terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Loucuras de um Deus de Amor

1-  O que para o mundo é loucura
Deus o escolheu para envergonhar aos doutores
O que para o mundo é fraqueza
Deus o escolheu para derrubar o que é forte

Aquele que no mundo é sem nome
Não tem prestígio, sem valor, não é nada
Deus o chamou para assim mostrar
A nulidade dos que são alguma coisa

Deus o quer pra junto de Si
Deus o chama pelo seu nome
Ele o convida a aceitar sua Cruz
E a recompensa será a vida eterna

O Deus de Bondade, do Amor, do Perdão
Te quer vencedor neste mundo sem Paz
Ele te escolheu, te chamou pois te ama
E entregou, seu filho Jesus
Que numa cruz seu sangue derramou

2- Como o pastor que busca a sua ovelha perdida
Ele veio pelo coração dos impuros
Ele veio pela conversão do pecador
Não para salvar o que é bom

Bastou um olhar de seu filho Jesus
Àquela mulher por tantos condenada
Se eles a deixaram e calados se foram
Então podes ir e não torne a errar

3- Se tua vida parece desabar
Se já perdestes a razão de viver
Se o mundo só sabe te condenar
Olhe pra cruz, e verás no sangue o amor

O Seu amor é dado sem ressalvas
Sua loucura é a bondade infinita
O seu perdão nos acolhe em Teus braços
Os mesmos braços abertos na cruz


Ailton Domingues de Oliveira
27/12/11

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Levanta-te e vem

Ainda não viste as minhas obras
Andais tão cego por aí
Levanta-te e vem!

Vem e segue-me!
Toma a tua cruz, sinal de amor
Vem e segue-me!
Seja uma luz, a Luz do Senhor

Tua cegueira espiritual
Fez de ti opressor dos pequenos
Levanta-te e vem!

Negaste a Mim por três vezes
Calaste tua voz pelo medo
Levanta-te e vem!

Tu cobras impostos dos pobres
Tira até o que eles não têm
Levanta-te e vem!

Fora acusada por seres prostituta
Apedrejar-te queriam os doutores
Levanta-te e vem!

Ailton Domingues de Oliveira
26/12/11

Seu coração, meu orgulho

“Como não emocionar-me?
Ao ver-te tão zeloso
Fazendo de seus objetos
Um verdadeiro presente ao coração
Em sua mera idade, meu pequeno,
Tão carinhoso, amoroso...
Palavras que agora me fogem
Diante de tamanho amor
Em sua pequenez idade
És o meu orgulho
És o meu tesouro
És a minha emoção
E a razão de meu carminhar seguro
E quando inseguro ou incerto
Recordo-me o motivo pelo qual luto
Perduro, sustento, aguento e persisto
Nas horas solitárias de algumas auroras
Em olhares, as vezes, perdidos no horizonte
Em busca de uma fonte
Que o Papai do Céu
Sempre esteja em sua vida e coração
Que Maria, mãe de Deus e nossa, te proteja
E o Espírito Santo te ilumine
Na caminhada segura
Seguindo o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

Para o meu tesouro, meu filho Felipe.

Ailton Domingues de Oliveira
26/12/11

De braços abertos

De braços abertos
Na cruz despojado
Pelas mãos dos incertos
Foi crucificado

Tentaram calar
A voz da liberdade
Quiseram matar
A maior santidade

O coração dos inquietos
Libertou do pecado
No caminho correto
Nos pôs libertados

Em Teus passos andar
À Luz da verdade
Em Teu Espírito repousar
Sob a Santíssima Trindade

Sua vida, nossa herança
Seu olhar, a nossa luz
Sua voz, nossa esperança
Teu exemplo nos conduz

Teu Corpo e Sangue Senhor
Exemplo e doação
Nosso alimento e amor
Pra alma e coração

Ailton Domingues de Oliveira
21/12/11

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Casa da Mãe, Mãe Maria

“Nossa Senhora de Aparecida...
Essa foi a casa onde eu cresci...
Minha infância, adolescência, juventude
Amizades, desentendimentos, romances,
Sonhos, lutas... e quantas lutas!!!
Tantas histórias... tantos retalhos
Que formaram uma imensa colcha...
Foram muitos Cantos e Encantos...
Numa certa vez fui para outra casa
Senti falta daquele calor humano de Mãe
Senti falta da delicadeza Materna
Senti falta da vida ao redor D’Ela
Mãe é Mãe...
Num momento ausentei-me
Foi pior! Afastei-me de tudo e todos...
Meu retorno foi emocionante...
Sabia que não mais poderia viver longe
Daquela Casa...
Ao sair daquelas terras, daquele berço, e
Consequentemente D’Aquela Casa da Mãe
Não demorou muito e deixei de frequentá-la
Na terra onde atualmente habitara
Foram anos vazios
Foram épocas sem sentido
Foram histórias sem valores
Como se as páginas vividas só contivessem rabiscos
Com a dor veio a resposta
Após perdas insubstituíveis
Mais uma vez meu retorno se deu na casa D’Ela
Nossa Senhora Aparecida, porém,
Numa outra cidade
Pedi para a Mãe que intercedeu por mim
Junto ao Seu Filho...
Que Graça, que Benção, que Alegria!!!
Alguns dias depois, como se tivesse tomado
O remédio certo para aquela dor
Tudo começou a caminhar
Tudo começou a acontecer
Avistei meu caminho, onde eu o havia interrompido
E assim, me pus a caminhar...
Hoje, a casa onde habito
É a de Imaculada Conceição
Casa da Mãe é assim
Mesa farta, os filhos à volta
Alguns desentendimentos
Mas no fundo tudo é amor
Um abraço ou um aperto de mão
Que a Mãe faz conta que aconteça
Para tirar a impressão daquela palavra
Dita num momento de tempestade
Casa da Mãe é assim
Encontros, retornos,
Acertos e ajustes,
Perdidos e perdoados,
Amigos e irmanados,
Sintonizados no mesmo objetivo
Em comunhão com o Maior Ideal
Casa da Mãe, não dá pra ficar longe
É acolhedora, é única
É onde se vive o amor
Não importa a raça,
Não importa a classe,
É onde não há espaço pra desunião
Onde todos partilham do mesmo Pão
Já se passaram 35 anos
E ainda encontro motivos e razões
Para me emocionar com tantos fatos
Com tantas graças
E percebo que não dá pra viver longe desta Casa
Nossa Senhora de Aparecida
Ou, Imaculada Conceição
No fundo, apenas e tão somente única: Maria
Instrumento por onde nos foi dado o Melhor Vinho
Exemplo a ser seguido e seguido com fé
O Sim mais ecoado por toda a história da humanidade
Maria, sua casa, sempre de portas abertas
Para quem chega ou retorna
É o lugar perfeito para aprender, crescer e vencer...
Dela não pretendo e não me deixe mais sair...”


Ailton Domingues de Oliveira
19/12/11

Guerra dos mundos - parte II - : O Palácio


A notícia se espalhou. Os espiões se manifestaram e conseguiram adeptos entre as pessoas do reino e estas se rebelaram. As rinchas internas aumentaram. Boicote ao rei era a proposta dos inimigos. Eles estavam em toda parte. O palácio, antes totalmente preservado, agora tinha ares frios, sombrios. Medo e suspense no ar.
Na altura das circunstâncias, em quem confiar? Era uma guerra fria, estratégica, calada, pensada. O ataque ao inimigo deveria ser perfeito.
Cansado de se aventurar o rei segurou o seu cetro deixado por seus ancestrais. Com a mão esquerda colocou sua coroa sobre a cabeça, sentou-se novamente no trono e pôs-se a pensar sobre o poder incomensurável que havia em tais objetos.
Desligado dos valores materiais, o rei não se importava com a preciosidade das jóias, mas sim pela representatividade em sua vida, deixada por quem lhe amou e lhe educou.
Num gesto brusco tirou novamente a coroa e pôs junto ao cetro em sua frente. Viu ali, em pensamento, as diversas gerações que os usaram e empunharam, Levantou-se rapidamente do trono e recolocou a coroa, sentiu seus olhos marejados de lágrimas, sua consciência inovada. Correu em direção à sala onde se encontrava o sábio, que, no momento lia o livro das regras do reino.
O sábio, sentindo a ansiedade do rei, apenas mostrou o livro. Ele leu e nada disse. Calados, apenas se entreolharam. Chamou para perto de si os conselheiros e todos os que exerciam funções no reino e principalmente os representantes do povo. Reuniu-os numa grande sala.
Sem entender o motivo daquela reunião, a primeira do rei, e talvez a primeira naquele reinado. Nunca, antes, acontecera algo do tipo. O silêncio pairava no ar.
Ansiosos, aflitos, repletos de dúvidas, os olhares se cruzavam naquela sala, até que o rei se levantou e disse:
- Esta coroa sobre minha cabeça, foi-me confiada, bem como este cetro e, de geração em geração, todos os que a puseram e o empunharam governaram este reino com muita garra. Notei que nenhum de meus antecessores se prontificou em saber as reais necessidades do reino, do povo. Nossa muralha, também, nunca fora ultrapassada, muito menos sucumbida. Estamos agora numa encruzilhada, uma crise generalizada ou uma solução vitoriosa, mas essa escolha não depende somente de mim, depende de nós. A crise que nos ameaça vem de fora e simultaneamente nos abala aqui dentro. Fui omisso, irresponsável, imaturo e com isso permiti que nosso reino fosse abalado.
O rei andava por entre as pessoas, falando e encarando-as nos olhos.
- Ausentei-me, lá fora, vislumbrando pelas coisas que vi, conheci e vivi. Hoje, estou ciente disso, reconheço meu erro, minha culpa e quero que cada um aqui multiplique essa idéia, cada um aqui se sinta co-responsável por fazer a nossa história, a história do nosso povo, diferente. Se unirmos, deixarmos as coisas pequenas e irrelevantes de lado e trabalharmos unidos, poderemos fazer deste reinado um palácio a céu aberto, um palácio para todos e não somente para o rei. Quero estar unido à vocês e não mais distante da realidade. Quero partilhar tudo o que há de bom em nosso reino, plantar e colher. Para isso, precisamos primeiramente lutar por um só ideal, o ideal da comunhão, da paz e do amor; precisamos fortalecer nossas muralhas, pois lá fora os inimigos são muitos, são fortes e se aproximam. Sabemos que existem alguns no meio do povo, dispostos a gerar desunião e discórdia. O espaço deles não mais existirá quando tomarmos a consciência da importância do nosso papel aqui dentro.
            Neste instante, todos se levantaram, gritaram, aplaudiram e aclamaram ao rei. Até mesmo os críticos comoveram-se pela sinceridade e humildade do rei. Todos, sem exceção, se dispuseram a trabalhar na reconstrução do reino.
            O amor venceu o ódio. A paz reinou. A união foi ponto decisivo no alicerce do reino. Sobretudo, a humildade do rei fez a diferença. O auto-reconhecimento como homem e falho, fez dele um ser que merecia ouvidos, méritos.
            O palácio, que outrora só servia para o rei, foi desfeito e todos os materiais re-utilizados no re-fortalecimento das muralhas. O rei refez sua morada de forma modesta, sem exagero e nada arquitetônico.
            Ele foi aclamado por seu povo, odiado por seus inimigos, plagiado em outros reinos e lembrado por seus feitos, principalmente por ter mudado a história do seu mundo, a história de seu povo, a história de sua vida.

Ailton Domingues de Oliveira
15/08/10

sábado, 17 de dezembro de 2011

Última folha: Eis-me aqui Senhor! II

“Ao chegar no fim de um trajeto
Por vezes não nos damos conta da distância percorrida
E dos detalhes encontrados pelo caminho
Visualisamos o que nos parece essencial
Cada qual com o seu gosto
Por vezes, alguns trechos andamos devagar
E por mais que tenhamos pressa
Parece que não conseguimos sair do lugar
Mais um ano que se finda
Mais uma folha que e preenchida
Mais tintas que aqui foram usadas
E eis que me pergunto sobre o que foi construído
O que foi edificado, corrigido, erguido
E claro, o que foi destruído e derrubado
Ao olhar para os últimos anos
Apenas percebo ter feito a melhor esoclha
Outros caminhos e opções surgiram
Nem sempre foram acertados
Mas uma coisa é verdade
Tenho a certeza de que quero prosseguir
Quero continuar, quero tentar, quero lutar
Se eu não conseguir, acreditarei que
Não dei o meu melhor ou
Que os projetos de Deus eram outros
Nesta última folha deste caderno
Deste dia, deste ano, neste dezembro
Renovo meus votos,  meu compromisso
De banir cada vez mais os vícios
E exaltar as virtudes
Que o ohmem velho se extingüa
Que o novo homem renasça
Na esperança deste Natal,
N’Aquele que é a própria esperança,
Cada vez mais próximo de Deus
Cada vez mais regrado e obediente à Ele
Cada vez mais filho
Cada vez mais pai
Cada vez mais humano
Cada vez mais autêntico...
Nesta última folha: Eis-me aqui Senhor!”

Ailton Domingues de Oliveira
16/12/11

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Superai

"Do silêncio que brota
No peito que se arrebenta
A desilusão que atormenta
O homem de criança que aflora

O sofrer perseguidor ou perseguido
Ausência, saudade, esquecimento
Guerra dos mundos, o momento
A carapaça que disfarça o sofrido

Um sorriso interrompido
Uma dor invisível
Um olhar revestido

Uma palavra inflexível
Sua ausência dolorida
Um fim inevitável...”

Ailton Domingues de Oliveira
30/08/11

O Sacrário e a Rosa


“Sobre o templo pairava uma rosa...
Sobre o tempo pairava um pensamento...
Sobre o ar pairava o perfume...
No Sagrado amadeirado
A delicadeza da rosa
Colocada de forma tão carinhosa
Num gesto humilde e
Aos olhos de todos insignificante
Uma gratidão
Alguém querendo dizer:
‘Olha Jesus, estive por aqui...’
Um ato que talvez
Não teve tantos pensamentos
Um ato simples e singelo
Sem expressão, mas de coração
E era justamente aí que Ele se atentava
Nas atitudes dos pequenos
Aqueles que eram pormenorizados
Se Ele estivesse aqui e agora
Em carne e osso, com certeza se comoveria
Ao receber uma rosa...
Nos dias de Imaculada
Aquela rosa deitada
Lembrara também à Maria
A flor que com e pelo tempo
Se descolore e disseca
Uma imagem que retrata
Basicamente Ela, deitando por sobre seu filho
O acolhendo e O protegendo
Foram dias meditando sobre o Sacrário e a Rosa
Um gesto tão simples
Como não ter pensado antes?
Como não ter ousado em tal ato?
Alguém de muita fé
Alguém que recebera uma graça
Alguém que simplesmente agradecera
Alguém que quisera lembrar e ser lembrado
Alguém tão sensível com o seu tempo
Que não hesitou em tombar uma rosa branca
Por sobre o Sacrário
Aos poucos a rosa parecera abraçá-Lo
Como uma mãe a seu filho
Deus em seu gesto de bondade infinita
Nos deu como prova de amor
Através do Sim de Maria
Aquele que mudaria para sempre o rumo da humanidade
Ele se tornara templo em nós
Ela, como uma flor, representa toda singeleza e amor
O Sacrário e a Rosa, Jesus e Maria...”



Ailton Domingues de Oliveira
05/12/11

Templos ou túmulos

“Trabalho, empenho, aprendizado
Fanqueza, desinteresse, mediocridade
Libertação pela fé
Alicerce pela educação
Sem barreiras impostas
Ergue-se o templo
O ócio permite o túmulo
A ignorância do saber é ou não imposição
O direito está aí
Não para todos
Pois de quem é de direito
Nem o conhecimento tem para exercê-lo
Constroem-se templos vistosos, alegóricos
Formam-se túmulos internos, mofados
Ignorância, prepotência, ganância
Tudo vem de cima
No caminhar ao redor do altar
Questionei-me sobre o que seria eu
As vezes templo, as vezes túmulo
No templo, diante do tempo que vivo
Sinto o dever e o poder
A obediência, a fé a que me seguro
Com mãos fortes
No túmulo, quando permito que o exterior me adentre
Sinto-me tão oco, tão vazio
Diante da graça de conhecer a verdade
E de inistir no que deveria por si só
Jamais acontecer...
A libertação, o desprendimento, a cura
Só acontece no tempo, as vezes tardio que seja
Temos a chance de ser tudo
Temos a opção de ser nada
Podemos edificar o coração
Como um templo do Espírito Santo
Podemos aderir ao mundo e
Deixar o vazio enfeitar o coração
Como um verdadeiro túmulo
Ao qual se está enterrado vivo
Templos vivos ou túmulos mofados
Luz ou trevas
Verdades ou ilusões
Alegria ou tristeza...
Opções...”

Ailton Domingues de Oliveira
10/11/11

Canção das rosas

“Tão solitária, formosa e bela
Do jardim da noite
Sob a irradiante lua
Inspirou-me a alma
Coração descompassa
Calor que acalenta
Acalma, desorienta

Tão fascinante, única e singela
Plantada foste
Pelas mãos nuas
Na sua cor a calma
Vermelhão, caçador ou caça
Paixão que aparenta
Sentimento que arrebenta

No jardim da lua
Na lagoa do céu
Uma noite nua
As estrelas são o véu
A inspiração que aflora
São a paixão e a cor
A dor de agora
São dos olhos o sabor

Meiga, doce, vigorosa flor
Protagonista de poesia e prosa
Ao meu doce e faceiro amor
Eis a Canção das Rosas”

Ailton Domingues de Oliveira
30/10/11

Diante de Ti

“No caminhar solitário que o mundo oferece
Mo lamentar do calvário elevo minhas preces
As lágrimas de dor e alegria que carrego ainda
São páginas marcadas no tempo que jamais se findam

Em meio a tropeços e acertos reato meus laços
Correndo de um lado pro outro percebo seus braços
Abertos na Cruz no horizonte da minha vida
Tu és minha Luz que norteia e cura as feridas

Aqui estou Senhor, Diante de Ti
Tão pequeno sou, tão cego, tão pecador
Que por causa do Teu amor
Teimo tanto em Te seguir

Teu amor que chama e me aquece
Ó Senhor, reestrutura o meu alicerce
Carrego nos ombros um peso que não é meu
Me nego, entristeço, me aqueço e quero ser Seu

Justifico meus atos na dor da ausência vivida
Vivifico o passado, nostalgia e lembrança sofrida
Liberdade é o que busco, é o que quero pra recomeçar
Santidade Tua Senhor, me inspira a sempre voltar

Diante de Ti, diante da cruz
Avante eu sigo, te busco ó Luz
Diante de Ti, meu Senhor e meu Deus
Diante de Ti, meu Senhor e meu Deus”



Ailton Domingues de Oliveira
25/10/11

Eu te vi

“Eu te vi...
Nos meus sonhos distantes
Nas terras verdes de águas cristalinas
Surgindo por dentre as fontes
Fazendo da cortina d’água
Como que o seu véu

Eu te vi...
Caminhando ao meu lado...
Em passos simultâneos e sincronizados
Voando em meio as estrelas
Pairando por sob a lua
Nem nua nem crua
Somente a lua por seu clarão

Eu senti...
Tão quão suave seu toque
Tão quão bela sua fisionomia
Tão quão macia sua pele
Tão quão fulgurante seu semblante
Tão quão única

Eu te senti...
Irradiando teu sorriso
Exalando teu perfume
Transformando o meu sentido
Impactando meu pensamento
Descompassando minha razão

Eu...
Você...
Você, esperança
Nem adulto nem criança
Nem razão nem emoção
Nem vida nem morte
Nem alegria nem tristeza

Na incerteza unilateral do caminhar
No vulgo bater asas e voar
Na distinta lucidez entorpecida
Simplesmente redescubro
A cor, o sabor e o valor
Da vida..."

Ailton Domingues de Oliveira
20/10/11

Diante das irregularidades eu penso

“Diante das irregularidades dos fatos
Da ausência dos atos
Do rumo dos passos
No circulo viciado
Em que o horizonte é mero sonho
Vivo um presente destemido
Temperado com nostalgias e alegrias
De um passado desnivelado
Saudade do inexistente
Meta de alcançar o ego
Demagogia mundana

Diante das irregularidades do verbo
Da presença do medo
Do acordar bem cedo
O sofrer também é aprender
O buscar também é viver,
E as vezes, perder
O correr é também sobreviver
Nas lutas, brutas e injustas
Sou broto, semente germinada
História guardada
Sou por quem vivo
Sou por quem me amou
Sou a intransigência
A eloquência, a audácia, a coragem
Ora assombrada, o medo disfarçado
A química do sol e a lua
Sentir sem tocar
Querer sem poder
Beijar sem sentir
Grito calado
Choro o sentimento
Brutalidade do amor
Dor que corrói...

Apenas quero
Apenas sinto
Apenas... almejo
Traquejo, fraquejo, bocejo para a lua
Nua, crua, solitária sem estrelas
Tempestade, maldade, felicidade
Caminho solitário de um só,
A dois, a três
Sem porem, sem talvez
Janela do tempo
Da vida e da alma
Que o corpo inflama
Reclama, chama e ama
Sentimento despido, cozido, cuspido
Limiar da loucura
Tão bela e tão dura
Costura do tempo, momento...
Amor sem talvez
Fruto seguro, tão lindo, tão puro
Herança eterna, divina, traquina
Que ilumina
Meu sentido
Quando a escuridão
Por hora me assola...”

Ailton Domingues de Oliveira
18/10/11

Passos

“A chama que me aquece
Nesse frio que a alma supera
Está no olhar do broto que Deus me concedeu
A esperança que desponta
Com a primavera do sentimento
Os raios que iluminan
Feito a Divina presença personificada
As trilhas que foram desviadas
E os caminhos que não tiveram fim
O sofrer amargurado dos passos perdidos
O semblante torturado do espaço cedido
O sangue que corre nas veias
O fogo que culmina no olhar
Num vôo desregrado
Iludido, empurrado
Que tem seu retorno
Como quem da batalha se fere
Momentos...
Que o tempo se faz necessário
A recuperar, decidir, recomeçar...
Seja lá ou aqui
Seja só mas com Deus
Seja na tristeza mas com esperança
Seja na morte mas que a vida não tenho sido vã...”

Ailton Domingues de Oliveira
30/09/11

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"Casa de Mãe"

Casa de mãe é assim
Tem sempre uma cama
Ou um colchão que seja
Tudo no seu devido lugar
Por mais bagunçado que esteja

Casa de mãe é assim
Tem comidinha que a gente gosta
E a gente gosta é de estar lá
E saborear um simples arroz com feijão
Ficando ali ao redor do fogão

Casa de mãe é assim
Os filhos descansam
Os netos bagunçam
Tudo pode, nos dá paz
É refúgio, é alegria, satisfaz

Casa de mãe é assim
Encontros, discussões
Lágrimas, entendimentos
Alegrias, emoções
Amor em todos os momentos

Casa de mãe é assim
A gente abre o olho
Cresce, apanha quando criança
Amadurece, sai, sente saudades
E revive a nostálgica lembrança

Casa de mãe é assim
Com ou sem goteiras
Sempre há algo por se fazer
É ponto de chegada e de partida
Recordação e saudade que faz doer

Casa de mãe é assim
Há muito pra se recordar
Há muito pra chorar
Há muito pra conversar
É eterna, desde o seu ventre...

Casa de mãe é assim
Meu templo
Meu solo
Meu refúgio
Meu consolo
Minha esperança
Minha história
Minha vida...

Ailton Domingues de Oliveira
(14/12/11)

"Nada pode ser igual"

"A cada tempo
Em cada dia
No silêncio e na oração
Nada pode ser igual
Céu e estrelas
Nuvens e chuvas
Flores e frutos
Amores e dissabores
Na intimidade do coração
Nem mesmo a canção
Será cantada da mesma forma
Mas, tudo poderá ser diferente
De um novo jeito
Totalmente diferente
Os mesmos protagonistas
Uma história diferente
Nas gotas da vida
Respirada e sentida
Em cada toque
Em cada olhar
Uma resposta de um por quê
Divina por si só
Dom agraciado
Páginas em branco
Preenchidas, às vezes, rasuradas
As vezes, indecifráveis
Mas, ao voltar os olhos pro céu
Só um é o motivo
O dom da vida
Na capacidade inconstante
De fazer em cada manhã
Uma nova etapa
Nada pode ser igual
Mesmo os erros e acertos
Tudo tem o direito de ser diferente
Tudo tem o toque sutil
Das mãos do Onipotente
Tudo será diferente
Sem incógnitas
Sem barreiras
Tudo estará sob o olhar de Deus..."

Ailton Domingues de Oliveira
(14/09/11)