terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Um dedo de prosa, um cheiro de rosa



Um dedo de prosa
Uma dose de café
Companhia para um silêncio sem destino
Uma gota de água da chuva que cai
Na inocente pétala, no deserto, da rosa 
Que não esconde seus espinhos no pé
Ora indecente, atrai com seu cheiro traquino
A companhia de um olhar que ao seu encontro vai

Rosas e prosas, espinhos ou carinhos
Nem melhor, nem pior
Nem futuro, nem passado
Nem de longe, nem ausente
Na solidão, um abraço pelo caminho
Pra reconectar o que há de melhor
E deixar os excessivos fardos de lado
E agarrar a alma de quem se faz presente

Sem luto pelo que morreu sem ter vivido
Do que plantou ausência não resta nem pó
Eu luto, a batalha, no aqui e no agora
Vivo a esperança no olhar que cativa
Não me importa mais o elo perdido
Nem quantas léguas eu andei só
Não me importa quantas guerras eu vivi lá fora
O que importa é quem está comigo na trincheira da vida