quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Desertos e Reflexões


"O vazio que angustia 
é o mesmo deserto da reflexão
Vale do silêncio que propicia 
o reencontro com a Luz 
Nem tão pedras, nem tão flores
Nem só dissabores, nem só amores
Caminho sinuoso de paisagens, 
passagens e travessias
O que as palavras não explicam
O tempo há de provar
Vale a pena esperar
Em cada estação o seu tempo chegar"


"No tempo que se vai
De onde se vem
Que não volta atrás
Em flash's pelo retrovisor
Se vê o foco desalinhar, 
distanciar, desaparecer
A distância que permeia este tempo
Afasta dolorosamente a visão
E o silêncio inquietante do deserto
Impõe seu grito ao coração
A busca sagrada do sentido
Da vida vivida, partilhada, engraçada
Sofrida, enganada, surrada
De bons frutos colhidos no caminho
De paisagens, miragens, espinhos
O que faz meu respirar feliz
É sentir que jamais estarei sozinho
Presença Divina que ilumina
sempre presente nos momentos
desse tempo
de água, de sol, de flores
e frutos..."

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

500


Quinhentinho
Quinhentos
Quinhentão
Quinhentona, sua linda! És tu? E agora?
500, não mais do descobrimento pelos portugas
apenas um marco nesse espaço
apenas 500 escritos, entre poemas, 
críticas, crônicas, músicas, sátiras, 
aventuras, brigas, elogios, denúncias, avaliações,
insinuações, alegrias, tristezas, indiretas,
concretas, abstratas, diretas, exatas, lógicas, diretas,
ao lenço, ao vento, ao tempo,
aos olhos, à alma, aos espírito, a Deus,
aos hipócritas, aos cretinos, aos velhacos, 
aos palhaços, artistas ou corruptos, 
aos colegas, aos amigos, aos adversários, 
aos anônimos e invisíveis inimigos, principalmente,
Enfim, foram tantas emoções!
De Agostinho, de Platão, de Boff, de Casaldáliga,
De Câmara, de Francisco de Assis, de um Papa Francisco,
De Drumonnd, de Coralina, de Rubem Alves, de Chaplin, 
Poesias eternamente vivas,
E principalmente, de um certo Jesus, Libertador e Crucificado,
Contestador e Homem honrado,
que seus passos me tem alumiado!
Inspirações das mais diversas, contidas, avessas, travessas
fundamentadas em tudo, em nada, em flores, em cores, em prosas,
em lágrimas, em saudade, em sentimentos, em momentos, 
no tempo!
Aqui, onde o nada se torna tudo e o tudo se torna nada
aos olhos do poeta, sorrateiro, maroto, traquino,
sangue de guerreiro e coração de menino,
olhar que vem das alturas, 
canções das fontes puras,
de palavras do profeta
que se canta em pensamento
que se vive a cada momento
como que se fosse o derradeiro
explosão de vontade certa
vontade da verdade que liberta
Olhares, andares, altares,
contra os lobos em pele de cordeiro
contra os algozes ferozes e feiticeiros
que habitam no interior de cada ser
hipócrita, idiota, malfeitor
não economizo nos verbetes
não me intimido com suas sinas
sua história, sua memória, são ruínas...
Ao que liberta, na alma do poeta, 
do profeta, do trovador, do professor,
do artista enrustido...
o caminho é longo, 
longo enquanto se viver, 
se viver é um bem,
que a estrada seja caminhada
vivida, sofrida se preciso for,
mas no topo, encontraremos
no mínimo o amor, a gratidão,
o reconhecimento, que seja próprio, 
de que valeu cada gota de suor
de lágrima, de sangue...