quarta-feira, 23 de maio de 2018

A maior religião de todas


Todo templo é solo sagrado. Merece respeito. A ideia central de sua fundação parte do pressuposto objetivo de propiciar um caminho de salvação aos seus fiéis. Para seguir por este caminho de salvação e fazer parte da seleta gama de merecedores da eternidade celestial é preciso seguir as regras institucionais a risca.

No caso das religiões cristãs, em especial a Católica, uma questão que sempre se mantém no auge das discussões são os fundamentos por detrás das tais regras, principalmente quando confrontadas com o evangelho pregado em único tom maior: amor. Historicamente Jesus confrontou a religião de sua época que, não por acaso, estava conivente com o sistema político. Sua perseguição e morte são o resultado de seu questionamento público e de sua luta para mostrar um caminho alternativo, despojado de alienações institucionais e de falsas morais.

Calaram o homem, mas seus feitos ressoam pelo tempo e a história não deixa estancar o som de sua voz. Para ser seguidor das palavras deste Homem não é necessário hastear nenhuma bandeira institucional, tampouco fazer apologia ao uso abusivo das regras moralmente religiosas em nome dos bons costumes ou de um Deus castigador. Se Sua palavra última sempre foi "amor", então o respeito, o bom senso, a justiça, a igualdade e a luta pela paz são as palavras de ordem que seguem fielmente essa nota. O que parte fora disso é uma pseudotentativa de institucionalizar, manipular e alienar a fé alheia.

Para fazer parte de uma religião não é necessário fazer discurso de salvação, ou de moral religiosa, ou de diabos e tentações, usando como subterfúgio descabido o método de denegrir a fé alheia, principalmente quando a religião do próximo faz parte de uma minoria perseguida historicamente e o autor do pseudodiscurso é um midiático religioso.

Sou Católico, de berço, ainda. Gosto da minha religião. Acredito que seus princípios originais ainda permanecem no coração de uns poucos homens e mulheres de boa fé que agregam as características descritas acima (3ª frase). Esses poucos (as) também não deixam de ser uma minoria, porém consciente, dentro de um amplo contexto que se perde entre o tradicionalismo, o medievalismo, o extremismo, o fanatismo e outros ismos mais. A inocência, a ignorância ou a conivência (ou todas as opções anteriores) são características da maioria e, nesse caso, apontar o que de fato existe "dentro" de casa é o mesmo que anunciar uma guerra.

Mas entre calar em nome de uma pseudopaz institucional, que impõe silêncio aos fiéis e que não aceita questionamento ou contestações, e denunciar os absurdos em nome da religião, de suas regras institucionais ou do Deus castigador usado por ela, com certeza me coloco entre os que se mantêm em frente de batalha e alinhados com a necessidade de mostrar que todo humano é sagrado. Essa é a maior religião de todas.

Enxergar o sagrado no humano é mais do que obrigação religiosa, é o papel de quem hasteia qualquer bandeira de fé. Quer contribuir para um mundo melhor? Acolha, conheça, pesquise, procure saber a origem da religião, sua origem, sua história, seus ritos, aí, quem sabe, passamos a compreender a religiosidade que ali existe e deixamos de caçar um diabo que é apenas fruto de uma imposição histórica e uma perseguição religiosa.

Tempo é passagem e nós os passageiros


O tempo ensina, sempre ensina. A truculência juvenil dá espaço para a contemplação na maturidade. É uma verdadeira arte saber compreender esse tempo, essa travessia conectada ao universo. Entre ter razão e calar, a segunda opção me permite sobrevida, saúde e paz. Nem sempre é possível, mas é possível tentar sempre. Discordar do que não se gosta já não é deselegante. E quando me questionam se não sou capaz de ceder, de reconhecer e mudar, apenas direi que sou o que sou por tantas mudanças necessárias, tantos pontos de vistas equivocados, tantos passos mal dados. Sou passageiro em travessia, repleto de mudanças, de passagens e de paisagens. Sou o resultado de minhas escolhas. Sou o reconhecimento dos meus erros. Sou a possibilidade de reconhecer-me tão humano quanto falho, tão frágil quanto disposto a tentar e encontrar a força necessária para levantar-me e prosseguir... Afinal, o tempo é passagem e nós somos meros passageiros.

domingo, 13 de maio de 2018

Diário da Claudete

Mãe
Muito tempo se passou
Muitas coisas aconteceram
Muita gente se foi
E você se superou!

O tempo te trouxe libertação
Os fatos te permitiram um novo caminhar
E as ausências te fizeram mais forte
Simplesmente, superação!

A maior libertação foi de você mesma
Rompeu seus limites e seus medos
Resgatou sua auto confiança
E hoje pode desfrutar do resultado dos seus esforços.

Por mais difícil que os caminhos se tornaram
Que os obstáculos pareciam intransponíveis
E as lembranças ainda lhe causem certo sofrimento
O hoje, o simples fato de acordar para a batalha diária, já é uma vitória.

Aprendemos que a vida não é para sempre
E, aprendemos isso das piores maneiras possíveis
Quando perdemos pessoas queridas para a morte
E quando perdemos pessoas que simplesmente se ausentam aos poucos de nossas vidas...
É a vida...
E de vida você entende!
Após tantas superações, e que realmente não foram poucas nem fáceis,
Você reencontra não apenas forças para seguir em frente mas um novo jeito de dar forças...
Esse seu jeito controverso, temperamental, 
Essa voz de volume alto, essa energia sobrenatural
Assim é você, um universo 'felomenal'...
Hoje, só quero te agradecer por tudo...
Do meu jeito amo você do seu jeito...

Feliz dia das Mães 'véia doida'!