segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Rio e Céus

E pra quando se for
Tudo se for
Eu me for...
Como serão os reencontros?
Como será o saudoso abraço?
Sentir aquele cheiro único
Me esperando no terraço?
A casinha da minha infância
Estará em algum lugar?
Aquela terra onde eu fui criança, 
Fiz arte e extravagância
Sem perder a esperança
Será que então poderei pisar?
Saberei andar, falar e ver?
Poderei sentir, ouvir e correr?
Haverá casas, pessoas e ruas?
Haverá tardes e noites de lua?
Sentirei o vento refrescando o dia?
Nas manhãs farei poesia?
Será que o Rio correrá para o mar?
Será que o mar se perderá na imensidão?
Sentirei suas águas a me banhar?
Ou será que o Rio se findará no sertão?
Serei pequeno ou gente grande?
Não importa, nem por onde eu ande
Na verdade, quero apenas percorrer
Subir, descer, correr e ser
Banhar, molhar, irrigar e nascer
Quero ser travessia
Alegria sem véu
Que leva vida e utopia
E em dias de calor, chuva ou frio
Onde o vento não bate os Céus
Eu, apenas, quero ser Rio...

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Satã 2


#1 - A Russia acaba de apresentar ao mundo, na última terça-feira, o maior míssil até então fabricado, com capacidade para enterrar um país do porte da França. Sua mais nova produção de longo alcance foi batizada de "Satã 2". 

#2 - Enquanto os EUA devem pensar numa versão de míssil, tipo 6S, pra não ficar atrás da concorrência, aqui no Brasil nós dispensamos tais tecnologias nucleares. Também, quem precisa de mísseis se nós temos a PEC 241?

#3 - Os russos tem uma arma de destruição em massa que atinge o alvo num piscar de olhos. Fichinha! Nós temos um Bataclã no Governo que sabe como arregaçar com um país como nenhuma tecnologia dantes vista, em conta-gotas, via PEC 241!

#4 - Se a Russia se acha a bam-bam-bam porque tem o "Satã 2", deixa ela descobrir que nós temos o Temer, o Renan, o Aécio, o Serra e o MoUro. Inferno inteiro tá qui, mano!


Desestocando as inutilidades


Nos dias em que o silêncio é ombro amigo
E o pesar das prioridades se revela fútil
O desamarrar da imortalizada inutilidade
Torna-se pauta única em tempo de libertação
Nem estações, nem dias
Nem pedras, nem flores
Nem nuvens, nem estrelas
Nem chuva, nem vento
Nada é igual, nada se guarda, tudo muda
O momento se eterniza é no coração
E os corações não são iguais
E cada um estoca o que lhe é bem necessário
Na listagem das inutilidades incluem fantasmas
Que teimam estarem mais vivos do que eu
A ressignificância dos passos e da visão
É o que me trará novo alento ao coração
Se em novas páginas não se pintam esquecitudes
Sejam de fatos saudosos do que nunca se viveu
Com quem já se enterrou na vida de adeus
Sejam de pessoas desimportantes que partiram
Sem mesmo nunca terem estado
Parentes e amigos, ou mesmo desconhecidos,
Não passam de meros títulos
O que se vive e se sente dispensam diplomas
Nos aproxima das coisas boas
E nos afasta do que nunca foi...
Desestocar-se das inutilidades 
É livrar-se de excessivos fardos:
Materiais, (in)conscientes ou fantasmas...

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Crise de conjuntura no Bataclã-Senado

"Bataclã-Senado" está se indispondo com outras filiais. Agora que a Lava-Jato mira os meliantíssimos senhores da Alta-Instância, os poderes estão à beira de uma crise. Enquanto a caça tinha apenas um lado taxado como bruxa estavam todos favoráveis. Mas no momento que a mira de MoUro encontrou Renan o negócio mudou de figura. Aí vem a melhor parte: O que dizem os direitistas, os apoiadores do impeachment, os batedores de panela anti-corrupção, os atuais baba-ovos do Temer, os desavisados de plantão, e principalmente os baba-ovo do MoUro? De que lado ficarão??? (doido pra saber!!! kkkkk)


CENÁRIO: Renan cobra fatura do impeachment e arrasta Planalto para crise:
http://a.msn.com/r/2/AAjpLeu?a=1&m=PT-BR

900 - Descortinando

Começa aqui um longo descortinar
De sair de cena, eis o momento
No silêncio das palavras repousar
Reencontrar-me com o tempo
Abraçar
Sentir...

Pendurar os escritos
Eternizar a poesia
Restaurar o coração
Velejar com ousadia

Já fui de flores
De dores, amores
Temores, ardores

Sem palavra já fiz proeza
Sem vergonha trepei na mesa
Sem cartas venci com destreza

Dos fatos escrevi histórias
Dos sentimentos fiz memória
Das palavras fiz estrepolia
Mas é da alma que sangrou poesia

Salvaguardei-me das instituições
Resguardei-me das religiões
Desprezei a politicaria dos ladrões
E contrapus os charlatões

Aos idiotas compus recados
E palavrões não foram poupados
Mas pros hipócritas que veem tudo errado
Vai pra (...longe...) deixar de ser tapado

Brinquei com a dor e chorei com a alegria
Fiz orações de amor e cantei moda e utopia
Pelos pseudo-doutores da moral já fui condenado
Pelos mestres da lei em fogueira santa fui queimado

Mas sobrevivi aos babacas da hipocrisia  
Destilando sentimento nas entrelinhas da poesia
E os que fazem do poder uma tremenda putaria
Jazem na cova de suas próprias heresias

Esquina de vidro

Sorrisos despidos pelo vento
Passos inertes na calçada quebrada
Passado tão perto do presente tempo
Coração galopando a esmo na estrada

Mãos que saquearam-me da oração
Pés que distanciaram do meu destino
Herói surreal que virou meu vilão
E vozes saudosas que guiaram o menino

Vida louca de um tempo apressado
Segue utopiando em vias sem porteira
Num futuro insistente e desajuizado

Vai enterrando os seus esquecidos,
Que nunca chegaram perto da soleira,
E dissiparam-se com o vento na esquina de vidro

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Subversivando


Do tempo ao tempo procuro meus dias
Os que passaram, os que virão
Deitado na rede dos sonhos
Ora agarrado na soleira da esperança
Ironizo as dores que o corpo carrega
E aniquilo os algozes que o mundo impõe

Rasgo as regras que as sociedades forjaram na lama
E aos senhores de leis de templos e palacetes
Que manipulam destinos em nome de si
Deturpam verdades e promovem desesperança
Com o suor alheio de quem sobrevive
Vendem a fé e corrompem justiças
Meus punhos subversivos permanecem cerrados

Debruço-me na terra que foi regada de vida
As flores nascentes já tem na veia o sangue
E a utopia eterna que inflama a alma
Saúdo a história vivida com fé
Brindo o futuro sem rumo que espreita
E na certeza dos passos a luta prevalece
Na saudade de um tempo que não se vendeu
E guardou na memória as lições que aprendeu

Nos dias de guerra, nos dias de glória
Desapego das regras e me apego nas causas
Se a lição deixada continua sendo o amor
Entendível está a banalização da mensagem
Que no final da sentença o que se almeja é o poder
Na mente corrompida de quem desconhece o legado
E alimenta a vaidade de seu ego de trevas
Mas um dia esta terra sem lei que alimenta hienas
Que para poucos foi palco de vida e de sonho
De tempo e de história, luta e fé
Se deitarão os justos na honra de suas almas
Enquanto os vendilhões dessa terra afogarão em suas lamas.

Águas que lavam e levam


Desce dos céus
Lava meus pés
Varre esta terra
Acalenta minh'alma

     Vem pra molhar
     Leva pro rio
     Do rio ao mar
     A sujeira do tempo

          Lava meus dias
          Leva pro rio
          Lava minh'alma
          Leva pro mar

Água dos céus
Lava esta terra
Traz flores à vida
Em vida o amor

Água da alma
Que lava a face
Suplanta minha dor
Que ficou no caminho

Desce dos céus     
Brota da alma     
Molha meus pés     
Renova meu ser     

Lava esta terra          
Lava esta alma          
Leva a sujeira          
Leva a tristeza          

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Sociedade Secreta: das regras à realidade.


Reza a lenda que um grupo secreto foi criado por homens com o objetivo de guardar um segredo milenar. O segredo porém, só os membros que atingissem o grau mais alto da hierarquia interna da organização, após longo e indeterminado tempo de preparo e espera, provando merecimento e lealdade, estaria apto para guardá-lo.

Antes, para fazer parte deste seleto grupo de homens distintos é necessário passar pelo crivo de membros mais antigos dentre outros processos investigativos que variam desde a conduta social, profissional e religiosa até a renda mensal, considerando para este último quesito, que o candidato deve ter uma condição financeira notável. Após ser escolhido, convidado e aprovado é necessário ainda passar pelo rito de iniciação e só assim será considerado como membro da irmandade.

O que se prega nas reuniões semanais é a necessidade da expansão da sociedade secreta, visando a ajuda mutua entre os membros, que em sua maioria exercem cargos de destaque e influência na sociedade. Há uma segunda intenção que é a de fazer algum tipo de caridade na sociedade, levando em conta a necessidade extrema de destacar os feitos, a título de honras e méritos. Tudo o que acontece no interior deve ser mantido sob segredo, sujeito a sanções para quem infringir as regras. Em épocas medievais, os que as transgrediam tinham o pescoço cortado de ombro a ombro.

A justiça, a verdade, a conduta moral e ética são pontos de extrema relevância, que cada membro deve carregar em si e exercer, para que mantenha a imagem da sociedade secreta sempre bem vista. Esse é um relato que conheço por experiência e talvez eu não tenha muita coisa pra detalhar do que vi e ouvi lá dentro mas posso dizer que o que se prega não se vive. A curiosidade me levou até lá e a decepção me fez sair.

Dias atrás deparei-me com um membro da organização que já era antigo na casa quando lá cheguei. Nosso encontro permitiu-me relembrá-lo da minha pessoa. Estou afastado a um bom tempo e isso com certeza contribuiu para a demora de sua lembrança. O fato marcante deste encontro se deu pela situação que nos deparamos. Uma sala de audiência em que eu representava a parte autora e ele defendia o acusado.

O histórico e os motivos são desnecessários mas posso garantir que minha escolha em sair desta irmandade foi certeira. Não precisamos estar inseridos em grupos, sociedades ou religiões para desempenhar o papel de um bom cidadão e ter uma conduta social ilibada, mantendo a justiça sempre à frente de nossas mais importantes decisões. O que ficou de lembrança é apenas a mais celebre palavra, tão usada por quem cobra atitudes de terceiros enquanto sua própria conduta não condiz com as regras, tampouco com suas próprias pregações: hipocrisia.

Contudo, para finalizar, escolhi a frase de um desenho animado que pode muito bem ser levada a sério, especialmente no que tange o tal segredo milenar que a poucos homens de boa fé é revelado: "O segredo do tempero da sopa de vegetais é que não existe segredo" (By: Kung Fu Panda).

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Rascunhos de uma utopia


Medos e sonhos de uma flor em vida
Num futuro tão quisto quanto incerto
O olhar da ousadia enlouquecida
Na cruz silenciosa de um deserto

Fantasmas de um destino passando
Guerras e trevas da mais nobre emoção
Vozes sem rima pra sempre ecoando
Na alma, espancada e lapidada, sem razão

Na ladeira imposta a melancolia
Dor que sangra a esperança e constrói
Alcançada a chegada no topo, alegria
Saudade dos passos, ora me deixados, corrói

A dureza inquieta do que se vem lá
Suor e sangue, amor e aprendizado
A pureza perdida, encontrada no olhar
Legado ou destino, coração silenciado

Morrer aos poucos, preço da vida ou dor,
Encontrando na morte o seu artifício
Se viver se faz morrer para as sem razões do amor
Na vida se encontrou o seu sacrifício 

Ora, o artifício da vida é o amor!
Flores no peito e nos pés ousadia
Não há vitória sem dor
Rascunhos de uma utopia...

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Versos e prosas, ventos e brisas: amigos



Amigos
De outras épocas, outros tempos
De tantas histórias, tantos momentos
De memórias e sentimentos

Amigos
De ventos e de brisas
De outros times e camisas
De tantas cores, sem divisas

Amigos
De tantas crenças e religiões
De fé, sem fé, mas corações
De emoções ou razões

Amigos
De gêneros e alegrias
De políticas e ideologias
De lutas e utopias

Amigos
Politizados ou analfabetos
Ousados e discretos
Abstratos ou concretos

Amigos,
De tantos feitos
Diferenças e tantos jeitos
De palavras e de respeito


Amigos
De versos e prosas
De  silêncio e sem glosa
De cravos ou rosas

Amigos
Que guardo encantos e saudades
Acima de qualquer verdade
Que merecem a eternidade
No peito, no coração, na amizade!

Travessias de um Rio


 Na vida que se faz vida
Um Rio que abraça memórias
Sem temer a própria morte
Segue o destino com maestria
Rio que traz e leva a vida
Conduz em seu leito histórias
Deriva em si à própria sorte
Traquino e menino em travessia

No espírito da água da vida
O Rio é a sua própria teologia
Com seus cantos e irrestritas danças
Rompe as margens sua espiritualidade
Espírito de um Rio de vida
Que ao próprio ego silencia
Dissipa, limpa e dá de si em esperança
Travessias de um Rio em liberdade

Ah, se todo mundo tivesse um Rio
Se o espírito do Rio habitasse o mundo
Se a liberdade fosse uma mera travessia
Se a travessia não se perdesse em liberdades
Ah, se toda vida respeitasse o Rio
Se o próprio Rio não tivesse roubada sua vida
Se a espiritualidade fosse mais vivida que falada
Se a fala imposta não lhe usurpasse a espiritualidade

Travessias de um Rio...


(*) Fotos: Rio Paranapanema - por A.D.O.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O jardim da saudade

 
Sobre a mureta do terraço debruçada
Medindo com o tempo as primaveras 
Arqueadas sobre a pequena entrada
Enquanto dançam as rosas em ritmo de velas

O vento carrega pra terra seu pranto
Como se sua alma escapasse de si
E buscasse um elo escondido em cada canto 
Ao som do silêncio que reconhece a dor do fim

Teu olhar vagueia por entre as flores
Buscando conforto na esperança dos dias
Superando os espinhos, tristezas e dores
Remediando a ausência com reza e poesia

Velha senhora que me trouxe o amor
Por suas mãos a direção e o caminho, 
No silêncio do olhar a resposta em flor
Em teu colo o aconchego e o carinho

Reencontro seu sorriso em cada recanto
Onde há flor que brota sem vaidade
Conforto minh'alma com versos e cantos
Quando ouço sua voz no jardim da saudade

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A estrela do sertão

Clamando meus sustenidos menores
Do esquecido sótão de minhas lembranças
Onde o calor e a inquietude ressoam melodias vivas
E a alma se deleita aquecida em sonhos ausentes
A declamar notas de saudades à estrela do meu sertão

No insinuante luar que se lança ao meu deserto em flores
Onde o mar deixara pedras em caminhos de esperança
Lá da varanda da palhoça o meu olhar persegue a tua brisa
Buscando teu cheiro na memória de um futuro presente
Rasgando o tempo que se demora em descompassar meu coração

Sem a estrela, a estrada perde o perfume e o encanto 
Tanto quanto a luz do olhar perde o foco e o brilho
Aquela janela adormece sem vida na penumbra de tua ausência
E o vento arrasta a alma contra o muro da solidão
A me acordar do devaneio febril da latente saudade 

Almejo ainda, andarilhar sem destino e dançando
Contra o tempo que me roubou a cena e os trilhos
Seguindo pelo céu e sintonizando da alma a tua frequência
Cantando às flores, ao mundo, ao sertão do coração
Em notas de improviso, de ternura, a dois, na eternidade

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O capeta anda mal falado no bairro

Meu bairro é o bicho pegando. Tem de tudo e para todos os gostos. Gente boa, bonita, rezadeira, trabalhadeira e que pega no batente antes mesmo da lua se esconder. Mas tem também a galera da muvuca, das noitadas, das quebradas, da vadiagem, da fuleiragem, os que gostam da marvada pinga, os fãs do cigarrinho do barato doido e os que incorporam o demonho. E o episódio de hoje é sobre um desses possuídos.

As igrejas neo-pentecostais, aquelas da teologia da prosperidade, bem como algumas alas católicas, têm investido alto na implantação da cultura do medo. Capetizando a torto e a direito, vão massificando os fieis sob a tutela de suas exageradas leis e consequentemente propagando a condenação ao inferno quando os mesmos não caem em suas pregações alienantes. A expansão dos templos, com denominações criativamente diversas, é simplesmente fenomenal e a busca por um lugar que contemple os anseios pessoais de cada fiel se caracteriza na constante migração de uma igreja para outra. Na verdade é um cliente que de fiel não tem nada.

A partir desse ponto e com tanta informação sobre o capiroto (demonização, capetização, possuimento), os fieis são portadores de um conhecimento típico dos pregadores despreparados que usurpam a boa fé das pessoas de bem. 

Chegando no bairro, novamente me deparo com umas trinta pessoas na esquina ao redor de um rapaz que, no exato momento, estava seguro por um outro homem. Perguntei para um telespectador o que havia acontecido: "Tá possuído! Tá com o demônio no corpo! Mas aqui não tem ninguém com o Espírito Santo, capaz de fazer ele ficar bom!"

O conhecimento popular não me permitiu hesitar nem por um minuto e já perguntei na lata: "Ele usa drogas?" E foi quando a senhora respondeu: "Tinha parado..." Bom, não sub-julgando e nem condenando (...), mas outro dia uma mulher estava endemoniada na avenida principal aqui do bairro. Enquanto o pastor tentava curá-la eu liguei pros Bombeiros. Ela tomou uma injeção ungida de glicose que a fez reencontrar sua paz. Cessaram os gritos, os coices, as vozes esquisitas, os choros, os risos, os palavrões e ficou somente uma espécie de amnésia necessária, típica de quem bebeu todas e tem vergonha de se lembrar dos episódios passados.

Tomei o rumo de casa e passei devagar próximo às pessoas que assistiam o rapaz, que segundo os especialistas populares de plantão, estava possuído e não havia nenhum ungido ali capaz de fazer uma descapetização. Nesse caso, nada melhor do que uma glicose benta para tirar qualquer encosto e livrar o capeta dos falatórios exagerados. 

"Toca", terrinha boa! Sempre tem um bom causo...

Acredito que em Piraju essas coisas não aconteçam.

O colapso dos hipócritas: inocentes, cegos ou coniventes?

Nos últimos anos a intolerância e o discurso de ódio têm crescido abruptamente ultrapassando as telas das redes sociais e partindo para as vias de fato do mundo real. Pregações de violência e morte são pontos altos nas discussões visando como alvo aquele que não comunga de sua ideia. As minorias que o digam quando o preconceito e a discriminação materializam-se nas vozes de líderes políticos e religiosos. Alguns pseudo-cidadãos despolitizados e bipolarizados entendem tais discursos como um hino que os instiga a segregar e exterminar a qualquer custo as tais minorias.

No quesito política as discussões se pautam sempre e somente na podridão que o outro partido carrega. Óbvio que ninguém vai levantar provas contra si mas convenhamos, não há partido sem corrupção e tampouco sem corrupto. Infelizmente! Por outro lado existe muita segregação política em alguns seguimentos da justiça partidarista que têm dois pesos e duas medidas, sempre em função de cada legenda.

Na questão religiosa, algum tempo atrás uma adolescente (do Candomblé) levou uma pedrada na cabeça. A pedra veio de um cristão fundamentalista. O motivo? Não se sabe mas dá para ter uma ideia a partir dos discursos de alguns líderes religiosos. O que será que eles pregam na diversidade de templos cristãos? Não precisa ir muito longe. O pastor Marco Feliciano, por exemplo, também deputado, pregou certa vez que o povo da África era um povo amaldiçoado por ser descendente de Caim e por isso sofria as devidas consequências de miséria. Suas declarações insanas se pautavam na bíblia.

Cristãos de carteirinha (fundamentalistas, sejam eles católicos, evangélicos, protestantes, etc) que esquentam os bancos dos templos e vivem sob a tutela das leis morais da instituição são os que mais disseminam o ódio além das cercas religiosas. Defensores de ideologias partidárias se destroem em palavras enquanto os políticos que ganham (e não é pouco) para fazer o exercício do bem comum manipulam as leis em benefício próprio ou de seus partidos.

Estamos num fronte de batalha, ora social, ora religiosa, ora política. No momento, cada um por si. Não se deve permitir que a inocência, nem a cegueira e muito menos a conivência parcial assolem os nossos pensamentos. Ser conivente com qualquer situação que não vise interesse real para o bem comum e a justiça é atolar-se na lama da hipocrisia...