terça-feira, 28 de abril de 2020

Sobre o tempo, sobre nós



Sobre o tempo que passou
Perguntas que esse mesmo tempo se encarregou de responder 
Dúvidas e respostas que vieram em seu tempo determinado
De um tempo não medido, não correspondido
Ora derrotado, ora perdido
Ora bandido...

Sobre o tempo que restou
Esperança de uma eternidade pulsando no peito
Sentimento infinito, sem trégua, sem janela, sem jeito
De um tempo tardio, mas em tempo, no tempo perfeito
Ora demorado, ora molhado
Ora bagunçado...

Sobre o tempo que virá
Pesar por não controlar, no olhar a incerteza
Sorriso enaltecido no retrato escondido de sua beleza
De um tempo de alegria, esperada alforria, a debruçar-te sobre a mesa
Ora atrevido, ora ousado,
Ora abusado...

Sobre o tempo que se vive
Noz de esperas 
sobre o tempo que demora
Tristeza quando finda o tempo e já deu hora
Renova-se o ciclo, novo dia, novo tempo, o de agora
Sinais e silêncios, céus e cenários, 
Tempos sobre o tempo
que não se apaga
e se vive a esperar...
Ora bandido,
Ora bagunçado,
Ora abusado...
Jamais esquecido!





quarta-feira, 1 de abril de 2020

Retratos e canções



Caminhando sem destino pelos becos da vida
Em busca de um sentido já esquecido no canto
Na face oculta em que derramei tanto pranto
Eis que um brilho acalenta a alma partida

Instinto selvagem de um coração em fuga
Que reluta contra o tempo em busca de mais tempo
Perseguindo o sonho de um possível momento
Eis que um sorriso uma lágrima enxuga

Cada retrato de um sonho narrado 
Uma pintura se tece sem contato
É a esperança e o desejo irrestrito
Eis que desponta um amor destemido

Espera de outras vidas já sonhadas
Canções que se tornam recantos
Poemas que devolvem o encanto
Eis que a melodia é toda bagunçada

Um olhar, um sorriso, um toque, a magia
Razões e emoções que se tornam melodias
Enlaces espontâneos no tom mais que perfeito
Eis que amor se perpetua por direito

Amar-te como se fosse o último suspiro
Retratos e canções de uma intensa lua
Que testemunhou o encontro da alma nua
Eis que seu coração é o meu recanto e seu corpo meu cativeiro

Seguindo sem plano



Na ausência e no silêncio
Se perpetua a saudade e a lembrança
Do olhar e do andar sobre o tempo
Da chegada ao encontro
Um misto de sensações
Mistérios que dispensam explicações
Na incerteza de um amanhã
Resplandece em brilhos de esperança
A única certeza que nos enlaça 
Até a chegada da noite escura
Em que a magia do encontro
Sob a luz do luar
Que transpassa os corações 
Destinados a se amarem
Desde outras vidas
Para além da eternidade

No plano que o desejo tece
Sigo sem planos quando a vida acontece
Nem de mais nem de menos
A vida é perfeita do jeito que é
Sonhando quando a realidade é dura
E dançando sob o ritmo da nossa dança 
Sob aquele espaço no tempo que burlamos
Para resgatar e reafirmar o compromisso 
De sentimento, de alma e coração
Tão perto do céu do seu olhar
Mesmo quando não posso tocar
A mistura do cheiro e de cada ato
Que se emoldura em minha mente 
Eternizado, feito um retrato 
De pouquinho em pouquinho seguimos
Até o encontro das estradas,
Que nos guiará para além da eternidade

Celebrando a dádiva de cada dia
Em cada tempo dessa nossa estadia

Na espera de um novo dia, um novo tempo...