O mundo me cansa
Estou cansado
Fadado a acumular dores alheias
E poeiras de outras tempestades
Meus desertos, minhas cartas, minhas travessias
Vivem um dessentido imediato
Meus ventos refrescam a face
E a dor que nas costas se acumula
De fardos que teimei não descarregar
E sobrepesam meu caminhar
Que já vagueia entre nuvens de razão
Mordaças de emoção
Entre esperanças sem sentido e miragens do coração
Lá fora o barulho dos motores
Como o estrondo da explosão de outras guerras
Me invocam para as inquietações
Vivo meu calabouço de silêncio
Sentenciando-me à solidão do tédio
Ou, da espera, que me aflige
Esperas, talvez, sem porquês
A corrida agora é de um tempo
Que se perdura no limiar da passagem
Dia e noite, noite e dia
Sombras e ventanias
Que perseguem, ora varrem
As miragens, os sonhos, as dores, os amores
E ficam marcas do que nem vi acontecer
Porque, talvez, deixei de viver...
Mas, quando olho para elas,
Tenho ciência de que estive em algumas lutas,
Batalhas, becos, estradas
Perigosas, tortuosas, ardilosas,
Trincheiras e abismos
Montanhas e desertos
Ferido ou matado
Entre luas e pensamentos
Sonhos e tormentos
Apostando contra o tempo
De que em algum momento
A dor será vencida
A vida será vivida
E o amor será amado
Escritos em Tempos
O sertão é o sozinho, é dentro da gente, está em todo lugar. Deus e eu no sertão.
quinta-feira, 14 de março de 2024
Devaneios solo
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
Relatos literários - "Sorria, você está sendo lido"
Essa semana um senhor entrou aqui no meu trabalho. É a segunda vez. Um homem de boa conversa, simples no vestir mas com assuntos que dariam horas e horas de prosa. Rico em sabedoria de vida, experiente na travessia, belo em conhecimento. O tipo de pessoa que a gente não percebe o tempo passar quando estamos juntos dela. Fala com o corpo e olha nos olhos. Apesar dos trajes simples e sujo, é um construtor que dispensa ostentação. Ele sabe que é travessia e que nesse mundo somos uns pelos outros. Ao se despedir, pegou esse pequeno livrinho nas mãos, abriu, leu, fechou e colocou de volta no lugar. Olhou-me e disse: "Esse livro faz toda uma diferença aqui na empresa. Livros fazem a diferença. Quem chegar, se não estiver de bom humor, já vai se monitorar ao ver isso aqui. Pode espantar energias ruins. Parabéns!"
Relatos Literários - "Nunca é tarde para aprender"
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Felicidade não se possui - parte II
Bom, mergulhando de volta na questão da felicidade, penso e acredito que a gente nunca, nunca e nunca, seja no individual, na parceria, no coletivo, a gente nunca vai ser feliz. Sabe por quê? A felicidade não é um negócio que você vai ter e nunca mais vai te faltar. Vamos ter possibilidades de estarmos felizes em diversas situações. Podemos estar felizes fazendo o que gostamos, ao lado de quem a gente ama, e mesmo assim, estando ao lado de quem a gente ama e fazendo aquilo que gostamos, nem todo dia, nem todo momento, nem toda hora e segundo, estaremos felizes. Tristezas e decepções permeiam os momentos de felicidade. Estar ciente disso, é estar maduro o suficiente para superar todas as nuances enquanto a felicidade está ausente. A felicidade será cada vez mais constante cada vez que conseguirmos superar situações adversas.
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
Felicidade não se possui - parte I
Dessa tal felicidade
Sai em sua busca
Com toda liberdade
Voei no mais alto dos céus
Percorri vários caminhos
Cruzei mares e oceanos
Mas sempre voltei sozinho
Cantei, rezei e até chorei
Pedi pra Deus manda-la enfim
Mas somente não a encontrei
Porque jamais olhei pra mim
“...Numa conversa entre amigos, sobre a ‘felicidade’, como a conquistar, o que ela seria e representava, a conclusão foi de que nunca damos conta do que habita em nós, sempre buscamos o que não temos e não valorizamos o que temos...” - Ailton Domingues de Oliveira - 20/08/98