domingo, 13 de setembro de 2020

O dia que precede o amanhã


Após um longo e obsequioso tempo de silêncio e reflexões, enfim resolvi aparecer para simplesmente agradecer. Tempos difíceis de espera mas também de muita gratidão. E ter o privilégio de agradecer às pessoas que te acompanham de perto ou de longe, mas sempre presentes, é algo que não pode ficar guardado apenas no pensamento. 

Desde 2009 em Uberlândia guardo comigo uma frase ou melhor, uma experiência e uma lição de vida. Na primeira casa onde morei aqui nessa cidade, precisei do serviço de um senhor, meu vizinho, para consertar um cano quebrado. Após o serviço concluído eu perguntei o valor e ele se recusou a cobrar. Insisti para pagar por seu serviço, uma vez que tomou tempo e mão de obra, mas a única coisa que ouvi foi: "Estamos aqui uns pelos outros". A cada dia que passa essa frase tem mais peso e mais sentido na minha vida. Sim, estamos aqui uns pelos outros...

Carrego também desde sempre, os ensinamentos dos meus avós e consequentemente dos meus pais: "honrar sua palavra". Entendo hoje que honrar com a palavra, mesmo que isso lhe cause certo prejuízo, é também honrar seu nome, sua família, seu trabalho, seus amigos e todo o seu legado. 

Sem mais delongas, nesse tempo de agora, quero apenas agradecer. Foram momentos intensos e difíceis vividos de forma contida. Na maneira de cada um, em conversas demoradas ou apenas poucas e objetivas palavras, tudo me serviu para estar onde estou e da forma como estou. 

Obrigado:
Felipe e Joaquim, meus filhotes, razão, emoção, explosão de sentimentos que não cabem em palavras.
Cinthia, minha irmã, amiga, confidente, eterna companheira.
Mãe, por sua prontidão e sentimento de proteção.
Pai, mesmo longe, seu exemplo de simplicidade e honestidade é causa da minha admiração.
Heloise, ex-patroa, eterna amiga e irmã.
Jane, minha grande amiga.
Fábio, amigo, irmão e compadre.
Patrícia, Juliana e Márcia, obrigado pela oportunidade de fazer parte dessa Família Localider. Hoje, mesmo longe e sem saber, vocês contribuíram para minha vida e crescimento em todos os sentidos. Obrigado pela confiança e é motivo de orgulho fazer parte dessa equipe, dessa Família!

E a tudo o que é vivido nas entrelinhas de cada dia e por detrás das cortinas desse palco chamado vida!








quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Encontros, desencontros e reencontros



A história por trás da música "Amigos, passe o tempo que passar". 

Comecei a escrever essa história em setembro de 2020. Estávamos na pandemia. Reunimos num grupo de whatssap, os participantes do grupo de canto da comunidade de Nossa Senhora Aparecida, na vila Cantizani. Já fazem mais de 30 anos... Reunimos a maior parte dos integrantes da época, gravamos uma música e homenageamos a nossa coordenadora, Ivone.

Para falar da música é preciso contar um pouco dessa história e voltar no tempo. O ano devia ser 1988 ou talvez 89. Uma das coisas mais almejadas na Comunidade de Nossa Senhora Aparecida, ou Comunidade de Cantizani, era participar do Grupo de Canto que, na época era coordenado pela Ivone. A bandeira de cor verde, que representava nossa querida comunidade, era algo que transcendia nossas emoções. Era motivo de orgulho fazer parte dessa comunidade e continua sendo orgulho fazer parte dessa história.

Nesse ano (88/89) no corredor da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, após o término de uma missa de domingo, recebi o convite da Ivone para fazer parte do grupo de canto. Justamente nesse exato momento, o Fábio passava por nós, e num impulso eu pedi pra Ivone deixá-lo participar também. E assim, lá estávamos nós. Esse foi nosso primeiro grupo. Os anos seguintes seriam uma espera para podermos participar dos grupos de adolescentes, uma vez que só podia entrar quem concluísse a Crisma. 

O grupo de canto da Ivone, como era chamado recebeu um nome, "Grupo de Canto Irmãs Cristiane e Iolanda", uma homenagem a essas irmãs que se dedicaram à nossa Comunidade com muita humildade e amor. Foi nesse grupo que crescemos, amadurecemos, vivenciamos crises típicas da idade, enfim vivemos muitas coisas e a mais bela foi a amizade. Passeios, retiros, festivais, bailinhos, Missas, procissões, vivemos o esplendor de nossa adolescência, aproveitando ao máximo os momentos de cada encontro. Amizades que foram o alicerce de nossas vidas. 

Uma das coisas que mais me consumia era o fato de saber que muitos ali daquele grupo iriam trilhar seus caminhos fora de Piraju, fora da comunidade, distante daquele grupo: "Nunca te esquecerei e as nossas brincadeiras". Eu não queria deixar aquele grupo, aquelas amizades. Na minha mente, ninguém deveria sair. "Sentirei saudades se for mesmo embora". Eu sabia dos planos futuros dos meus amigos e amigas. Infelizmente em algum momento todos partiriam para algum canto. 

Aquele grupo de canto e de amigos, era algo motivador, inspirador. A música marcava as relações, os dias, e também o nosso crescimento. Coisas típicas da adolescência, tínhamos uma espécie de superproteção um pelo outro. 

Da Cantizani para o whatssap, assim foi o nosso reencontro, que de fato aconteceu na melhor hora. Foi ótimo reencontrar os amigos, recordar momentos, matar a saudade.

Penso que toda a inspiração da música "Amigo" só foi causada devido a tudo o que vivemos e da forma como vivemos. Se não fossem amizades sólidas da época talvez a música nem existisse e se existisse talvez não faria sentido algum. 

"Passe o tempo que passar
Pinte o clima que pintar
Você sempre vai estar no meu coração
Porque amigo és tu que me amparou quando eu mais precisei
Do meu lado, te encontrei... AMIGO"

(03/09/2020)