Uma busca incessante incendeia meu coração. Olho para os lados como quem
espera que a resposta venha de algum lugar. Olho para o céu azul e vejo
apenas nuvens e pássaros. Pergunto-me: o que buscas? O que te falta?
E o silêncio dentro de mim se
mantém. Não sei dizer. Seria dinheiro, um carro novo, um bom emprego,
status? Não tenho a resposta certa, mas sinto que essa busca vai muito
além das coisas efêmeras deste mundo. Seria tempo de qualidade, uma
ligação, um abraço de quem se ama? O que você busca?
A pergunta se repete dentro da
minha alma. Talvez eu até tenha a resposta. E, como uma mãe que
protege o filho de algo que possa feri-lo, minha psique, essa mãe protetora, me
guarda dessa verdade. Mas por quê? O que essa resposta poderia
trazer?
Seria a decepção de perceber que
passamos nossas vidas presos a coisas materiais, a futilidades, perdendo tempo
sem saber ao certo o sentido da vida? Ou seria porque a realidade é
simples demais para aceitá-la? Simples demais para reconhecer que a
resposta está no sol que aquece todas as manhãs, no brilho dos olhos daqueles
que amamos, esse brilho que quase nunca paramos para admirar. Está no
silêncio daqueles que se calam, na flor que desabrocha, no alimento que
sustenta o corpo e na oração que sustenta a alma.
O que você busca? Ainda não
tenho essa resposta. Mas a angústia e o anseio do porvir fazem meu coração
bater mais forte, correr como quem tem uma viagem marcada e quer aproveitar ao
máximo os dias neste lugar tão misterioso. E talvez, apenas talvez, a
própria busca já seja a resposta. Talvez seja esse caminho incerto, cheio
de perguntas, que nos ensina a ver o que sempre esteve diante de nós.