sexta-feira, 5 de julho de 2013

A certeza de que foi assim


Das travessias que levei no peito
Das ondas que se quebraram sobre minhas costas
Das obras que me arrancaram lágrimas
Das dores que guardei pra mim
Dos rostos que um dia cruzaram o caminho
A certeza de que foi assim...

Dos tombos sofridos, ousados, inesperados
Das surpresas acontecidas, agraciadas, ferradas
Dos verbetes sempre prontos, lição, encheção
Das mentes insanas, mundanas, profanas
Dos corações dos homens, alguns desumanos,
A certeza de que foi assim...

Das esperanças, saciadas, enterradas
Dos sonhos, distantes, imediatos
Da Fé, alicerçada, deturpada
Das lutas, labutas, batalhas
Dos rostos, maquiados, mascarados
A certeza de que foi assim...

Foi assim, nem sempre assim
Ou tudo ou nada do que foi, de novo será
Sou guardião do tempo, do meu
Sou autor das minhas escritas
Numa folha emprestada, amassada, estampada
Sou livre pássaro no céu do mundo
Sou forte pisado no chão desnudo
Sou punho cerrado em golpes invisíveis
Sou alma de poeta, coração de menino
Sou voz de profeta, sangue latino
Sou prosa e poesia, utopia, alforria, nostalgia, alegria
Sou a certeza de que fui assim, 
Serei melhor assim
Na certeza de que nem sempre será assim
E nas incertezas de cada raio de sol
Um mundo a ser desbravado no horizonte
Onde as minhas dores serão esquecidas
Quando enxergo no olhar de cada alma
As dores e alegrias de outras vivas vidas...