quinta-feira, 2 de agosto de 2018

É o que se tem pra hoje: AMOR!


A experiência ocorreu num ambiente que, literalmente é deixado de lado pelo poder público e por todos aqueles que fazem promessas antes de serem eleitos. A saúde pública sobrevive à deriva, ao relento, sob os desmandos dos políticos. E haveria linhas e linhas para se narrar acerca do que podemos presenciar em apenas alguns minutos pelas recepções e corredores das UAIs (Unidade de Atendimento Integrado) mas o foco é outro.

O que se espera quando a necessidade (emergência/urgência) te obriga a procurar um local como esse, a UAI, é um mínimo de respeito à sua pessoa por parte dos funcionários que ali estão. Entende-se bem o desgaste físico e emocional de quem trabalha nessa área uma vez que faltam verbas para as despesas básicas, para os itens necessários ao atendimento e, às vezes, até o salário. Mas, uma coisa é certa, quem procura esse "socorro" não o faz por prazer e já sabe em seu consciente o que irá enfrentar a partir do momento que pisa num local desses. 

Estive numa dessas unidades no dia 01/08/18. Deixo o motivo para outro momento. Adianto apenas que era uma necessidade em caráter de urgência. Recepções lotadas, corredores abarrotados e funcionários que sequer respondem educadamente a uma simples dúvida. Crianças chorando no colo de suas mães, idosos em macas, gestantes e pessoas com as mais variadas expressões de dor, desconsolo e lágrimas, fazem parte do cenário que presenciei em pouco mais de meia hora.

De todos os funcionários que ali estavam naquele período, passando pela recepcionista, o setor de triagem, enfermeiras e médica, uma única pessoa... sim, uma única mulher não me permitiu perder a esperança, a fé e a paciência. Foram aproximadamente três trocas de palavras e bem curtas, mas que, pela forma com que ela atendeu fizeram toda a diferença. 

Desnecessário descrever as características físicas dessa profissional mas é sublime poder descrever um pouquinho de sua generosidade e amor ao que faz com tanto zelo. Perdi a oportunidade de saber o seu nome mas jamais esquecerei o tom de sua voz e a forma carinhosa de tratar a todos e todas.

"Meu bem o que você está precisando?", "Oh meu amor, se você precisar volte aqui mais tarde, viu?". Narrando esse contexto por aqui com certeza não dá pra expor a dimensão desse atendimento ímpar. É justamente isso que a maioria das pessoas que adentram as UAIs precisam ouvir e sentir, um amparo incondicional, atenção e respeito. Ela não sabe que melhorou imensamente aquele momento e eu só posso ser grato por ter tido o privilégio de ter cruzado esse caminho. Ela só deu o melhor de si: AMOR. 

Nem tudo está perdido. Ainda há esperança.