título, o diploma, e não conseguem sequer serem organizados. Sim, perdemos muito tempo com alguns professores e isso gerou um atraso, ou um desperdício. Prefiro manter o sigilo quanto aos nomes, pois não foram poucos. Entretanto, é necessário que a Instituição se atente a fim de que se evite os mesmos eventos num futuro próximo. Mas, pior mesmo, é aquele tipo que não é nada daquilo que diz e que prega. Hipócrita! Descobrimos à tempo, novamente, que "as aparências continuam enganando sim". Falso! O asco e o desprezo como retribuição...

Travessia. Gosto dessa palavra e do que representa para mim. Tem uma conotação poética, profética, de sonhos, fé e lutas. Poesia e profecia, uma alquimia  regada a sonhos, muitos sonhos, por uma fé desconstruída e alicerçada sem amarras e sem alienação, e muita luta, principalmente contra as imposições de quem ainda persiste em condenar em nome de Deus: Medievalismo Contemporâneo, guardem esse nome! Uma Travessia que perpassa caminhos, trilhas, rios, montanhas, céu e inferno, aqui e agora, realidade e imaginação, desertos e sertão...

Sim, valeu a pena! Todo ofício tem seus gargalos. Adquirir o pacote tem lá suas desvantagens, pois não dá pra selecionar o que tem dentro e não tem como escolher pela aparência. Os bons mantiveram o nível. As amizades ajudaram a contornar o que tava ruim, ou perdido. O curso finalizou, mas a Teologia, ou as Teologias, permanecem A Caminho.

Obrigado a todos e todas.

















quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Até um dia...





Faltam-me palavras...
Faltam-me respostas...
Falta mesmo o seu latido
O seu olhar, o seu sorriso
O seu cheiro e a sua presença
Cheia de alegria e brincadeira
O seu jeitão calado
De olhar compenetrado
Falta você, meu querido Tufão


Eu busco um consolo em palavras
Na esperança de que algo
Possa dar uma notícia sobre o seu destino
E assim amenizar a dor pela tua ausência
Olho pro céu, na imensidão da noite
E tento te encontrar em uma estrela qualquer
Sucumbe-me o ser em lágrimas
Com um fardo de culpa sem precedentes
Ao imaginar que tudo poderia, talvez, ser diferente...
Esforço-me para seguir a rotina
Dos dias que sucedem a tua partida


Você era o primeiro a acordar
Era o primeiro a nos acordar
Ao sentir que havia alguém de pé
Chorava em nossa janela
Você, comandava a orquestra dos uivos
Entre o escândalo dos latidos
Simplesmente porque a gente saía
Sim, seu gordão, você era escandaloso
Lindamente escandaloso


Você adorava quando jogávamos graveto
Pegava e escondia para que repetíssemos a brincadeira
Colecionava pedras, gostava de esparramá-las na área
Vigiava o portão dia e noite
Atento a qualquer movimento estranho
Era o bebezão da família
Não pulava, não mordia,
E não gostava de banho
A não ser, banho de terra
Se jogava quando íamos te pegar no colo
E como você adorava um colo!
Principalmente o do Felipe...
Vocês passavam horas juntos...
E o Felipe te carregava feito criança...


O kinzé tem ainda algumas marcas da última briga de vocês
Você, tão calmo quanto forte,
Evitava confronto mas se preciso mostrava tua força


Seguir a vida sem você não está fácil!
Ao abrir o portão você também era o primeiro a bisbilhotar a rua
Olhava pra cima, pra baixo e retornava em seguida
Chorava quando eu partia
Chorava como se eu não fosse voltar
E assim era com todos que saíam de casa


Sei que de nada adianta escrever
A não ser registrar aqui o meu sentimento
Num desabafo sem resposta
Mas carregado de saudade
E de dor...


Continuaremos cuidando da Mel, sua irmã, e do Kinzé
Eles também sentem muito a sua falta...
Os buracos na terra do quintal permanecem
Era só você que tinha essa mania
E a gente adorava te ver nadando na terra
Ou deitado nos buracos para se refrescar...
Tufão, sua vida aqui foi curta demais
Não podia terminar assim...
É difícil entender tudo isso
E mais difícil ainda continuar a rotina dos dias...
Você foi único e continuará vivo em nossos corações


Acredito que já esteja num jardim
Onde existe terra em abundância
Com árvores sombreando em todo lugar
No mínimo deve ter corrido muito atrás das aves
E depois de cavar alguns buracos
Mergulhou na terra para refrescar-se e descansar
Imagino o quanto o seu focinho está marrom de terra
Ah, menino danado, gordo, negão lindo, bebezão, chorão...
Espero que tenha encontrado a Bela...
Como diz o Felipe: saudades de você, bebê...
Esse não será um adeus
Apenas "até um dia"...


Obrigado por nos fazer felizes
Obrigado por transmitir amor
Obrigado, meu amigo e companheiro...

Nosso Eterno Tufão...






quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Homenagem ao nosso Tufão - por Felipe


"Eu te amo bebê, mesmo que você tenha ido...
Foi para um lugar melhor...
Mas sempre irá morar no meu coração...
Eu te amo!"

Felipe Andrade Rosa de Oliveira



terça-feira, 24 de outubro de 2017

Nosso eterno Tufão...


Quis o destino que nossos caminhos se cruzassem... 
Em uma noite fria, vocês, Tufão e Mel, abandonados na calçada em uma caixa de sapato...
Era pra ser apenas uma noite e um dia talvez, apenas um pouso, um lar temporário...
Mas quis os nossos corações e o nosso amor, meu e do Felipe, que vocês permanecessem...
E fizessem parte de nossas vidas...
Quis a vida que compartilhássemos dias e brincadeiras...
Quis os dias que nossos momentos fossem de alegrias...
Quis o tempo que fosse eterno o seu olhar em cada gesto nosso...
Arteiro que adora se banhar na terra...
Meninão que sorri quando nos vê...

Bebezão que deita pra gente te pegar...
Negão de pelo macio que brilha...
Chorão que dramatiza quando a gente sai...
Seu olhar compenetrado está eternizado em nossos corações...
Nosso meninão
Nosso gordão
Nosso chorão
Nosso bebezão
Nosso negão
Nosso eterno Tufão...

Obrigado, meu amigo e companheiro, por cada momento de sua vida...