quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Igreja rachada - as sub-religiões do poder

 Papa Francisco, humildade e simplicidade


A muito tempo que a Igreja Católica vem se rachando e subdividindo. Como tudo o que envolve poder, nesse âmbito religioso, o qual deveria ser regido por questões vocacionais e fins espirituais, a batalha por conta da divergência de interpretações e pensamentos ganhou mais status que a diversidade dos carismas.

É entendível que o fim para o qual a religião fora criada seja para o bem. O propósito deveria ser um caminho único regado de "flores", que representam a diversidade, e regrado por um único tom, o amor. Acredito que foi isso que o próprio nazareno propôs no período que habitou a Terra. A sua igreja, ou melhor, o seu legado, seria única e simplesmente a continuidade de sua obra ao qual pode-se resumir em amor, caridade, doação, amizade, dentre outras coisas mais.

Não se passou muito tempo de sua morte até que as divergências começassem e perdurassem até os dias atuais. A briga hoje é muito mais ampla e também muito mais interna. Os bastidores dessa estrutura hierárquica guardam segredos e absurdos que muitos mortais jamais poderiam imaginar. A disputa pelo poder segue em discursos carregados de ódio e pautados na tal "santa doutrina", que de santa foi somente na intenção, ou nem isso.

Considero que duas Igrejas pleiteiam a continuidade de seu legado: a igreja representada por Francisco e a igreja que está na contramão de Francisco. Existem sim as subdivisões em cada trincheira, bem como as guerrilhas entre os sub-grupos, mas o que está escancarado é a tentativa da oposição a Chico em derrubá-lo a qualquer custo e a qualquer sangue.

O Papa Chico vem fazendo verdadeira revolução na estrutura eclesial e aqueles que estão ornados de penduricalhos de ouro e outras pompas mais são os mais atingidos. Ele também tem dado toda a importância para o simples, a pobreza, os verdadeiros excluídos da sociedade e é justamente aí que seu dedo toca na ferida do poder. Nesse momento o adversário de Chico ganha aliados políticos pois mexer na pobreza é atacar diretamente à politicagem corrupta que rege a sociedade, bem como ao poder, ao dinheiro, ao status e principalmente aos políticos.

Portanto, religião e política caminham juntas sim, quer seja para o bem, quer seja para o mal. A maioria pratica a 'arte do bem para si' e os poucos que tentam estender essa arte ao povo são contidos, reprimidos e muitas vezes mortos. A igreja da contramão é muito mais política do que santa. Sua santa doutrina serve apenas para os papagaios repetirem quando há algo que lhes convém. A deturpação é grande e a hipocrisia é maior.

Chegará um momento que as facções religiosas serão tantas quanto o número de partidos políticos que disputam as eleições. Resta saber se haverá público suficiente para todos. Enquanto isso, uma coisa é certa, poucos restarão na frente principal que luta pelo bem comum. Há quem se sinta bem do jeito que está. Um dia, lá atrás, noutras eras, talvez, essa tal religião tenha sido real e verdadeira em sua essência. Hoje, não mais...

Cardeal Burke, extravagância, poder e hipocrisia.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

É o que se tem pra hoje: AMOR!


A experiência ocorreu num ambiente que, literalmente é deixado de lado pelo poder público e por todos aqueles que fazem promessas antes de serem eleitos. A saúde pública sobrevive à deriva, ao relento, sob os desmandos dos políticos. E haveria linhas e linhas para se narrar acerca do que podemos presenciar em apenas alguns minutos pelas recepções e corredores das UAIs (Unidade de Atendimento Integrado) mas o foco é outro.

O que se espera quando a necessidade (emergência/urgência) te obriga a procurar um local como esse, a UAI, é um mínimo de respeito à sua pessoa por parte dos funcionários que ali estão. Entende-se bem o desgaste físico e emocional de quem trabalha nessa área uma vez que faltam verbas para as despesas básicas, para os itens necessários ao atendimento e, às vezes, até o salário. Mas, uma coisa é certa, quem procura esse "socorro" não o faz por prazer e já sabe em seu consciente o que irá enfrentar a partir do momento que pisa num local desses. 

Estive numa dessas unidades no dia 01/08/18. Deixo o motivo para outro momento. Adianto apenas que era uma necessidade em caráter de urgência. Recepções lotadas, corredores abarrotados e funcionários que sequer respondem educadamente a uma simples dúvida. Crianças chorando no colo de suas mães, idosos em macas, gestantes e pessoas com as mais variadas expressões de dor, desconsolo e lágrimas, fazem parte do cenário que presenciei em pouco mais de meia hora.

De todos os funcionários que ali estavam naquele período, passando pela recepcionista, o setor de triagem, enfermeiras e médica, uma única pessoa... sim, uma única mulher não me permitiu perder a esperança, a fé e a paciência. Foram aproximadamente três trocas de palavras e bem curtas, mas que, pela forma com que ela atendeu fizeram toda a diferença. 

Desnecessário descrever as características físicas dessa profissional mas é sublime poder descrever um pouquinho de sua generosidade e amor ao que faz com tanto zelo. Perdi a oportunidade de saber o seu nome mas jamais esquecerei o tom de sua voz e a forma carinhosa de tratar a todos e todas.

"Meu bem o que você está precisando?", "Oh meu amor, se você precisar volte aqui mais tarde, viu?". Narrando esse contexto por aqui com certeza não dá pra expor a dimensão desse atendimento ímpar. É justamente isso que a maioria das pessoas que adentram as UAIs precisam ouvir e sentir, um amparo incondicional, atenção e respeito. Ela não sabe que melhorou imensamente aquele momento e eu só posso ser grato por ter tido o privilégio de ter cruzado esse caminho. Ela só deu o melhor de si: AMOR. 

Nem tudo está perdido. Ainda há esperança. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Sobre as cartas, o que sentes?


Em muitas vezes somos o único ouvinte de nossas vozes mais profundas. A realidade já é certa, tanto quanto o destino final que nos aguarda em algum momento na linha do tempo. Em diversas situações nos abrigamos em nosso próprio calabouço e de lá nos comunicamos de diversas formas. 'Cartas para o calabouço' e 'do calabouço' referem-se a um diálogo entre as vozes que habitam em nosso íntimo. Talvez, a possibilidade única de expressar as maiores dores, tensões bem como esperança e sonhos. 

Segue abaixo a sequência das cartas em ordem cronológica. Cada título é um link que dá acesso a uma das 'Cartas para' e 'do calabouço':









É sempre interessante e importante saber o que tais cartas refletem e despertam no pensamento de quem lê. Caso sinta interesse em partilhar, envie email para: ailton.domingues.oliveira@gmail.com.

Até +

Sobre as cartas, o que vês?


Aqui no Escritos em Tempos, tem uma sessão chamada 'cartas' em que compartilho alguns pensamentos formados ao longo do tempo. Seguem como conflitos que envolvem principalmente questões sociais e de fé, e que por sua vez acabam correlacionando com outras áreas como política, moral, filosofia. É possível também encontrar o viés de uma reflexão a partir do olhar e do estado de cada personagem. 

Segue abaixo a sequência das cartas em ordem cronológica. Cada título é um link que dá acesso a uma das 'Cartas em tempos':

I - Cartas em tempos - da guerra














É sempre interessante e importante saber o que tais cartas refletem e despertam no pensamento de quem lê. Caso sinta interesse em partilhar, envie email para: ailton.domingues.oliveira@gmail.com


Até +