quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Batalhas


"Por sobre a pedra fria
Repousava, corpo inerte, o meu
Minha sã memória, pensamentos
Meu coração que inquietava-se
Mantinham-se sobre o perfeito juízo
Esse domínio não fora tomado...
Tentavam tirar o controle sobre o corpo
Uma força, estranha, desconhecida
Queria apoderar-se de mim por inteiro.
Não podia... não conseguia invadir-me o que era sagrado
Poderia até corromper o físico
O espírito estava sob proteção Divina...
Eu pedia para os que estavam à minha volta
Para que me segurassem firmemente.
Tinha medo, pois em alguns momentos
Meu corpo parecia flutuar
E num desses, ouvi uma voz me dizendo:
'meu nome é legião!'

O medo aumentou!
E nesse exato instante,
Comecei a orar o Pai-Nosso
'PAI-NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU...'
E assim, ainda nessas primeiras palavras da oração

No sonho, consegui me por sentado
E, aquilo que relutava com meu corpo

Saiu, fugiu, desapareceu...
E ainda, nesse momento 
De se levantar, se assentar no sonho
Acordei, com a respiração ofegante,
Em minha cama
Orando o Pai-Nosso:

PAI-NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME
VENHA A NÓS O VOSSO REINO
SEJA FEITA A VOSSA VONTADE
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS 
ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS 
A QUEM NOS TEM OFENDIDO
E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO
MAS LIVRAI-NOS DO MAL.
AMÉM!"

"Senhor,
Afastai de mim tudo aquilo que me afasta de Ti
Aproximai de mim tudo aquilo que me aproxima de Ti."
(São Tomás de Aquino)



"Durante esse sonho eu estava lúcido, relutava com aquilo que me afligia. E quando percebi que meu corpo estava quase levitando por sobre aquele banco de pedra, comecei a rezar o Pai-Nosso. Então aquela força estranha sumiu, desapareceu. Meu corpo ficou onde estava e as pessoas ao meu redor... ainda não lembro ao certo como permaneceram... Mas sei que acordei assustado! Acordei rezando, e com a respiração ofegante... A necessidade é de se libertar de coisas que escravizam pensamentos, a vida em si. Orar, muito! Entendo isso como um chamado de Deus para que eu esteja atento comigo mesmo... O tempo está passando e eu preciso acordar..."

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Assim dizia o doutor que endeusava-se:




"Bom mesmo é não se envolver,
Não ter bandeira, não ter time
Não ter nação, não fazer parte do povão
Não sentir fome, nem ter religião
Bom mesmo é viajar, sem se preocupar
Bom mesmo é esbanjar,
E 'phoda-se' quem não tiver nem o que comer
Sou mais terno e gravata
E as 'personas' não gratas,
Em farrapas que perambulam
Não são gente,
Muito menos problema meu
É do governo, do político
Da religião, de qualquer cidadão
Menos eu, doutô, conhecedô de outros mundos
Entendido, instruído, em bom berço nascido
Sou abençoado, ungido, pois sou rico
E o povo 'phodido',
Que quando rouba pra comer
Vai preso como bandido,
E como bandido deve pagar o preço
Eu, daqui, só recebo o que mereço
Sou bom, muito bom, obrigado
Sou doutor de minhas verdades
Sou senhor de minhas vontades
Dou esmola por caridade's
Vivo, esbanjo, sem piedade!
E que se lasque os filhos da humanidade...!
Eu, comigo, por mim
 mesmo!!!"




Livre Arbítrio ainda é livre?



"Cada um com o seu cada um!
Livre arbítrio ainda é livre, num é mesmo?
As opções estão pra quem quiser.
Há os que se julgam assim ou assado!
Há os que não fazem nada!
Há os que não se decidiram...
O mundo é grande, os problemas são maiores,
E enquanto meia duzia trabalha,
Há os que sentam-se confortavelmente no trono capitalista
E se dizem 'nada':
'nem de lá nem de cá, sou de quem ganhar'.
De cima do muro, riem, zombam, apoiam, a todos os lados...
Fiasco!"

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Teologueiros da Prosperidade e de propriedades!!!





"Teologia da Prosperidade é a lixaria que os pseudos-religiosos pregam: ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais miseráveis. Igualdade, fraternidade,(...) fica pras melodias e utopias dos poetas da vida, os revolucionários ex-comungados pelas línguas malditas, que se mantém firmes na luta com a base desfavorecida."

"As pessoas estão atrás de um deus papai noel!"


"Vamos lá, aos pseudo-profetas e seus fiéis cegados+ensurdecidos+calados seguidores, tanto da ala que se diz direita católica quanto os das mil e uma bancadas intituladas evangélicas, o que resume suas características está nessa frase: 'A burguesia é antievangélica por essência e vocação. Ela apenas usa o cristianismo para encobrir sua verdadeira face de classe opressora'. (Frei Betto)"

"A esposa de um dito 'servo', ocupante de um 'cargo' numa instituição religiosa, ficou estritamente brava no que se refere ao tema desse post: 'Teologia da Prosperidade'. Se embrenhou em defender que suas riquezas, as prosperidades e "propriedades" são frutos dos esforços e suores de seu esposo, agora empresário, e atuante numa dessas novas igrejas que se enquadram nesse assunto. Primeiro: teologia se difere de teoria. A madame já começou mal. E outra, mostra uma casca tão superficial e mascarada em sua página a qual sabemos que não passa de teatro, de balela, de fachada e depois quer dar uma de boa samaritana... Quem não conhece até acredita... Amém?!?"

"A Teologia da Prosperidade tem produzido uma geração de crentes interesseiros e materialistas."



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Merdades e Ventiras dinovu!!!




Diretamente das Merdades & Ventiras, vamos nós outra veiiiiizzzzzz!!! 


Episódio de hoje: "As puritanet's e os magos da fé!"

"Nada contra mas tem coisas de ignorantes que extrapolam a minha paciência. Querida, onde você ouvir falar que movimento carismático é uma religião??? Pra tu, que se diz tão religiosa, tão avivada na fé, tão renovada no Espírito, tão tão tão além de nós reles mortais, isso não dá pra considerar nem como uma santa ignorância, é uma inverdade. A não ser que o movimento carismático esteja se desprendendo do cordão umbilical da Igreja Católica e eu nem estou sabendo disso. É tanta mudança que não dá pra acompanhar tudo, cê sabe como é, né? Até onde eu sei, esse movimento faz parte da Igreja Católica e não é uma religião em si! Você fala balela demais, caleja joelhos, cega os olhos e nada de conhecer a VERDADE!!! Épákábámêmo!!!"

domingo, 20 de janeiro de 2013

Tão Bela, se foi...



Lembro-me do primeiro contato. Você estava deitada enrolada em si, num monte de areia. Tão dócil se mostrou. Um pouco de ração foi o suficiente para que me acompanhasse até o portão de casa e essa seria sua rotina por longo tempo.

Quantas e quantas vezes me acompanhou até a igreja e as pessoas já haviam se acostumado com sua presença ou com sua perseguição à mim... Durante várias caminhadas e corridas você também me acompanhou. 


Seu olhar, seu rebolado desengonçado de se achegar ao me ver encostar a moto... Sua doçura esticada aos meus pés quando me ouvia falar com você... Não era pra ser assim, não era... 

Você não queria uma casa para si, queria apenas companhia, atenção... Você foi carinhosa, companheira e atenciosa. Outros te acolheram e te adotaram. Tornou-se figura notória da rua. Todos já te conheciam pelo nome... 

Desde que passou a morar nessa rua, nunca mais passou fome. Vigiava, principalmente a minha casa. Lembro-me quando estava adoentada... todos ficaram tristes por sua debilidade, mas você venceu! Arrastava uma de suas patas, talvez sequela de atropelamento mas nem isso te atrapalhava...

Após uma grande chuva onde estava toda molhada, te recolhemos para dentro de casa, te secamos, demos água e ração, e isso acabou virando rotina. Houve madrugadas que você chorou no portão e ao te escutar, meu coração acabava vencendo o sono e o cansaço para te acolher... E não foram poucas vezes, até que notamos que estava prenha. Então, te acolher todas as noites já fazia parte do cotidiano e quando você não vinha eu te chamava pelo nome. Seu cantinho e suas coisas estavam sempre à sua espera...


Tive medo de que ganhasse seus filhotes aqui em casa, mas não poderia ser em outro lugar, afinal nossa afinidade era grande e até mesmo os outros três habitantes dessa casa, Kinzé, Tufão e Mel não se importavam com sua presença. 

(...) Seu parto foi difícil, muito complicado. Assustei na madrugada que você começou a parir... A casa do trio ficou toda sua e eles te assistiam... Dos cinco, apenas três sobreviveram. Hoje, pela manhã a que nasceu por último também não aguentou. Mesmo dando mamadeiras com leite próprio a cada três horas no máximo, trocando o cobertor para manter sempre limpo e aquecido, não foi o suficiente. Essa, era linda, e creio que foi a que demorou mais por sinal, e que talvez também tenha sofrido mais... 

Os outros dois, um macho e uma fêmea, foram levados numa casa, onde uma senhora tem uma cachorra que pariu recentemente cinco filhotes. A esperança era de que a cadela os adotasse. E assim foi feito, logo de imediato os cachorrinhos agarraram para mamar e ela os acolheu e adotou. A natureza é divinamente linda!

Bom, a pior coisa nisso tudo foi na manhã de sábado. Ao te encontrar deitada na terra, na sombra, foi uma sensação horrível! Seu olhar já deixava claro que estava de partida... e se existe o céu para os animais, creio que você já está nele... Suas lágrimas, são a lembrança da triste despedida... Quando vi elas escorrendo em sua carinha tão meiga e tão sofrida naquele momento, entendi que ali ficava o adeus... Valeu Belinha! Obrigado por me mostrar, em meio a tanta irracionalidade, o valor sincero de uma amizade...

Obs.: Bela, com seu primeiro filhote e mais abaixo a cachorra Lupita que adotou os filhotes que sobreviveram. Estão bem ao centro, os dois menores: a fêmea rajada e o macho, marrom, na cor da mãe...










quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Máscaras Maquiadas IV: "O vacilão da rodada"



Daqui a alguns anos, exatamente em 2.016, estaremos vivenciando mais outra vez o velho período eleitoral onde os candidatos à prefeito e à vereador tornam-se verdadeiras figurinhas do cotidiano.

Lembrarei-me deste escrito, se Deus quiser, mas caso não ocorra, por favor ajudem minha memória!!!

Não me espantarei nem mesmo acreditarei nas máscaras maquiadas e risonhas que parecem bonecos de cera durante esse evento politiqueiro.

Por vezes penso que vale mais o mau caráter que se assume que o mau intencionado disfarçado de bom samaritano.

Só apoiarei pessoas do meu cotidiano, da minha convivência, se possível, aquelas em que posso considerar "de casa". Caso não exista ninguém que se enquadre nesse perfil, deixa quieto, pelo menos por enquanto...

Aí me pergunto, mas onde estarão as pessoas que se lançaram candidatas em 2.012? Os eleitos e os que não o foram, cadê? Cadê aqueles abraços fortes como de irmãos que não se viam a anos, apesar do encontro diário ou no máximo semanal? Cadê aquela "abraçassão", aquela pegação de mão, aquela beijação (...)? "No ecxiste!!! É tudo balela!!!"

Não, não to chateado... Tô é ferrado de raiva! Tô é me sentindo o "mané da rodada"! Não acredito mais, não acreditarei mais, não vou dar a cara a tapa por ninguém ao qual eu não conheça no mínimo de uma boa convivência no dia a dia...

O mundo gira e o vacilão roda! Eu vacilei, mas cumpri meu papel de bom parceiro! Vesti a camisa e literalmente briguei com alguns fanfarrões de "quinta politicaria"! Não importa mais! Aliás, agora que já se passaram meses, o mínimo que se esperava era algo do tipo: "obrigado"! Mas... deixa... e que minha memória me ajude em 2.016!!!

Subentendo que já não precisa mais dos otários eleitores nem mesmo dos apoiadores, ainda mais que de uma forma ou de outra a fatia reservada já fora entregue... Talvez, não pelo meio direto! Mas, indireto também vale! O importante é estar na cúpula e que se foda o povo da base que um dia precisei!!!

Santa Memória: rogai-por mim!!!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Solidão & Respostas no tempo.


Hoje acordei com aquela dor... a dor de solidão. Essa é uma que faz questão de aparecer nas piores horas. Fiz minhas teorias acerca desta enfermidade e descobri que no fim ela me faz pensar e assim, em algumas vezes, consigo extrair algum proveito. Tudo isso depois de longa tormenta.

Já fiz também laudos psico-sócio-religiosos acerca das possíveis quedas de energia astral que assolam profundamente as estruturas do coração. Busquei respostas e antídotos nas mais ínfimas raízes das raízes. Sentenciei culpados que preconizaram e predestinaram a história até minha existência.

Após sentir tanto o amargo gosto da derrota com terra e sangue, após ter misturado lágrimas e suor nessa receita, resolvi dar-me como o fim, ou seja, como o derradeiro a sofrer essa enfermidade, essa peste que persegue a vida... Pedi ao bom Deus, Pai de todos e Senhor de tudo, que se encerrasse em mim, e que dali em diante não mais houvesse sofrimento pelos mesmos motivos até então existidos.

Não sei se fui atendido... Creio que sim! Pois vejo que você está caminhando por um caminho que eu não consegui chegar. Sinto falta de você... Jamais inveja ou qualquer sentimento de desdenho, de dúvida ou de mal querer passam pelo meu coração. Rezo pela sua continuidade, agora em família! Os anjos te abençoem e a todos ao seu redor. Tenho deixado esse pedido em forma de exigência para eles, já que estou distante geograficamente de você, agora de vocês. Eles sabem que sou exigente!

Penso que perdi minha cria, minha aprendiz de coisas absurdamente detalhadas, aquela que me seguia de perto mas vejo que essa mesma pequena criança já crescida e agora amadurecida, já caminha por si, já sabe escolher, já sabe até andar e o mais importante, fez sua escolha em razão de seu coração. Assumiu seus riscos e mesmo diante de algumas pedras pelo caminho, esbanja em olhares a felicidade do amor encontrado, e agora frutificado na mais doce criatura.

Voltando ao centro da questão que me assola, transformo esse desfecho solo em oração que se estende por todas as ramificações familiares e onde houver algum rompimento que torna difícil o fluxo sanguíneo, a seguir seu leito natural, que o Espírito Santo de Deus, nos dê o discernimento necessário para assim aplicar o melhor remédio que resolva, cure e cicatrize.

Fico aqui, talvez da mesma forma que inciei esse escrito, sem nada mudar ao meu redor... Posso sentir apenas que o fardo ficou leve após o desabafo. É isso, desabafo, nada mais... Amo você, amo e estou com você's, sempre!

PS.: Com você sempre, minha irmã!

CAJU: SOLIDARIEDADE !!!


Em âmbito geral os trabalhos pastorais se extinguem e os olhos da nobreza dão espaço e assistência ao que lhes é rentável: os movimentos!!!

Ontem numa reunião em comunidade com membros de várias pastorais, tristemente concluímos, sentindo na pele, a derrocada dos trabalhos, a dilaceração das coordenações, a ausência do pastoreio... Somos um povo que reluta em dar continuidade, que vive esperando o olhar enobrecido do alto, daquele que deveria na verdade calejar suas mãos junto ao rebanho. Isso sim é ilusão! Sobramos, como células independentes. Caminhamos, navegamos às vezes sem bússola, ao léu. Mas, me apoio numa frase que me tocou fortemente: "o milagre acontece quando vamos à luta!"

Não só me compadeço da situação da CAJU como também, à distância, sinto-me atingido pelas pedras em forma de omissão e ausência de olhares dos nossos líderes hierárquicos, desde à realeza de Roma até os Bispos... (Alguns bispos!!!)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Vergonha...


Tenho vergonha...


Por que tanta riqueza em ouro concentrada nas profundezas e por sobre as paredes que cercam a realeza e a sua nobre corte institucional? O poder da riqueza nas mãos dos elegidos, que o usam para se esquivarem  e se protegerem das massas populares. O poder que mantém os pré-destinados ornamentados no topo da pirâmide e que os mantém inalcançáveis da miséria e opressão. Este mesmo poder é o mesmo que extermina os eleitos pela verdade única de Jesus Cristo, seja pela ação, seja pela omissão...

Amo a religião e sua religiosidade mas me oponho à hierárquica e poderosa instituição que vive num mundo além da realidade. Essa, a instituição, dificulta o conhecimento da verdade. Ela mantém o povo como refém, sob controle, sob seus olhos... Seus ornamentados assistem intactos...

O poder precisa das mazelas!



"Desce daí, vem pra perto
Vem lutar conosco
Vem sonhar o sonho da vida
Vivida e unida em Cristo
Com o povo que clama a liberdade
A liberdade pela vida!

Vem, desce do trono...
Se ponha em caminhada

Com o povo que dizes tu ser o representante dele..."

"O poder continua inventando bruxas. Ele precisa das mazelas para que sua soberania se instale, se impunha e dilacere as estruturas sociais, ao mesmo tempo que lança iscas e mascara a libertação, colocando-a como mera utopia."

"O poder precisa da existência e continuidade dos oprimidos para que a instituição os defenda sob holofotes, sempre, apenas... Se um dia não haver mais excluídos e oprimidos a hierarquia, o poder e o trono serão dispensáveis."


No sangue dos profetas...



"Sou mais o sangue de Cristo que corre nas veias dos profetas como Pedro Casaldáliga e Helder Camara que esses podres batinados, mascarados e maquiados que almejam apenas o trono, o status e o poder!"

"Por que tanta riqueza em ouro, concentrados nas profundezas e por sobre as paredes que cercam a realeza e a nobre corte da instituição? O poder da riqueza nas mãos dos elegidos, que por sinal os mantém inatingíveis no topo da pirâmide, é o mesmo que extermina os eleitos pela Verdade Única, os oprimidos que Jesus Cristo defende."

"Amo a religião e a religiosidade mas me oponho à hierárquica e poderosa instituição que vive num paralelo ausente além da realidade que os eleitos sobrevivem."

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

4+centão!!!



Quatrocentos escritos??? Ufa!!!
Não foi lá um sacrifício, não! Ao contrário, foi terapia, alegria, sentimento, saudade, partilha...

Só me pergunto, desde a origem de tudo isso, o que mudou, o que continuou e o que deixou de existir? Sim, muitas mudanças pessoais, profissionais, aterrizadas, eternizadas, utópicas, filosóficas, proféticas, poéticas, fervorosas... Tudo junto e misturado! Separado e acrescido...

Escrever já era prazeroso, e viera a se confundir com um vício... Uma fuga no tempo entre o tempo que vivo, o que vivi, o que viverei e o que deixei de fazê-lo. Mas, jamais uma fuga da realidade para esquecer das dores e tropeços.

Longe de carregar qualquer título, principalmente o de poeta! Quero ser eu mesmo, para assim, continuar a falar-escrevendo nas linhas do espaço e da vida, ora poetizando, ora anunciando e muito mais denunciando!

Nem tudo são flores, nem tudo são amores. Espinhos e dores fazem parte do cenário. É preciso ferir-se para que o corpo use de seus anticorpos no processo de cura e cicatrização. É preciso sentir o peso da mão adversária e, por vezes, olhar a lona de cara para baixo, para assim perceber a necessidade de superar-se nos treinos e na vida...

E quando tudo isso acabar? E quanto eu tiver de parar? E por que haveria de assim fazê-lo? Óbvio que aqui não é um mundo de ilusões. Apesar de conter altas doses de poesia e nostalgia, amor e saudade, a realidade é sempre a mesma.

A vida inspira poesia. Poesia é vida a todo momento, cantada, proseada, chorada, sofrida, declamada... Viver a cada dia como se o nascimento acontecesse em cada manhã acordada.

Enquanto o tempo de parar não vem, continuo a destilar esse antídoto compartilhado aos amigos, que para os desafetos tem sabor de veneno com efeitos colaterais que afetam a alma...

O sucesso consiste em ser e estar feliz em cada passo escolhido que se trilha. Aos 36 anos de idade entendo que preciso mesmo é estar perto de pessoas que amo. Compartilhar sonhos, fé e lutas ao lado de bons companheiros e companheiras. Correr atrás do objetivo é fazer o que gosto, o que gera satisfação, animação, rende frutos e marca a história, a história de sua própria vida...

400 escritos não foi uma marca buscada enfaticamente. Aconteceu naturalmente. Alguns amigos perguntaram-me onde arrumo tanto assunto e confesso que não sei. A resposta mais coerente que posso deixar é que apenas tomei gosto em observar a vida e amor em vivenciar a cada segundo.

Poesia é vida e viver é agora, sem demora...

Apenas... poesia



Quando estou cansado do ócio do mundo
Quando estou entediado com a corrida monótona
Quando estou insatisfeito com as questões à minha volta
Quando estou triste pelas imperfeições de meus atos
Quando desacredito do sonho, minha fé se abala e minha luta enfraquece
Paro tudo... respiro poesia... escrevo em linhas sinuosas
O que minha fala sem som ressoa na janela do coração

Quando passo a ver a maquiagem das máscaras
Muito mais que a enxergar o volume da essência
Quando ouço os eloquentes devaneios e tolos pensamentos
Muito mais que as canções em prosa e verso
Quando sinto o gosto daquilo que não tem mais sabor
Paro tudo... ingiro poesia... poetizo minhas angústias
Em linhas contínuas de desabafo que me trarão assim o paladar da vida

Quando corro não sei pra onde
Quando pulo de cima do muro
Quando voo nas asas da imaginação
Quando sofro pelo que ainda haverei de viver
Quando encontro o sorriso maroto, menino, levado
Paro tudo... canto poesia... em tom de alegria
Sorrindo ao mundo, amigo e profano, bandido e antídoto

E nas estações por onde passei, 
As amizades que lá deixei,
Os sonhos que também plantei,
Os romances que já vivenciei,
A saudade que sempre carreguei,
As lutas que já travei,
A fé que me sustentou,
Nas lonas que já tombei,
Das mãos que me sacudiram,
A dor que calado suportei,
As lágrimas que não escorreram,

Só tu, poesia e amiga, pode contemplar
Cada fração, cada razão, cada emoção
De segundo vivido
E nos intervalos de cada escrita
Poesia respirava
Poesia exalava
Poesia chorava e cantava
Poesia sentia
Poesia ouvia
Poesia sorria e alegria

Sempre companheira
De todas as horas...
Poesia, que é vida...

Olhares




Nos tolos e devaneios olhares
Deturpados, singulares
Esconde-se o mortal combate
A linguagem que não precisa de escrita
Nem de fala
Mesmo ao que se cala
Em cada piscar
Reluz o que há de pensar

Nos olhos que destilam
Que se iludem, que brilham
O mistério romântico
O desejo insano
A dor que se derrama em prantos
A fúria que se instaura

Eis o reflexo da alma
Exposto em raios invisíveis
Amor e dor
Ódio ou rancor
Os olhos falam
Traem os mais donos de si

Eis o brilho do sentimento
Que o coração combina
Em tons de descompasso
Por onde entra o nítido
Escapa o quase imperceptível
Amigos da verdade

Os olhos que sentem
A dor de suas lágrimas
Os olhos que perseguem
As asas do sentimento
Os olhos que falam
A linguagem do amor
Os olhos que não se calam
Que sonham mas lutam
Os olhares que vem e que vão
Do corpo, da alma e do coração

Ah, esses olhares...