segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cansaço



"Poeira nos olhos,
Cansado do mundo...
(...) que a outros descanse!
Meu cansaço não é de momento
É regado pela persistência
Dos treinos continuados
É movido pela resistência
Dos tombos levados
É derivado da explosão
Do arranhão
E dos machucados


Meu cansaço
é do peso carregado
do troféu levantado
do corpo surrado
da experiência adquirida
Do ombro ferido
Do caminho percorrido
Do sonho vivido
Quem sabe se mocinho ou bandido?


Meu cansaço
não é caminho de morte
não é entrega sem luta
não é vitória sem labuta
não é regado de sorte
Meu cansaço
Não é de um corpo pesado
Não é da lentidão dos meus passos
É de quem carrega o mundo nos braços
É a dor diante da imponência de um fracasso...
Talvez, de um coração, que jaz sem espaço..."




30/07/11

"Meu filho, minha estrela, meu tesouro."




"Meu filho,
Alegria que contagia
Amor com fulgor
Beleza e destreza
Amizade e lealdade
Minha vida, bela e florida
Sempre ao teu lado
Meu menino, tão amado!!!




Minha estrela,
Lua inteira no meu céu
Raios de sol que alumia
Meu doce encanto
Primavera dos meus dias
Verão do meu coração
Razão com a emoção
Emoção sem ter razão!!!









Meu tesouro,
Sensíveis olhinhos
Coração de ouro
Suave melodia,
Estrepolias e alegrias
Meu momento eternizado
Minha esperança e meu legado
Minha criança
Meu menino muito amado!!!


A cada dia
Me ensinas a ser pai
Me ensinas a ser forte
Me mostra em tons de simplicidade
O eterno valor da nossa amizade
Estarei sempre ao seu lado
Meu forte menino homem tão amado


Se um dia não mais me ouvir
Nem me ver e nem minhas mãos sentir
Estarei perto, de alguma forma, estarei
Mesmo que lhe falte a minha mão
E o carinhoso afago também
Feche os olhos e sinta o coração
Ao teu lado estarei, meu menino homem
Em tuas veias continuarei
Em tua vida, sempre a existir
Neste teu sorriso suave e maroto
Que a mim proporcionaste
O melhor que a vida podia dar
Meu filho, minha estrela, meu tesouro
Vivi pra te amar..."


Ailton Domingues de Oliveira

30/07/12

Vou morrer pra você!


"Vou morrer pra você!
Vendarei meus olhos
Talvez os cegarei
Não mais te ouvirei
Nem teu cheiro
Nem tua pele sentirei

Findarei-me na tua história
Se algo ficar na memória
Talvez seja mera lembrança
Já sem esperança
De quando éramos crianças
Mal acostumados
Mas apaixonados

Teu sabor, que já fora pecado
Teus lábios, molhados
Teus olhos esbugalhados
Teu nariz, arrebitado
Teus cabelos molhados
Teu sorriso, malvado
Teu coração acelerado

Musa, mulher, paixão
Anjo, fogo, tentação
Amor, sentimento, sedução
Pele, gosto, tesão
Sonho, desejo, palpitação
Meiga, beleza, coração
Menina, felina, vulcão
Doce, selvagem, explosão

Vou morrer pra você
Doce pecado
Que um dia fora amado
Quisera eterno ficasse
Pra que tu não mais precisasse
Partir e depois regressasse
Vou morrer pra você...

E, como disse o poeta
'se um dia tiver de me esquecer
que seja bem devagarinho...'

Ora, mas enquanto eu não morrer
Quero sempre viver
No sabor que há ser
Gostoso desejo
Atrevido e bandido
Sentimento espancado
Jamais vacilado
Meu doce pecado...
Sereis perdoado
Se amar é morrer
Que seja ao teu lado!"


PS: "1993. Terceiro Colegial - Nhonhô Braga. Minha fase de ouro com a literatura. Após ter viajado na trilogia dos amores platônicos de "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo, "Inocência" de Visconde de Taunay e "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco, eis que surge este poema..."

Ailton Domingues de Oliveira
30/07/12

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Tá de deboche?!"


"Vai vendo, vai vendo
A água ta fervendo
Ta subindo, ta subindo
E a paciência esvairindo

Tá fazendo, tá bombando
Tá escalando, tá surfando
Tá podendo, tá esbanjando
Tá curtindo, tá sorrindo

Da vitrine que tu gosta
Pra ficar de figura exposta
Corta volta daquela poça
Do excluído cheirando roça
Por que tanta andança vossa?
Tuas palavras soam bos...

Sai do armário
Seu otário
Sai pra rua
Nua e crua
Por quem precisa vai se doar
Abre os olhos neste altar

Tua cara de alegria
É o rosto da burguesia
Sem graça, desgraça
De hipocrisia

Tu, quer um 'porsche'!
Tá mesmo de deboche?
Se enterra em Bariloche..."

"No banquete na mesa de uma elite: lagosta e whisky."













Fazendo muito com o mínimo? Depende do tamanho desse mínimo e depende do que você considera mínimo!!! Uma questão de óptica.

Nossa igreja precisa de uma reforma urgente. Gerou-se uma libertinagem exacerbada, a começar de algumas alas do alto escalão. Corrompeu-se o sistema da engrenagem e já não sabemos em quem confiar.

Tem momentos que me questiono se vale a pena ou não ser dizimista. Calma! Não se assuste. Explico com detalhes os motivos. Não só percebo mas também vejo, não na minha Paróquia, mas em outros cantos da redondeza, uma certa regalia para alguns privilegiados, que na verdade, deveriam ser fiéis exemplos e cumpridores de suas vocações.



Esbanjar os ganhos e escancarar isso na mídia é como nos chamar de otários. Tal como um político que ganha pra lutar e fazer em prol do povo que o elegeu, e na verdade fica curtindo com seu salário e correndo atrás de alternativas paralelas para aumentar seu ganho, esquecendo-se por completo do seu real compromisso.

Não deixei de ser dizimista, nem o farei. Graças a Deus, onde participo, podemos contemplar as obras e benfeitorias realizadas por conta deste ato de gratidão e fé de muitos devotos.

A vocação é algo magnífico quando vivenciada em sua plenitude. Usar dela para galgar caminhos, degraus ou espaços midiáticos, no qual lhe resultará no mínimo a fama, é totalmente incoerente com o Evangelho de Jesus Cristo.

Óbvio que muitos nomes de renomes que se destacam  por aí, possuem sim um trabalho diferenciado, bonito, e que atrai milhares de fiéis. Mas, a contar do que vi e ouvi nas imediações... lamentável!

Só sei que no banquete da mesa de uma seleta elite o Pão e o Vinho foram substituídos por Lagosta e Whysky (...). Quem tem ouvidos ouça: "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico alcançar o reino dos Céus!"

PS: Póstuma! (...) muito tempo depois, nas redondezas do mundo do faz de conta(...)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Filosofia de uma realeza sobre Fé e Política. Ui!

"O que seria dos 'fariseus e ditos doutores da lei e de outras patifarias mais' se não existisse a miséria para que sua caridade fosse escancarada... e deturpada, principalmente!?"

Épocas como essa, é uma das que mais assistimos a bandalheira de camarote. Cada figuraça que aparece na expectativa de se tornar o "x-man" e mudar o cenário... É o fim! E quando pensamos que já vimos de tudo, ainda assim somos surpreendidos por novas peripécias desses magos do humor ou do terror. Uma cesta básica aqui, um cabidinho ali, uma mãozinha aqui, uma receitinha ali, um churras aqui, uma caixinha de cevadinha ali. Isso fere a quem trabalha direito, na honestidade. Pena que as cadeias são pequenas e não haveria como prender todos os 'x-man's'. Ôh elite que gosta de um exibicionismo perante a miséria! E quem tá na miséria, não só de matéria e espécie mas de espírito, infelizmente quase não percebe que acaba fazendo parte de uma massa manipulada. A miséria é o mau necessário para o sistema continuar.

Continuem não pensando! Continuem assistindo, tão somente! Continuem desdenhando do que possa vir! Eles, todos, todas as formas de poder querem apenas adeptos inertes. Precisam de massas e não de questionamentos. Precisam de seguidores fiéis ao pé da letra e não de pensadores que trazem a libertação das mesquinharias.

Pior é quando se junta uma coisa à outra e desse conchavo surge a terceira intenção: usar de todo o poder possível ou não para alcançar o trono do poder! Eita poder que não sai da intenção da realeza!

Formas de poder, eis que são muitas! Brincam com a nossa fé, principalmente dos que têm no coração a simplicidade e a pureza das crianças. Outro dia, em homenagem a um seleto grupo de pessoas que se intitulam líderes, fiz um poema o qual segue o link:
http://escritosemtempos.blogspot.com.br/2012/06/comentarios-mateus-65.html

Acreditem ou não, existe pra todos os gostos, em todas as cores. O engraçado é que instituições do tipo surgem com nomes fantasmagóricos da noite pro dia, como num passe de mágica. Sessão cinema com pipoca para as crianças. A criançada deve estar acompanhada dos pais. No meio da pipocada um santinho falado pra lembrar do nome numa ocasião politicamente próxima.

Alienação pura! A palavra "fé" deturpada na boca de uns monte(s)! Atração perigosa. Claro que o acerto de contas final não será aqui, muito menos conosco. Mas, da mesma forma que usam o nome de Deus para seus devaneios desejos pessoais, usamos a escrita embasada na Fé desta caminhada, a qual nunca foi necessária mudar de religião para alcançar uma conversão diária muito menos inventar um nome do tipo "porta direta para o céu, adquira já o seu passaporte", simplesmente para manifestar a indignação diante de tanto teatro maquiavélico.

Política e Religião não só caminham juntas, como paralelas, como separadas, embasadas em princípios básicos de caráter, honestidade, sensatez, verdade, e tantos outros adjetivos. Pode-se fazer das duas ferramentas de libertação para o bem comum, bem como usá-las como armas de manipulação, alienação e extermínio de massa, do tipo um Hittler contemporâneo mas sem câmaras de gás.

E o que seria da realeza se não houvesse tanta miséria para sua inescrupulosa caridade. A caridade usada por aí, infelizmente não é aquela pregada por Jesus Cristo. É uma caridade que requer holofotes, que precisa de palco e plateia repleta de gente cega, surda e muda. Já falei e repito: cuidado com o lobo candidato e cuidado com o candidato lobo!!!

Eis a filosofia de uma realeza com conceitos escandalosamente deturpados: "Não basta fazer, tem que mostrar!!!"

Ailton Domingues de Oliveira
26/07/12

"Pai, quando eu tiver meus filhos, você cuida deles pra mim?"

É...
Essa frase foi do Felipe. Foi num dia em que construíamos, juntos, um estaleiro para a parreira que crescia. Juntei alguns bambus e lá estávamos nós. Como não se emocionar com aquela pergunta? Saiu de uma forma tão displicente, inocente, mas com uma verdade e pureza inigualáveis naquele sorriso.

O fato de fazer buracos nos bambus mais grossos para que os finos transpassassem e assim se fixassem uns aos outros, e pedindo o auxílio dele para umas boas marteladas onde fora serrado, deixou-o feliz e sentindo-se útil. Ao fazer os buracos no chão percebia em seu olhar a dúvida sobre como ficaria aquela coisa.

Ele prontamente preenchia com a terra em volta dos bambus que seriam a base. Ao interligar os bambus e amarrá-los com arame ele se deu conta do projeto. Seu sorriso se abriu e aquela frase, tema deste enredo, saiu com a naturalidade e o amor de uma criança satisfeita e repleta de sonhos.

"É claro meu filho! Com certeza!!! Sempre que você quiser deixar seus filhos comigo será uma imensa alegria!" Essa foi a resposta dada naquele momento, disfarçando e segurando para que as lágrimas não rolassem na ribanceira da face. Naquele momento, ele já me alertava da responsabilidade e a tarefa maravilhosa de ser avô. Fui perceber isso bem mais tarde.

Claro que sempre tentamos acertar o máximo com os filhos. Usamos como parâmetro tudo aquilo que vivenciamos com nossos pais. Tentamos melhorar o que foi bom e não repetir os erros que consideramos que conosco cometeram. E, já temos a consciência de que na concepção desses eternos bebês então já maduros, neste futuro que a todos aguarda, em diversas vezes deixaremos a desejar.

Não só nesta data comemorativa que é o dia dos avôs e avós, representados pelos santos Joaquim e Ana, avós de Jesus Cristo, mas em cada dia, a importância destes personagens em nossas vidas e nas de nossos filhos tem uma significância abençoada. Eles tem a chance de acertarem ainda mais com os netos levando em conta a experiência que tiveram conosco, enquanto filhos. Tem a missão de mostrar a vida num tom bem mais educativo e amoroso, sem contar o auxílio que nos prestam em todos os momentos.

Hoje, longe daqueles que foram alicerce e exemplo em minha vida, carrego na lembrança aquelas formas carinhosas de dizer "não" ou de dar um puxão de orelhas, bem como o colo que cada um dava a seu jeito. Não fosse meus avôs e avós, acredito que minha vida não teria tanto sentido e sabor. Elas, mulheres, esposas, mães, avós, exemplo de cuidado e cuidado com amor. Eles, homens sem escrita e sem leitura, mas de uma cultura ímpar, honestidade, dedicação, responsabilidade, tantos adjetivos que nem sei como cabiam todos em seus corações.

Relembrar suas vidas é não deixar a história se romper no tempo e nem se apagar da memória. Faço questão. Faço gosto. Muitas vezes, busco aquietar o coração, em meio ao silêncio, trazendo a lembrança de episódios vividos com cada um destes super-heróis. E são tantos episódios, aliás, é uma vida de episódios... Penso como seria para cada um, olhar meu filho, então bisneto, e contar os mesmos causos repetidas vezes... Penso como seria a emoção deles ao olhar nos olhinhos desse bisneto e contar das peripécias que eu aprontara...

Histórias, lembranças, memórias... Ah, quanta saudade! Agradeço a Deus pelo privilégio de ter convivido e aprendido tantas coisas com meus bons velhinhos. Tenho a certeza de que sou uma pessoa abençoada com esta graça que hoje carrego apenas no coração. Faço muito gosto e questão, que meu filho sempre se atente para seus avôs e avós. Vez ou outra chamo-lhe a atenção para o carinho e o respeito que se deve ter com estes super-heróis. E, ele sabe e entende... sente e vive.

Feliz dia dos avôs e avós, esta classe de super-heróis que nos abençoa e nos transmite amor e paz incondicionais em tempo integral! Aos meus, rogo a Deus em oração, para que descansem em paz nos céus e que um dia, com certeza, nos reencontraremos.

PS.: Seu neto... que carrega com orgulho e saudade nas veias e no coração o nome e a memória de suas vidas.

Ailton Domingues de Oliveira.

26/07/12

terça-feira, 24 de julho de 2012

Na falta de iniciativa o empurrão vem de Deus.

As manifestações que ora acontecem em nossa vida sempre nos deixam a pensar em duas possibilidades de resposta pronta: "é de Deus" ou "não é de Deus". Acredito sim que ELE se manifesta através de imensos detalhes que por vezes passam desapercebidos ao nosso redor. E por vezes também, são detalhes nem tão pequenos assim, mas que nos acostumamos tanto, que passou a ser simplesmente parte do nosso cenário cotidiano e portanto invisíveis.

De onde vem a resposta? Com o livre arbítrio, ora nos dado, de sermos protagonistas de nossas histórias e após nos libertar de toda forma de opressão existente através da morte de Seu Filho Amado, Deus age sim de acordo com o nosso querer, de acordo com o nosso sim e conversão diários. Não precisa esperar nenhuma chuva de fogo do céu como forma de resposta aos emaranhados que criamos em torno de nós mesmos.

Custamos a entender que, para que nossa vida se redirecione, é necessário continuamente empurrar aquela vaquinha ribanceira abaixo. O apego fácil, que desprendemos de nós para o que é passageiro, é grande e complexo. Botamos sentimento em tudo e dificultamos o desenrolar. Pra que caiba um novo móvel na casa é preciso desfazer do armário velho... Nem sempre isso funciona. Amontoamos tudo. Carregamos coisas demais, sem necessidade de fazê-lo.

A resposta vem da vida. Da nossa vida. Vem da consciência. Vem no silêncio, pela manhã, pela tarde, pela noite. No frio, no calor, na natureza. É simples encontrar respostas. Basta querer! Basta soltar as amarras que nós mesmos fizemos. Basta abrir a porta do cárcere que criamos sem medo do que poderemos encontrar. Basta entender que assim não dá pra ser! Basta coragem de mudar...

O empurrão que, de certa forma, Deus nos dá é o resultado não só daquilo que esperamos que aconteça como do que não queremos. Nem sempre acontece o que se espera. O tempo nos dá a chance de compreender mesmo que ele seja carregado de dor e mágoa e deixe cicatrizes profundas.

Não se perde o que nunca foi seu, seja um sentimento ou seja algo material. Em cada perda, além da impotência perante o fato, a necessidade de se superar, de se recompor e de se por a postos mais uma vez nos auxilia na caminhada.

Quando tardamos a atuar e assumir os riscos do que tem que ser feito, Deus dá o seu jeitinho carinhoso. Entendo que esse empurrão nem sempre é tão desejado e esperado. Percebo e compreendo que o que aconteceu é fruto de escolhas. Sinto que ELE não abandona jamais, por pior que seja a situação.

Acredito que a morada de DEUS é o fim desejado por todos, pelo menos pela maioria. Mas, creio que Ele não se finda apenas nisso. Creio que Ele sempre atua de forma discreta, principalmente quando ao olhar nos olhos de tantos e tantas por aí, sinto que não é apenas mais um ser em compasso de passagem mas a manifestação sublime do Criador e Salvador que prova sem ser notado que a vida, além de tudo, é o maior sinal de mudança, continuidade, perseverança e amor.

Que venham os empurrões!!!

Ailton Domingues de Oliveira
24/07/12

"Máscaras Maquiadas III: De ditadura em ditadura eles tentam nos amordaçar."

"(...)'Máscaras, quem não as têm?' Assim disse um escritor...
A hipocrisia é uma das máscaras, talvez de ferro, das mais usadas, e a maioria dos usuários nem percebem seu peso. Maquiam-na e desfilam e destilam suas falas grotescas.

Saímos de uma era onde o sistema da ditadura foi vencido. Ponto! A libertação veio pelas ruas, pelo sonho, pela fé, pela luta. As mãos eram de jovens, principalmente. O ópio que exterminava quem pensava aos poucos foi se raleando. Livres, enfim!

Livres??? Falou-se e ainda se fala em libertação. Libertação pela educação, libertação pela fé, libertação pelo esporte, libertação pelo conhecimento, libertação pela cura... Será que falamos sempre de uma mesma libertação??? As pessoas se libertam de amarras sociais, religiosas, políticas mas sempre são fisgadas por um terceiro sistema hipócrita repleto de alienação que oprime, deprime e os faz reféns desse ópio que já fora antídoto.

Por que se cria tantas religiões e seitas baratas se o Deus é o mesmo? Se a fé existe em qualquer uma delas, o porquê de tantas sub-divisões? Orgulho, hipocrisia, falsidade ao pé da letra. O altar já o deixou de ser há muito tempo. Na verdade o altar para Deus tornou-se o palco dos devaneios da ala hipócrita. ELE, mero coadjuvante dessa massa alienante.

Livres das correntes da ditadura, agora, enfrentamos a ditadura da alienação. As ferramentas usadas para alcançar a primeira liberdade em outras décadas tornaram-se armas de extermínio de pensadores. Pensar ainda é um perigo! Pensar é uma afronta ao radicalismo sem escrúpulos de quem se diz cristão. Afinal, cristão não são!!!

Isso tudo existe no sub-mundo de quem quer comando. A religião quando se torna movimento de alienação, além de sua imponência, oprime o ser, o faz definhar e o torna dependente não de Deus, mas de uma corja de bandoleiros que se intitulam servos... onde na verdade são uns apóstatas. Aguardem e verão, o surgimento de uma 'terceira ordem', o sub-mundo do 'apostolado deprimente da alienação que oprime'.

Somos todos dependentes de Deus! Graças a DEUS!!! E ELE mesmo deu-nos a opção de nos tornar libertos de qualquer tipo de amarra. Foi para isso que ELE mandou seu Filho. Fazer uso das palavras para criar seguidores apáticos, amorfos e dependentes não era a doutrina usada por Jesus Cristo.

Nós, não só fazemos parte como também o somos peças sem igual neste contexto. Ainda sonhamos. Não deixamos jamais de crer em DEUS, em suas promessas e nas palavras de seu Filho Jesus Cristo. E, com certeza, jamais deixaremos de lutar pelo Reino anunciado na voz do Salvador, como também não deixaremos o som de nossas vozes ser abafado por nenhum ridículo ser que se intitula o criador de um novo apostolado ou uma nova seitinha barata de fundo de quintal.

Pastorais e Movimentos têm suas funções, seus meios de atuação, seus espaços distintos que se fundem e se findam num único objetivo. Todos buscam, de alguma forma, pescar quem ainda não experimentou do amor à causa de Jesus Cristo e uma vida em comunhão. Em linguagem contemporânea, cada tem o seu quadrado! Escuta só, se não consegue atrair adeptos fanáticos e lunáticos para sua 'ordem', só nos deixa trabalhar em paz! Não se esconda atrás da hierarquia podre dos bastidores que participa!!!

PS: "A ditadura nunca deixou de existir. Passamos de um sistema de ditadura para uma ditadura de alienação."

Ailton Domingues de Oliveira
24/07/12

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Controvérsias da amizade (II) - ex-amizade: a presença que se fez distante.

"Tu que foste amigo (...)
(...)
(...)
Tu que consideraste amizade coisa passageira
Tu que foste como irmão
Tu por quem dediquei tempo e aperto de mão
Tu por quem servi de pilar de sustentação
Lembre-se, um dia esteve no pódium
No lugar onde só ficam os que são verdadeiros
Percebi, com custo e tempo
O valor e o cuidado que se deve ter com quem cuidamos
Com que gostamos, identificamos, incondicionalmente amamos
Amar é sofrer e correr o risco de um dia perder
Amar é sujeitar-se à decepção
Um dia, ah... há de acontecer
Tu, parceiro que foste
Enquanto precisaras
Tu, intencionado dos momentos de desfrutes,
Somente... infelizmente
Revelaste o valor que tinhas
Para com quem te admirava...
Tu, a quem dediquei pérola(s), confiei
Mostraste-me com sua insana frieza
E assim me ensinaste...
Na dor da perda temporal
Que amigo um dia foste, apenas para mim
E hoje, não amargo tua ausência
Entendo, na paciência, que o melhor acontecera
Mundos distantes, diferentes, incomparáveis
Tudo o que foi bom, durou o necessário para fazer feliz...
Tu, passado, nem tão ingrato
Um dia haverá de lembrar do valor da amizade
Desculpa, mas não existe mais saudade..."

Ailton Domingues de Oliveira
20/07/12

Controvérsias da amizade: a distância que se faz presente!


"A distância que nos faz amigos
Necessidade que nos faz presentes
Em orações, em versos, em aparições esporádicas
Necessidade em se fazer presente
Na ausência de cada dia
Somente flores,
Espinhos ficaram pelos caminhos
Tempo, ausência e distância
Saudade, necessidade, esperança
Cultivo dado na memória, apenas
Outrora, mais próximos, fomos distantes
Hoje, distantes, somos próximos
Controvérsias da amizade
Talvez, não houvesse distância
Essa flor não teria perfume (...)
Querido e querida que é
Teus devaneios não mais são incômodos
São lembranças de teus risos que inspiram
São as marchas contínuas de nossos pés
Pelo objetivo o qual nos unia
Que, simples e saudosamente
Me colocam em pensamento
Não precisas provar mais nada
Não preciso também me impor
Não há mais porquê brigar
A luta contínua apenas tornou-se solitária
O pensamento equidistante nos une
Sonhos, esperanças
Fé que nos uniu num caminho único
Lutas, reais, desvairadas, tempestuosas,
Ora em vão, mas sempre com grande lição
E que nos fez homens e mulheres
Críticos de nossos atos
Profetas de nosso tempo
Poetas livres em pensamento...
Sem explicações
Sem intenções
Sem alucinações
Somos o fruto desse tempo
Somos a escolha
Somos o ato, o fato, o teatro
Protagonistas dessa bela amizade
Sempre em tom de saudade..."

Ailton Domingues de Oliveira
(20/07/12)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

"Tu és amante da vida, simplesmente, poeta..."

"Ah, poeta!...
Tu, também é, ao ver de muitos, um ser insano
Mas, que enxerga o que os olhos não vêem
Que vive numa linha tênue entre o real e o abstrato
Que consegue eternizar cada momento vivido
No íntimo de cada uma de suas obras

Tu, ó incansável admirador do tempo
Amante das sublimes paixões
Amigo da simplicidade
Vingador dos excluídos
Suas obras são flores e são armas

Tu, ó solitário pássaro que alça vôos em terra firme
Inimigo perseguido da ala financeiramente majoritária
Não se desfaz com as tolices mundanamente sociais
Não se intimida com o poderio ostensivo dos adversários,
Autores da covardia corrupta que mantém a alienação

Tu, ó romântico contido, ora fera, ora ferido
Acha graça de sua própria desgraça
Chora com as lágrimas dos outros
Sua dança vai no compasso do coração
Sentimento vivo que paira no ar à sua volta

Tu, ó perseguidor de suas razões
Que se entristece com o sofrimento dos inocentes
Denuncia a corrupção exagerada em prosa e poesia
Traz a liberdade e a verdade nas linhas e entrelinhas
Nos versos, reversos e avessos

Tu, ó ousado ou abusado, destemido e jamais calado
Ironiza os magos que comandam o destino dos povos
Preconiza o tempo, a ausência, os fatos
Prioriza o que o coração sente, somente
Profetiza a vida, pra que sejas viva

Tu, ó atleta da corrida temporal
Sonhador da justiça e buscador do sentimento puro
Lutador fiel pelas causas nobres
Nada o silencia, a não ser sua morte
E mesmo assim, sua memória será viva na história

Tu, ó protagonista sem máscaras,
Poeta da vida e do tempo, de alma e de sentimento
Telespectador da emoção em sua insana razão
Insensato é o teu coração que não se corrompe frente às futilidades
De todas as verdades, anuncia e denuncia, de peito aberto, a liberdade

Tu és poeta e tuas obras hão de perdurar enquanto houver sentimento..."

sexta-feira, 13 de julho de 2012

"Basta-me saber que estás aí..."

"Aprendiz, pra sempre quero ser
Que a morte anunciada
Não se faça de uma vez
Se tiver que me esquecer
Que seja bem devagarinho

Nem consolo, nem tormento
Pinturas nas entrelinhas
Em tons de alegria e sentimento
Nos entrelaçamos com carinho
De ausência e distância

Suportamos a dor sensível aos olhos
Que enxergam o que o mundo não mostra
Enfrentamos a barreira da incompreensão
Abrimos o coração e os braços
Acolhemos irmãos, esticamos os passos

Chegamos, num ponto onde só há poesia
Sentimento vivo, dor, sofrimento, nostalgia
Felicidade, amor, suor, sangue, conquista
Mãos que se seguram e asseguram a continuidade
Ninguém fica no caminho, pela metade

Caminhamos, todos juntos, unidos e misturados
Rumo ao céu de cada prosa
Nas cores de cada rosa
Nos espinhos que nos ferem
Nos orvalhos de cada manhã

Sob o sol ou sob a lua
No verão ou no inverno
A primavera se faz contemporânea
No olhar intenso, mar adentro
Das simplicidades deixadas de lado

Quero ser, eternamente aprendiz
De Deus, da vida, no rastro dos poetas
Fazer a vez chegar e a voz ecoar
Um dia, alguém vai olhar e gostar,
Quem sabe, se libertar

Não serei mais um, tão somente
Dos caminhos percorridos
Nenhum calou mais fundo
Do que reencontrar a vida, ora perdida,
Na simplicidade eternizada pelos profetas

Se, um dia, a solidão arrasar meu sertão
Minha boca calar e meus olhos se fecharem
Ainda assim, no calado consciente coração palpitante
Terei lembranças, as quais me servirei com esbanjo e saudade
'Basta-me saber que estás aí...'"


Ailton Domingues de Oliveira
13/07/12

Vou, eu sempre vou...

"Vou pra onde o vento empurrar
Como um rio que corre para o mar
Vou pra onde exista poesia
Mandar cartas para Deus sem utopia
De socorro, agradecimento e alegria

Vou caminhar pelos vales
Escalar montanhas, pular nos ares
Pular na cachoeira
Despencar na ribanceira
Só de pirraça e brincadeira

Vou correr pro colo da vó
Jogar peteca e comer pão-de-ló
Futebol com meu avô
Se me procurarem, eu num 'tô'!
Se me acordarem, fico bravo, sim 'sinhô'!

Vou, eu sempre vou,
Ser o que fui e o que ainda sou
Réu e juiz, triste e feliz
Mocinho e bandido, ousado e atrevido
Sarado e ferido, campeão e... vencido

Vou, aonde possa me levar o pensamento
Abraçar e eternizar cada momento
Falar das lutas e das flores
Das disputas e dos amores
Roubar frutas sem pudores

Vou, caminho certo
De peito aberto
Apreciar pelo caminho
Pedras, flores e espinhos
Jamais, estarei sozinho

Do que passou e não ficou
Não escravizo mais meu coração, pois se libertou
Vou, tão apenas, com a lembrança
Feito bobo que seja, mas feliz igual criança
Jamais, sem perder a esperança..."

Ailton Domingues de Oliveira
13/07/12

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Doce regresso

Imagino como seria voltar pra casa após muito tempo. Imagino ainda como seria voltar pra casa após tenso período numa guerra. Se deixamos crianças encontraremos adolescentes ou talvez jovens. Se deixamos jovens, encontraremos no mínimo pessoas maduras. Se deixamos pessoas queridas, sábios idosos, por vezes, nos desesperamos em imaginar que não estarão lá para nos acolher em seus braços.

Mantemos sempre acesa em nossa memória a última imagem, a que vimos em nossa partida. A frente e a cor da casa, os móveis em seus devidos lugares, os vizinhos, as plantas, flores e árvores, tudo como da última vez...

O trem que um dia tomamos, em vezes com destino incerto, só tinha uma rota, a de ida. Frente ao que vimos e ouvimos, o fascínio de desbravar o mundo e vencê-lo, apodera-se de nós. Na estação de embarque, ansiedade, alegria, nostalgia, medo, tristeza, uma mistura de sentimentos e vontades. Dor para quem fica. Lembrança que não se apaga...

O tempo... Ah! mais uma vez o amigo e insensato tempo, nos empareda em nossas próprias lembranças e a saudade, companheira fiel deste macro marcador, que numa mistura nos remete à dor mais intensa que o coração quase não pode suportar: a vontade de estar próximo dos que amamos, nossa história viva e herança eterna. Saudade, dor abstrata...

Após perseguir o destino feito um caçador atrás de sua presa, uma após outra, e assim sucessivamente, nos vemos num círculo vicioso que a cada objetivo alcançado ficamos mais distantes de nossas origens e de nos sentir verdadeiramente realizados em plenitude.

Passarão dias e noites. Enfrentaremos tormentas, tempestades, enchentes, solidão, ócio, ira, insignificância e mesmo assim muitos teimam em continuar como prova de coragem. Ou ainda, como se fosse uma derrota retornar para onde um dia saiu. É preciso muito mais coragem para regressar do que para partir.

Regressar, com certeza tem suas mudanças, mas nada que não consigamos nos readaptar. Afinal, somos seres fáceis de adaptação e suscetíveis a reviravoltas, as mais diversas. Regressar, retornar às origens é sinal de grandeza, de maturidade, de consciência, é abraçar a vida sem medo de ser feliz. E quem se importaria com as críticas? Elas sempre vão existir para o seu crescimento ou simplesmente por inveja de sua coragem e ousadia...

Doce regresso. O início como nunca antes fora visto ou vivido. A re-significação da vida em pormenores muito além do que o sucesso, o dinheiro e o status lhe poderiam reservar.

Doce regresso... Já é sucesso desde o seu coração! A chance de continuar a história de maneira singular, mas com uma riqueza que poucos conquistaram e muito menos conquistarão...

Feliz e doce regresso!!!

Ailton Domingues de Oliveira 
11/07/12

Momento de maturação

O mundo é lindo. A princesa encantada está trancada numa torre alta, cercada de fortes guardas. Uma proeza chegar até lá, vencer um a um dos brutamontes, escalar a torre, salvar a princesa e viver felizes para sempre. É, isso vai até os 12 anos, talvez 14 ou mais. Logo entendemos que aquela idealizada princesa, na verdade não estará numa torre alta. E, talvez o único brutamonte seja o pai dela à esperar por um diálogo. Não há muralhas. Um portão com cerca elétrica talvez, mas com interfone na entrada.

Em determinado ponto tudo o que foi sonhado começa a tomar rumo diferente. Infância, aborrecência, e adolescência, juventude e maturidade. Em frases prontas a mesma sequência poderia se resumir assim: "eu entendo mas quero!"; "eu quero, eu preciso, eu vou!"; "eu quero, e brigo até o fim por isso!", "eu quero mas buscarei o melhor jeito de conseguir e entender caso não seja o melhor para mim."

A maturidade vem com o tempo, com os erros e acertos. Os cuidados passam a ser maiores e as ousadas investidas passam a ter menos frequência. Jogar apenas a peça certa no lugar certo é o que mais tentamos fazer. O processo de maturação acontece cada vez mais, mesmo que não percebamos.

Prova disso são as inúmeras vezes que ousamos nos calar diante da vontade de responder ao pé da letra aquela resposta que só nós sabemos dar diante do que nos contrapõe e nos indispõe. Ou ainda, os diversos momentos que recorremos ao silêncio para assim esvaziar nossa ira e de certa forma virar a página para se manter a relação.

O processo de maturação é um momento intimamente de grandeza e sabedoria. Sem perceber, caminhamos para uma libertação dos vícios de atitudes surradamente intransigentes para nos dar conta de que há coisas superiores e mais importantes que a nossa vontade naquele momento.

Momento de maturação não é só reflexão e silêncio. É, quando se dá conta de que nele está, momento de enxergar o que antes só se via externamente. É como colocar a massa ao forno e esperar o tempo certo para assim provar do resultado. Seria ter a ideia da obra a se realizar, mergulhar nos sonhos e coletar os detalhes, idealizar e planejar cada passo e por fim mãos à obra.

O tempo nos permite esse espaço e momento de maturação. Por mais que queiramos levar tudo ao pé da letra a ferro e fogo, chegará o dia em que seremos levados e consumidos pelo tempo. Ou nos damos conta de que o processo se torna lento e necessário ou sobreviveremos à esmo, na imensidão de nossa intolerância. Amadurecer não é aceitar tudo tal qual como vem mas assimilar o que há de bom, se vale ou não uma tentativa, e não hesitar em descartar caso necessário. O tempo, além de nos permitir a maturação, e para isso é necessário estar atento, nos põe em águas mais profundas... Momento em que o rio deixa de ser rio para se juntar ao mar...

Ailton Domingues de Oliveira 
11/07/12

terça-feira, 10 de julho de 2012

Insignificância

"Quando choramos a partida passageira, aquela que se dá devido às opções que tomamos na vida ou por aquela definitiva, a qual não temos chance de mudar em nada o seu fim; quando sofremos pela ausência diária dos que consideramos muito, sejam amigos, conhecidos, família; quando nos identificamos à mercê do abandono da vida, não há nada, nem ninguém a quem possamos recorrer. Nada, nem ninguém humanos!!!

Me socorre e me ampara a Fé embasada na vida alicerçada e doada de Cristo que sacrificou-se pelos sem voz e sem vez. Encoraja-me a prosseguir ao olhar seus milagres e sua fala, sua dedicação e seu amor incondicional.

Nem só de amores eu sobrevivo. Os conflitos enriquecem o aprendizado. Diante de alguns que coloquei no primeiro lugar do pódium da minha vida, eu sofro por seu descaso, o que me põe agora num lugar de insignificância. Entreguei pérolas aos porcos...

Não morri. Sobrevivi com marcas e superei com fé. O silêncio da solidão, não no sentido deprimente da palavra, nos põe num patamar de ouvir e enxergar o que há de mais profundo no simples e místico da vida. A valorização deste simples é engrandecedor. Claro que com o tempo, a dor da ausência se achega de mansinho. E por horas nos questionamos o porquê dos porquês do abandono daqueles, os quais investimos tempo, carinho, dedicação e amizade...

Crescemos. Amadurecemos. Trilhamos com pessoas especiais até determinados pontos. Uns seguem adiante, outros para a esquerda ou ainda para a direita. Continuamos a crescer e amadurecer. Aprendemos sobre coisas e situações distintas. Poucos mantém acesa a chama da amizade e a essência da pureza. Certos ou errados os que vão e os que ficam? Não há, nem de lá e nem de cá!

Somos frutos de nossas escolhas, do que aprendemos e do que vivemos. Fica na nossa rede apenas o que é de verdadeiro. E se não sobrou nada, então não foi significativo para a outra parte. Se sobraram um ou dois, quem sabe três, já valeu a pena toda a história vivida.

Podemos mudar e mudar o jeito de expressar o nosso conceito. Talvez a forma de expor é o que nos aproxima ou distancia dos outros. Refletir sobre o grau de insignificância que passamos a exercer na vida dos outros não é caminhar rumo ao declínio do ego. É uma maneira de encarar a lona como marco inicial de se por em pé a lutar,  sempre que se fizer necessário. E, que isso dure por toda a vida. Tenho certeza de que a experiência adquirida já valerão a pena, independente do resultado de cada tentativa. Percorreremos caminhos ousados, de risco e de alegria, de queda que se supera com suor, de laço que se fortalece na dor. Se tudo fosse igual e fácil, qual a graça?

Na insignificância adquirida em vida, não haverão tesouros. Sobreviverão ao teu lado tudo o que for real. Não chores a ausência de quem nunca se fez presente, realmente. Também não se acomode com a distância daqueles que lhe são importantes. De alguma forma, por mais estranhos que se possam parecer, apareça! De peito aberto apareça. Deixe apenas o espaço e caminho livres para que um dia eles possam te encontrar...

O que é bom dura o tempo necessário para fazer feliz!"

Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12

Pássaro livre


"Seja um(a) eremita
Mude-se para o isolamento
E renda-se ao direito de não ser incomodado
Ou importunado com as diversidades
Não se decepcionará
Não se constrangerá
Não precisará de dinheiro
Muito menos de submissões
Não terá responsabilidade
Não terá hora marcada
Não terá o tempo contra si

Apenas perderá a oportunidade
De chorar diante das imbecilidades
De gritar em massa por melhorias e direitos
De correr atrás do busão
De correr do cachorro feroz
De assistir feliz à chegada dos esperados
De presenciar, incapaz, a partida dos amados
De sofrer calado
De amar sofrendo
De ver chorando
De chorar dizendo
De dizer que ama
E de ouvir que és amado(a)

Se está aqui, então assuma
O papel que um dia lhe veio do céu
Não passe em vão
Não seja telespectador
Não se finde em si mesmo
Não lute sem ação
Seja protagonista diante do Autor
Aprecie o tempo passar
E o amor brotar
Veja a flor...

Seja pássaro livre
Seja solo, seja bando
Seja dolo, seja brando
Arrisque, alce vôos
O céu é o limite
A terra o seu porto
Seja único, seja poeta
Das entrelinhas da vida
Seja doado, libertado
Autonomia de sua grandeza
Humanamente Divina
Regresse ao ninho
Na coragem de se fortalecer

Não perca a chance, única...
Apenas viva e deixe viver!"

Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12

Insensatez

"Corro, desde que me entendo
Para chegar num lugar que não sei onde
Em busca de um objetivo infinito
Contra tudo e contra todos

Corro, em busca de direções e nortes
Me fortalecendo entre flores e espinhos
Tornei-me fruto do que aprendi e vivi
Real, imaginário, sangue, suor e lágrimas

Fujo das sombras que perseguem
Acomodo na situação paliativa
Respiro o ar que me sobra
Enxergo o que os olhos deturpam

Insensato coração que aflige
Dor que consome sem se ver
Linhas em páginas, escritos e rasuras
Pudor, fervor, rancor, dor e amor

Na calada noite solitária em solidão
A escrita, arte e emoção, é companheira
O silêncio e o espaço são inspiração Divina
A vez é a da solidária insensatez

O mundo, imundo, profundo
Impõe, sobrepõe, nos dispõem
A sabedoria se finda frente à superficial inteligência
A insensatez é o remédio para poucos, talvez loucos

Loucos de amor pela vida
Pelas nobres causas de um reino prometido
Por um jovem revolucionário que não se calou
E sua voz ressoa há mais de 2000 anos

Ainda hoje, corro... e quando chego, me agarro
Entre devaneios febris, lucidez insensata
Ao que há de puro e belo nas escórias
Deixadas de lado por quem conquistou topos

Ainda agora, corro... sem parar
Só quero encontrar, o beija-flor
O mel, o céu, e o meu lugar
Saciar de sonho e fé com luta e amor...

Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12

Massificação escancarada

"Passada a ditadura, vencido seus algozes terroristas
Incultura-se nos libertos da tirania sócio-governamental
A alienação encrustada, em fé deturpada
A juventude usada e surrada
Que foi arma e massacrada
Desta vez teve seu caminho definido
Sem direito à escolha...

Na corrida comercial pelo espaço e por adeptos fiéis
Trouxeram e desencadearam de forma deslumbrante aos olhos
A pregação emotiva da Palavra Divina
Sem preparação, sem estudo, sem ação...
Fizeram um rebanho não pensante, apenas calado
Preocupadas nada mais nada menos com sua dimensão 'eu e o meu Deus'
Todo o projeto, toda a história até então vivida ficaram de lado
A igreja absorveu, aceitou, calou
E apoia o que lhe rende frutos: fiéis e rendimentos...

A massificação escancarada se multiplica
Destilam-se também seitas na mesma proporção
Copiamos e somos copiados
Causar emoção continua no auge
Um cartaz enobrece e enaltece
Apenas a uma ala apoiada pela cúpula eclesial

Os excluídos, ainda maioria
Continuam assistidos, amparados pela minoria
Que participa, que sonha, que luta e acredita
Na mística dos guerreiros e guerreiras
Que buscam incessantemente seu motivo para viver
Descobrem-se que nascemos para fazer
Não pra sentar e assistir a história acontecer!"

Ailton Domingues de Oliveira
10/07/12

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sou costuras

"Sou costuras no tempo... Apenas a costura que consegue prender cada retalho. Meus amigos são os retalhos, em cores e tamanhos diferentes. Por vezes alguns dos retalhos se rasgam. Outros caem e o buraco fica ali. Não é permitido colocar outro neste lugar. A colcha só cresce para os lados. Retalho novo em colcha velha repuxa os outros. O buraco que fica faz parte da lembrança e da história. Não pode ser preenchido.

Sou costuras, apenas costuras... E costuro na minha memória, história e coração o que há de mais importante: amizade. Amizade, como base de tudo. Sempre aparecerão novos retalhos. Sempre haverá espaço para a costura, o cultivo do novo. A vida é feita também de costuras...

Sou e quero continuar a ser a costura que possibilita o encontro dos meus queridos e queridas. Quero sê-la enquanto existir. E se um dia a linha que nos prende se soltar, tenha certeza de que o registro ficará repartido conosco... Quero ter sido em suas vidas, tanto quanto foram nas minhas... Laço eterno, costura sincronizada em tempo, espaço, distância e ausência...

Sou sentimento vivo. Sou reflexo. Sou esperança. Sou homem, sou maduro, sou criança. Sou um pouquinho dos amigos e amigas, sou família, sou amor. Sou nos detalhes, sou na simplicidade, sou na dor da saudade. Sou costura no tempo, que o vento ao sussurrar faz lembrar o que jamais se esqueceu. Sou um pouquinho de você e você um pouquinho de eu..."

Ailton Domingues de Oliveira
09/07/12

Não aprendi dizer adeus


Momentos dos mais difíceis de se entender e superar. Na verdade não se entende nem se supera. Acostuma-se com a dor da ausência. O primeiro se deu com meu avô Joaquim. Nunca imaginamos que um dia assistiremos à partida dos que amamos, sem nada poder fazer, mesmo que esse seja o destino certo de quem nasce. Eu ainda fazia faculdade. Na manhã, de sábado, se não me engano, chamamos um dos médicos mais antigos da cidade. Em sua deixa já percebia que o estado era grave e que nada, a não ser a fé poderia mudar o que estaria por vir... "Rezem e peçam a Deus..." foram suas palavras de consolo. O fim da tarde se achegou. Eu estava fora da casa da minha avó, onde meu avô transpirava em leito. Uma angústia e ansiedade me consumiram num repente e logo voltei para casa. Chego no mesmo instante em que alguns parentes de São Paulo chegavam, inclusive uma prima querida. Na casa, todos estavam em prantos e meu avô fora levado às pressas ao hospital. Corri, juntamente com minha prima, e ainda consegui presenciar o médico fazendo a massagem em seu peito... ele já sem cor... seu braço pendurado na maca... cena cravada no corpo e na alma... Logo o médico chamou a família e nos deu a notícia...


Um segundo momento, foi a morte de minha avó Iolanda, esposa do meu avô Joaquim. Eu estava em São Paulo, capital, e fui para Piraju. Minha avó clamava de uma forte dor no braço. Naquela noite dormi ao seu lado, em sua cama. Ela tomou uma injeção de analgésico e mesmo assim o silêncio da noite foi quebrado por seus gemidos de dor. Na tarde de domingo a levamos ao pronto socorro. O médico aplicou uma injeção de cortisona. Voltamos para casa e eu para a capital. Durante a semana ela foi internada e no final de semana próximo retornei ao interior. Foi um susto quando me deparei com ela no leito do hospital, inchada, e variando entre delírios de febre, mal-estar e dor. Não contive a emoção, nem se quer consegui me aproximar dela... Só falei, para que ouvisse minha voz, que eu estava ali. Aos poucos fui adquirindo forças e passei esta noite com ela... No dia seguinte ela fora transferida para a UTI. Trocamos de médico e ele nos reanimou e nos esperançou. "Peçam a Deus! Rezem! Eu aqui, farei o possível para curá-la..." Nesta tarde de domingo, retornei para a capital mais uma vez e, na manhã de terça, meu primo me chama em sua casa... ninguém me dera a notícia... Mesmo assim, já havia entendido aquilo que para mim jamais poderia ter acontecido. "O milagre não se deu como eu pedi."


O terceiro, aconteceu com minha avó Cida, mãe do meu pai. Agora eu estava em Uberlândia, meu primo me liga e muito triste quase não conseguiu falar nada. Nossa avó estava muito mal e precisávamos ir para  o interior. Tomei um avião até a capital onde esse primo me esperaria, mas devido à forte chuva, o percurso foi mudado e foi um atraso geral. Chegando em São Paulo, meu pai me ligou dizendo que nada mais poderia ser feito... nossa avó já não mais estava entre nós. O que mais foi comovente nisso tudo, além de não ter tido tempo de despedir-me dela, foi  quando reencontrei meu avô no velório... Ao me ver, ele chorou muito e tentava me contar, entre lágrimas de desespero, que na noite que antecedeu à morte, ela chamava meu nome, para que eu fosse para perto...

O quarto fato se deu com a morte do meu avô Dito. Era assim que o chamávamos com respeito e carinho: Vô Dito. Após a morte da Vó Cida, ele se superou e nos surpreendeu. Era um senhor que não arredava o pé de casa para nada. No entanto, revirou sua vida. Um dia após a morte da minha avó ele já se manifestou em organizar as roupinhas dela e doar. Guardou fotos e coisas importantes. Achei uma graça e um exemplo. Logo meu pai e sua esposa foram morar e cuidar dele. Passado algum tempo, mudaram de casa. Ele estava muito feliz. Se cuidava tomando todos os seus remédios nos horários determinados pelo médico. Um certo dia, após meu pai me dar notícias que meu avô estava na UTI, num imenso susto liguei para o meu primo e dessa vez as lágrimas foram minhas. Fui direto pro interior juntamente com minha irmã. Não queria que acontecesse como foi com minha avó, sem tempo... Chego à cidade, fui direto ao hospital e o visitei na UTI. Ele se emocionou ao me ver e eu mais ainda... "Você veio?" indagou ele com a voz embargada. Bom, ele se recuperou e voltou pra casa e eu com minha irmã para a capital. Na segunda-feira ele retorna ao hospital e na terça veio a falecer...

Não aprendi dizer adeus... Queremos estar sempre perto de todos que amamos, que conhecemos e gostamos, que nos identificamos, que criamos vínculos para que com nossa presença consigamos de alguma maneira super-protegê-los... Acostumar-se com a ideia de partida final é algo que, por mais que seja o leito natural, o coração não se adequa a este fim. Cada partida e ou despedida é dolorosa, é triste, é única. O tempo nos possibilita escrever uma única vez em sua linha. Passamos a maior parte do tempo correndo contra ele e atrás de objetivos e metas, de remunerações e bem-estar, e no fim, somos consumidos em gotas homeopáticas por este mesmo tempo. Corremos em busca de um vazio que só enxergaremos quando tivermos tempo para refletir. Viver é contrapor-se. Não aprendi dizer adeus aos que amo. Essa é uma dor constante que se transforma em lição diária para que eu não seja jamais refém da corrida em vão.


Ailton Domingues de Oliveira
09/07/12

Ilha Misteriosa...

"Eu?! Não! Não sou poeta nem cantor
Faço o que faço apenas por amor
Embutido nas entrelinhas das emoções
Na simplicidade complexa das razões
E na insensata sensatez das paixões

Na pintura das letras, o retrato
Do sonho, do Céu, do abstrato e do fato
A diversidade contida no sentimento
A eclética, única e mista, no vento de cada momento
A calmaria, a fúria, coragem e medo, num só tempo

Rasgo o silêncio, e grito à inércia, e arrebento barreiras no peito
A resposta vem de cima, quando o medo assola e me prostra ao leito
Minha armadura não é frágil, mas reconheço meus vacilos
Minha consciência é juíza, meus olhos são vilões, meu coração é réu, caço o meu objetivo e fim, agora tranquilo
Meu corpo reluta, meus pés não descansam, meu punhos cerrados disputam para vencer o aquilo

Eu, não buscarei os centavos, a riqueza
Faço da vida, dádiva, uma proeza
Desencanto de mim e me rendo ao belo, à sabedoria
Encontro fascínio na simplicidade, verdadeira alegria
Livro-me de máscaras sociais, euforia e hipocrisia

No coração de menino, alma de guerreiro
Sangue latino, disfarce de aventureiro
Busco a compreensão nos incompreendidos
A lágrima escorrida dos sofridos
E a face divina de Cristo nos excluídos..."


Ailton Domingues de Oliveira
08/07/12

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Poemas ao TIMÃO!!!






(06/07/12)
‎"Semana vencida,
Sofrida, mas vitoriosa
Com sabor de esperança,
De expectativa, de mudança,
De dissabor mas também de troféu!
Salve, salve, Gaviões da Fiel!!!"






O dia após o jogo: 05/07/12.
‎"Hoje eu vou tomar um porre
Não me socorre, eu to feliz!
Hoje eu to legal, tantão
O meu Timão é campeão!!!
Aos meus rivais amigos





Cantem comigo, um novo hino
Secaram muito mas só deu sorte
Chorem bastante com os argentinos!!!"
Buenas tardes los amigos brasileños!!!!
Aqui quem posta é um torcedor CAMPEÃO,
E muuuuuuuuuuito feliz!!!!






‎"Paiêêêêêêê!!!
Eu sei que vc é verde-branco,
Tem um porquinho de mascote
Mas desculpa aí,
Essa não dá pra segurar:
É nóis mano véi!!!"





‎"Hoje eu tô inspirado
Vou botar fogo na bomba
Jogar pedra em avião
Porque a noite de ontem
Só deu o grandioso TIMÃO!!!"






"Hoje minha poesia
Não tem nostalgia
Só tem alegria
Sabor de vitória
Com honra e glória
Quero viajar lá pro céu
Com muito orgulho pra delírio da Fiel!!!
Salve o CORINTHIANS!!!"


"Hoje eu tô maluco
Eu fui sofredor
Mas hoje eu tô maluco
Maluco com a vitória em sabor
E hoje eu não tô nem aí
Pra nenhum tipo de torcida contra
Porque hoje eu tô maluco de suor e de amor
PELO TODO PODEROSO TIMÃO!!!
MORRAM DE INVEJA, ARGENTINOS DE PLANTÃO!!!"


‎"Ontem foi noite de gala
O Timão não se fez grande
Ele adentrou a arena
'Gigante por sua própria natureza'!!!
Aquilo foi gana, foi raça
Não foi de graça,
Foi amor e suor
Foi lágrima
Grito entalado
Nó na garganta!!!
Foi lindo, foi Timão,
São Jorge acabou com o dragão..."


"AÊ NAÇÃO CORINTHIANA!!!
SALVE A SELEÇÃO ALVINEGRA!!!!!!!!!
2 X 0 PRA NINGUÉM BOTAR DEFEITO!!!
VITÓRIA COM HONRAS E GLÓRIAS!!!
 VAMO SE ACHEGANDO MEU POVO QUE A FESTA É TRIPLICADA!!! "


"CADÊ TODO MUNDO???
CADÊ OS PORQUINHOS???
CADÊ OS PÓ-DE-ARROZ???
CADÊ A SARDINHA DE SANTOS???
CADÊ OS SEM TIME, OS CAMALEÃO
QUE TROCAM DE CAMISA A CADA JOGO DO TIMÃO??? CHUPAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!"


Às vésperas do jogo: 04/07/12
"AÊ NAÇÃO CORINTHIANA!!! MUITO PENSAMENTO POSITIVO!!! OTIMISMO!!! FÉ!!!
ÂNIMO E GARRA NA HORA DESSE JOGÃO!!! HOJE SOMOS PROTAGONISTAS DESSA NOVA HISTÓRIA!!!"
SÃO JORGE, ROGAI POR TOOOOOOOOODOS NÓS!!!
ATÉ AMANHÃ GALERA E SE DEUS QUISER COM MUITO SORRISO PRA COMPARTILHAR!!!




Ailton Domingues de Oliveira

(06/07/12)