domingo, 12 de maio de 2019

Ah esse olhar

Ah esse olhar
esse olhar que me atinge e me devora
esse olhar que me seduz sem demora
esse olhar que me balança e estremece
esse olhar que me encanta e me aquece
esse olhar que me esquenta e acelera
esse olhar que me sustenta e destempera
esse olhar que suspiros me arranca
Ah esse olhar 
que me faz me perder 
e mais e mais te querer
Ah esse olhar 
onde eu quero me perder
e depois me reencontrar 
dentro de você... (08/04/2019)

Encantado pela aparência 
dominado pela essência (12/05/19)

 




quinta-feira, 9 de maio de 2019

Vale das ausências


Não são poucas as vezes que nos deparamos com o vale das ausências e nela quase nos afogamos em meio as tentativas de encontrar não somente mas principalmente respostas, ou talvez, pessoas.

Há quem nunca tenha experimentado tal sentimento mas existem os que sobreviveram a uma dolorosa travessia por esse vale. E desses sobreviventes cada um encontrou o meio que melhor lhe serviu: religiões, orações, bebidas, drogas, psicotrópicos, terapias ou simplesmente tempo, silêncio e solidão. 

É algo que não cabe julgamento no que tange o declínio ou superação quanto ao que se viveu e sentiu, mas é fato que isso é algo que não merece ser repassado principalmente às pessoas próximas. Na verdade o fato de ter vivenciado ausências não me permite colocar as pessoas que amo a experimentar esse mesmo vale. É uma questão de escolha.

E escolhendo não repetir situações ou erros, que outros utilizaram como desculpas para suas ausências, eu também me permito superar e encerrar questões sem respostas ou mal resolvidas. 

Das opções acima descartei praticamente todas as possibilidades para atravessar esse vale. Acompanharam durante certo tempo a religião, as orações e súplicas, e as minhas auto-terapias intercalando tempo, silêncio, solidão e poesia. Sobreviveu apenas a poesia. 

Das sobras do que marcou profundamente ficaram apenas marcas envelhecidas, escurecidas pelas ausências e quase apagadas pelo tempo como uma fotografia de jornal, ainda assim, guardada como relíquia e sinônimo da superação sobre a dor. 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Versos da partida


Um dia, com certeza, eu poderei não mais pensar em ti
E nesse dia minha eterna ausência estará firmada neste plano
A não restar mais nada além de saudade e pranto
E a dor ainda viva do presente que regastes em mim

Seguirei pelo rito de passagem para algum lugar do infinito
Espero então, não morrer em minhas próprias memórias
Mas renascer sob risos e improvisos de minha história
E no alheio que fez viver meu coração em romance e delito

Mas, minha alma, onde quer que esteja, 
Levará dessa nossa história a essência 
O fruto do amor, que assim seja

E superando a adversidade que se calou
Sob sonhos e lutas de resistência
Deixo contigo a face do nosso amor que se eternizou


terça-feira, 7 de maio de 2019

Acasos e destinos



Disse-me o acaso
Que o tempo não se mede
Que os sonhos não esperam
Que a vida é uma colcha de retalhos
Recheada de encontros e desencontros
E costurada aos cantos, encantos e desencantos

Disse-me o destino
Que eu sou o seu senhor
Que decido entre o viver e o morrer
Que escolho minhas lutas, enfrentar ou correr
O que acontecer é fruto de minhas escolhas
E então, que seja pelo bem, pela vida, pelo amor

Acasos ou destinos
Não importa qual a resposta
Vale mais entender que o melhor caminho 
Sempre será aquele que aguçar a inspiração
E trouxer alento ao coração
Nada é certo, tudo é passageiro
A vida é um instante...