terça-feira, 19 de abril de 2011

O treino, a persistência, a dedicação e a disciplina

            “...’O velho sábio então disse sobre seu aprendizado. Durante toda sua vida escutou os mesmos princípios contido nas mesmas histórias contadas por seus mestres. Muitos e muitos anos se passaram e a conclusão que o sábio chegou era de que a cada vez que ouvira as lições contidas nas histórias, encontrava uma nova razão, uma nova interpretação, uma lição diferente, uma mística cíclica que renovava o seu espírito e lhe abria a janela da alma...’
            Pensar que se sabe tudo é mais que prepotência, é o resumo da ignorância. Ouvir é uma necessidade básica de todo sábio. Treinar o ouvido é treinar a alma para a sabedoria. Sabedoria que não se obtém pela inteligência, mas pela humildade.
            A persistência em manter-se de pé, firme e à disposição é a prova de quem quer vencer a si mesmo, seus desejos mundanos e fazer viver, nascer e frutificar o que há de melhor numa pessoa.
            A dedicação e a disciplina nos levam e nos mantém num caminho seguro e fiel. Dedicar-se a um projeto, ter disciplina nos métodos para atingir objetivos são virtudes essenciais para um caminhar seguro e com chegada real.”

Ailton Domingues de Oliveira

19/04/11

sábado, 16 de abril de 2011

Palavras a Jesus

“Donde tirastes as palavras que aquele servo,
Momentos antes, externamente eu o julguei?
Como falastes as coisas eu já sabia,
Por bocas que nem ouço mais?
Como me destes os olhos que leram e refletiram
Aquelas palavras, também ditas a Pedro?
Fizeste-me inspirar a esperança
E expirar todo o medo.
Deste-me a única certeza que possuo
Para me segurar com todas as forças.
Instalastes em meu coração teu olhar
Como raízes consistentes que se fixam cada vez mais.
Deste-me a maturidade de pensar, ouvir, refletir teus desígnios,
Viver teus projetos e mudar a minha vida.
Que queres de mim, Senhor?
O que queres que eu faça?
Não me basta apenas dizer que estou aqui...
Estiveste sempre comigo, eu sei,
Por mais que não fizesse questão de Te enxergar.
Fizestes apaixonar-me por tua vida, tua história, teus sinais...
Conduz-me então pelo verdadeiro caminho que planejas para mim.
Se meu fardo é esse ou maior, então,
Dá-me a força de que preciso para carregá-lo.
Abre-me as portas que hoje tanto preciso
Sede para mim o único Senhor!
Não me deixes mais ver com os olhos da carne.
Faze-me Tu, aprendiz eterno, instrumento fiel
De Tua vontade...
Amém.”

Ailton Domingues de Oliveira

16/04/11

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Aliança de Deus, a Aliança em Jesus

            “O Deus de Abraão deixa explicitamente claro o preceito dado a ele: ‘guarda a minha aliança, tu (Abraão) e a tua descendência para sempre’. (Gen. 17,9)
            O pacto que Deus faz com Abraão, o compromisso, a Aliança, foi uma promessa sem igual, devido ao respeito que ora Abraão mantinha com Ele.
            Guardar a Aliança é antes de tudo honrar tal compromisso estabelecido, bem como viver na honradez, respeitando os preceitos de Deus.
            Reforçando essa tese de que Deus tem esse compromisso e é fiel ao povo que o escuta, no antigo testamento (Gen. 17,3-9), Jesus vem reafirmar a Aliança no novo testamento (João 8,51) ‘se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte’.
            Guardar a ‘Aliança’, guardar a ‘minha palavra’. No primeiro testamento Deus fala diretamente a Abraão e garante a sua vida e a de sua família. No segundo, Deus fala através de Jesus, prometendo a vida eterna para quem ouvir a Sua palavra.
            Ao professar tais palavras Jesus foi acusado de ser um endemoniado, um herege. Foi motivo de zombaria. Não foi levado à sério pelos doutores da lei, ao contrário, foi um grande incômodo, e no íntimo deles gerou-lhes o medo.
Foi considerado um ousado, um revolucionário, um perturbador da ordem. Suas palavras libertadoras vinham de encontro com uma sociedade alienada por seus governantes. Ao romper a barreira do poder e dar significado à vida e vida ao povo foi necessário impor-lhe o silêncio, nem que o preço fosse a morte.
Quanto mais falava de Sua Paternidade Divina, do Deus que ora chamava de Pai, e que Dele era Um enviado, mais aguçava o ódio dos judeus.
Gritavam eles dizendo que ‘mesmo Abraão, um profeta já havia morrido, quem dirá ele, Jesus, sobreviveria vencendo a morte’. Os judeus O ironizavam. O consideravam um desordeiro que queria ser maior do que qualquer outro profeta já existido. Quanto mais Ele falava de maneira íntima de Deus, Seu Pai, mais irritados eles ficavam.
O momento mais tenso se deu quando Jesus se referiu a Abraão, afirmando que já existia antes mesmo dele. Falar dos que eram tidos como ‘homens de Deus’, os profetas, de maneira íntima e despretensiosa, sem dúvida tornava aquele gesto aos olhos dos judeus mais que uma afronta.
‘Antes que Abraão existisse Eu sou.’ Este foi o estopim daquele momento. Foi preciso que Jesus se escondesse e saísse do templo. Acredito que, por mais que soubesse dos seus desígnios, dados por Deus, mesmo assim sentiu medo. Medo de sofrer antes da hora e de repente ver seus projetos acabarem ali.
Jesus foi humano, e como tal sentiu as sensações que nós sentimos. Angustiou-se com as injustiças, sofreu com o sofrimento e a dor dos outros, compadeceu-se dos excluídos, teve amigo e foi traído e abandonado.
Jesus, simplesmente, o rosto humano de Deus, foi e continua sendo a Aliança Única de vida eterna...”

Ailton Domingues de Oliveira

14/04/11

Vaidade das vaidades


            “...’Vaidade das vaidades, tudo é vaidade...’
            O ser humano reúne-se em grupos desde os primórdios. A família é primeiro grupo social ao qual o indivíduo pertence. A escola, a igreja, o time de futebol, as associações diversas como as de moradores de bairro, os conselhos, as pastorais, os amigos de pescaria ou mesmo os do churrasquinho aos finais de semana, enfim, nós nos agrupamos por afinidade, seja por paixão, doutrina religiosa, esporte, lazer, convicções, ideologias ou filosofias de vida.
            Buscamos sempre o crescimento do lado ao qual pertencemos. Fazemos questão de convencer pessoas próximas a experimentar e aderir às nossas idéias e nossa causa.
            Qualquer desses grupos por mais perfeito que seja em suas regras e objetivos, por se tratar de homens e mulheres, a falha acontecerá naturalmente.
            A busca pela perfeição é uma meta pessoal ou coletiva. Os objetivos que se visam são resultados harmoniosos e expansivos, onde se almejam, com atitudes coerentes e dignas arrastar de maneira exemplar, mais e mais adeptos que partilhem das mesmas idéias.
            A falha do sistema pode gerar decepção. E esta pode afastar ao invés de criar motivos que o permitam acreditar e continuar.
            A vontade de melhorar é grande, indistintamente grande. O sistema é perfeito em sua criação. O manuseio têm vácuos, e possibilidades de gerar decepções. Afastamos do sistema, mas pela decepção em sua gestão.
            Trata-se de pessoas, homens e mulheres que mais cedo ou mais tarde, por mais próximos que sejam serão motivos de alguma decepção. Impossível adentrar num sistema ou grupo onde este atenda os interesses de todos.
            Os grupos são formadores de opinião, de caráter, de doutrina, de ideologia. São fontes riquíssimas de crescimento, de debate, de idéias.
            Por mais sensata que uma pessoa possa ser e por mais que se esforce em manter-se coerente, num determinado ponto, falará por si só o seu ego, a sua vaidade...
            Dentro de salas, nestes grupos reunidos, é fácil e bonito falar e ouvir. Fora, do lado externo, colocar em prática é uma luta constante e diária, travada de maneira íntima e solitária. Mesmo assim, a vaidade endurecerá os corações, egos e ânimos.
            Atingiremos a sabedoria gradativamente à medida que buscarmos nos desvencilhar do passado, do velho, dos erros, à medida que deixarmos de ser escravos de nossos atos impensados e buscamos ir alem das sombras de nosso corpo.
            A sabedoria é uma verdade que liberta, que nos amadurece, e também nos endurece...”

Ailton Domingues de Oliveira

14/04/11

terça-feira, 12 de abril de 2011

Como não se render aos Seus encantos e prodígios?

            “Somente um olhar... Era o que Ele tinha e o que podia oferecer. Nada mais restava à ela...
            Uma sociedade machista, excludente, onde a mulher era tida como propriedade e servia para a procriação. Em nada mais lhe havia serventia.
            Aquela mulher trazida pela multidão até onde Jesus estava, humilhada por ter sido pega em adultério. Nada lhe restava, apenas o chão, a lama, a desonra...
            Jesus tinha algo para ela: um olhar. Um olhar somente, foi o que bastou para que a transformação acontecesse.
            Diante daquela gritaria, aquele empurra-empurra, todos almejando a punição, o fim daquela persona sem honra, Jesus escreve na areia...
            A Ele também, sem opção de se manifestar, externou naquele momento somente o seu mais puro olhar. Toda sua força e compaixão estavam expressos ali.
            Foi o que bastou.
            Num levantar, uma única frase: ‘quem não tiver pecado que atire a primeira pedra’.
            Voltou-se para o chão, a continuar o que ora fazia. Pouco a pouco a multidão se dispersava. Somente Ele e a condenada restaram.
            ‘Onde estão eles?’... ‘Eu também não te condeno.’... ‘Vá e não tornes a pecar.’...
            A forma doce e revolucionária, calma e contagiante, serena e expansiva de Jesus se manifestar é o maior tesouro deixado até os dias de hoje.
            Um sistema radical, numa sociedade excludente, que ambos vitimizavam cada vez mais os excluídos da época. Ele, vem de encontro e abraça a causa. Trás para Si todos os já condenados aos olhos do mundo.
            Chama o ladrão na Cruz de irmão; convida o cobrador de impostos a segui-lo; liberta a prostituta; cura a hemorroína, essa por sinal era eternamente condenada. Por sua hemorragia constante era discriminada pela sociedade e até pela família. Tudo o que tocava era considerado impuro. Não havia perspectiva de conseguir um marido. Vivia à mercê de seu destino... Que destino?!
            Agarrou-se na única chance que acreditava. No meio da multidão Ele sente um puxão diferente. Ela corria o risco de ser ainda mais massacrada caso alguém a visse tocando no manto de outra pessoa... no manto de Jesus.
            O risco valeu a pena. ‘Quem me tocou? Alguém me tocou de maneira diferente. Senti uma força saindo de Mim.’ Ela se apresenta diante de Jesus, com medo, com receio de todos à sua volta.
            Jesus foi contra todo tipo de estereótipo e exclusão. Libertou e curou pessoas nos sábados, considerado impróprio para se fazer qualquer tipo de milagre neste dia.           Abraçou a esta também...
            ‘Vai em paz, a tua fé te salvou.’...”


Ailton Domingues de Oliveira

12/04/11

Comentário - Daniel 13,1-62

             “...Na tentativa de ter aquela mulher, os dois anciãos armaram contra ela, porém a sabedoria de um jovem iluminado por Deus fez a justiça brotar.
            A penalidade que aquela mulher sofreria seria a morte por apedrejamento, tendo em vista que as leis e costumes da época consideravam o adultério um crime.
            O jovem Daniel, iluminado, sugeriu para colocarem os anciãos separados e novamente ouvi-los, um de cada vez. A sentença, agora, era dada contra eles.
            A justiça de Deus foi severa e compadeceu-se de seus menores. A mulher, sempre vitimada por aquela sociedade, excluída e sem vez, não precisava mais que dois testemunhos contra ela para que fosse sentenciada. Não bastariam dez testemunhas a seu favor para livrá-la da penalidade.
            Os anciãos ao se enrolarem nas respostas tornaram-se merecedores da crueldade que ora tentaram contra aquela mulher.
            Ela preferira a morte por apedrejamento a render-se às chantagens dos anciãos. Homens bem vestidos e tidos naquela sociedade como pessoas de rigorosa moral, idôneas e influentes.
            Deus agiu através de seu servo, o jovem profeta Daniel. Neste dia foi salva a vida de uma inocente serva de Deus. A justiça veio através da sabedoria divina.”

Ailton Domingues de Oliveira

12/04/11

Pode ser



"Um dia, abri os olhos. Era mundo. Aqueles seres, ora estranhos, tornaram-se referências. Ele, o herói, o trabalhador, sinônimo de responsabilidade, exemplo a ser seguido. Ela, a guerreira, sincera, responsável por toda ordem e o bom andamento, o pilar que sustenta a casa. 

Um dia, ele se foi. Ela permaneceu e mesmo diante das rachaduras que os seus pilares apresentavam manteve-se firme. Suas explosões de tristeza sempre aconteceram no silêncio de seu coração. Jamais algo transpareceu que a deixasse vulnerável perante a nós.

Cresci, crescemos. Mudanças e amadurecimento. Deslizes, tombos, machucados, cicatrizes e mãos que nos levantavam. Falta de respostas e de palavras. Apenas o silêncio e a presença de quem torcia pelo bem e pela superação da dor. Tinha em mim apenas o sentimento de fazer e dar o melhor quando eu fosse e estivesse na posição que vocês ocuparam.

Chegou a minha vez. Um dia, eu vi os olhinhos se abrindo. Éramos o mundo pra ele. Eu fazia parte do seu mundo estranho. Procurei ser o seu herói e sua referência. Exaltei nossa amizade, companheirismo. Senti muito a sua falta durante minha ausência. Resolvi mudar o rumo da vida. Voltei para perto de você. Troquei a minha vida...

Pode ser que isso não seja nada para você quando crescer, amadurecer e entender. Pode ser que no seu pensamento não fiz nada além da minha obrigação. Pode ser que a casa da árvore, você a reconstruirá aos seus filhos com mais engenharia. Pode ser que as aventuras que vivemos no quintal não passem de teatrinhos do mundo da imaginação. Mesmo assim eu apenas te direi que foi por amor...

Pode ser que minhas maiores tentativas de acertar e fazer o melhor não tenham passado de atitudes ultrapassadas e sem valor. Pode ser que eu quis te dar toda a minha atenção e no final você não percebeu minha intenção e a presença tenha se tornado vã. Mesmo assim eu apenas te lembrarei que não me arrependi de nada e a cada chance que houvesse de fazer e ser melhor, faria com garra. Pode ser que minhas broncas tenham te levado a pensar que sou insensível e que por ora tenha nos causado distância. 

Pode ser que minhas cobranças por você fazer sempre o melhor tenham se tornado massantes e periódicas. Mesmo assim eu te direi que gostaria de vê-lo fazendo o melhor, o bem; que alcançasse um amadurecimento com responsabilidade para que mais tarde não sofresse e não desonrasse aos seus.

Pode ser que nada disso tenha servido ou valido a pena mas eu estarei sempre ao seu lado, sempre lembrando o valor da nossa relação, da nossa amizade, e o quão grande e precioso é o nosso sentimento. Que, independente dos tropeços que dermos nas estradas da vida, nada mudará o que Deus escreveu nas linhas de nossa história: somos Pai e Filho.

Com você também tornei-me aprendiz. Muitas vezes peguei-me a pensar na sua inocência de ser filho e no significado que esta palavra trás. Então, voltei-me para os meus pais de forma amena e repleto de disposição para mudar e ser melhor e resgatar os elos que outrora foram abandonados.

Pode ser que o tempo me impeça de correr com você mas eu estarei te esperando quando você correr na minha direção. Somos mais que pai e filho, somos a sintonia do amor, as Graças e Bênçãos de Deus em nossas vidas, a vontade de acertar e fazer o nosso melhor.

Ah, eu quero também te lembrar, assim como você me pediu, será um prazer brincar de vovô com seus filhos. Espero que eles gostem de casa na árvore. Por hora, apenas tenha certeza de que te amo.

Meus pais, obrigado. Saudades."

Ao meu filho, presente de Deus.

"Todo azul do mar"

Ailton Domingues de Oliveira
12/04/11

terça-feira, 5 de abril de 2011

O medo do silêncio

            “Por quantas vezes deixamo-nos de parar em nossa corrida diária? Vivemos acelerados e ofegantes, sem darmos conta do que deixamos passar à nossa volta.
            Detalhes importantes de nossos familiares e amigos ou mesmo colegas esporádicos, aos quais poderíamos ser úteis ou aprender e edificar.
            A inquietude, em vezes, é obra do nosso medo. Medo de nos deparar com as verdades e diretrizes de nossa consciência.
            Somos cobrados por nós mesmos. Temos o receio de nos ouvir, ouvir a voz da verdade, a voz Divinamente manifestada em nosso coração.
            Melhor assim. Conveniente talvez. Viver nos atropelos da correria, nos desculpando com o tempo que nos falta diante de tantos compromissos.
            Um dia esse tempo nos fará falta. Lembraremos que tínhamos a chance de desacelerar. Um dia precisaremos nos encarar no tribunal do julgamento onde o “eu egoísta” será o réu e o “eu consciência”, o sentenciador.
            O medo é superável. Sempre teremos a opção de prosseguir, parar ou retroceder. Claro que cientes de que o retrocesso não poderá recuperar elos perdidos mas nos dará subsídios para alicerçar e caminhar de maneira correta.
            O silêncio é o momento do meu encontro com Deus, com as regras e leis da boa conduta. Momento de organizar, rever, planejar e compreender, a sós porém.
            O silêncio nos obriga a encarar o medo nos olhos. O silêncio nos faz pensar, meditar, e reeditar alguns trechos de nossa história.
            Enquanto não encaramos esse medo somos apenas platéia. Precisamos subir no palco de nossa história, tornarmo-nos protagonistas de nossa vida e assumir o nosso verdadeiro papel, enquanto ainda existe tempo...
            Que o medo se transforme em força, fé e luta!
            Que o silêncio seja o nosso verdadeiro encontro com Deus e os irmãos.
            Que o medo do silêncio seja uma oração de agradecimento, de edificação, de encontros...”

Ailton Domingues de Oliveira

05/04/11

Comentário - Evangelho de João 9,1-41

“...’Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego...’
            De que materiais ou argumentos Ele precisaria para resolver o problema deste cego? Nada. Nenhum. Bastaria um piscar de olhos ou um estalar de dedos para que o ele voltasse a enxergar.
            Jesus usou de símbolos, usou de simplicidade, contrariou os costumes de não se trabalhar ou fazer qualquer coisa em dia de sábado para mostrar a todos a verdadeira manifestação de Deus.
            Os fariseus manifestaram-se contra Jesus, dizendo que ‘Ele não era de Deus, pois não guardou o sábado, conforme as leis e os costumes antigos’.
            O novo causa medo, e os doutores da lei, os judeus, ameaçaram com expulsão do a quem declarasse que Jesus era o Messias.
            Tais doutores detinham o poder e de repente chega um judeu que cura, salva e liberta com gestos simples e humildes, sem preservar leis ou costumes e que por ora não influenciavam em nada. O temor de perder tal poder os assolou...
            Então, as tramas contra Jesus, para incriminá-Lo, culpá-Lo e posteriormente matá-Lo aumentavam.
            ‘Porventura também nós somos cegos?’ perguntaram os fariseus. Jesus apenas responde: ‘Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas, como dizeis ‘nós vemos’, o vosso pecado permanece’.
            Enxergamos tudo e com clareza, mas ainda não vemos além do que os olhos mostram. Não vemos a essência.”

Ailton Domingues de Oliveira

05/04/11

Comentário - Efésios 5,8-14

“’A partir do batismo somo novas criaturas; por isso, devemos agir com bondade, justiça e verdade.’ ‘...Éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor...’
Como nossa conversão deve ser diária, torna-se mais que necessária e constante a luta contra nossos vícios e paixões. A cada momento em que adquirimos, conquistamos ou ganhamos gotículas de sabedoria tornamo-nos mais e mais responsáveis por nossas atitudes, impensadas ou não.
Se semeamos coisas boas, ótimo, Mas se plantamos um limoeiro, não podemos exigir que o seu fruto seja doce.
Diante dessa responsabilidade, ao nos tornar cientes das Leis da Sabedoria, não podemos simplesmente vendar os olhos e dizer que somos leigos. A verdade é libertadora! E justamente com esse conhecimento da verdade, adquirimos maior responsabilidade. Tornamo-nos fonte de luz diante de Deus, e por tal seremos veemente cobrados.
Assim diz São Paulo: ‘Tudo o que é condenável torna-se manifesto pela luz; e tudo o que é manifesto é luz’. Sendo assim, tudo o que fazemos, nada escapa aos olhos da Sabedoria Divina.
A partir da nossa consciência que ganha crescimento em virtude e sabedoria, quando caminhamos por bons caminhos, somos diferentes num mundo que se perde constantemente em valores fugazes, profanos e vazios.
A luta é constante, diária e o nosso pior inimigo não mora ao lado, ao contrário, vive enclausurado em nós, em nosso íntimo. A maior batalha se trava no centro do coração, nas janelas da consciência.
A inteligência se adquire mas a sabedoria nos é dada conforme o merecimento. Existem homens dotados de inteligência mas que vivem num mundo de valores supérfluos, infelizes por sinal. E quantas pessoas que conhecemos, que habitam em verdadeiras taperas, dotadas de extrema sabedoria e felicidade, sem ao menos saber ler e escrever seu próprio nome?
‘Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá’.”


Ailton Domingues de Oliveira

05/04/11

Comentário – 1 Sm 16,1.6 – 7.10-13

“’Deus não age segundo os critérios humanos: Ele vê o coração dos homens, não a aparência...’
Quantas e quantas vezes distinguimos uma pessoa de outra meramente por suas aparências? Julgamos e condenamos na sala de audiência secreta de nosso íntimo segundo nossas leis, ou melhor dizendo, os nossos critérios e costumes. Dificilmente a pessoa que se tornou ré em nosso tribunal escapará ilesa, sem nenhuma penalidade.
Em noventa e nove porcento das vezes que o nosso juízo íntimo age com recriminação somos enganados pelos olhos, a janela da alma, e ao longo do tempo, este, se encarrega de nos mostrar o quanto erramos.
Claro, que sempre aguardamos um deslize deste réu que outrora condenamos para depois dizer que ‘com certeza havia algo de errado com ele que não nos soava bem’. Como se nós jamais tivéssemos errado ou hesitado!
Assim, Samuel, um profeta, também deixou-se enganar pela aparência. Acreditou ser Eliab, filho mais velho de Jessé de Belém, o ungido do Senhor. Ao contrário do que seus olhos mostraram-lhe, o escolhido foi o filho mais novo dentre os oito filhos de Jessé, aquele chamado de Davi.
Davi, foi ungido na presença de seus irmãos e a partir daquele dia o espírito do Senhor se apoderou dele.”

“Comentários sobre nossas atitudes precipitadas...”

Ailton Domingues de Oliveira

05/04/11