A descoragem impetrada na alma
Quando não resta nem mais as sombras
Para um descanso de pós guerra
Angustia meus dias, aflige minha pele
Armadura fina, de sangue, carne e osso
Que sustenta mundos aos quais recaem
E respingam sobre o meu caminhar
Molham meus pés, ora de suor, ora de lágrimas
A dor não é dor, a luta não luta
Apenas sacrifícios exigidos de uma escolha
Perdoo-me do que não pude ser, fazer
Aceito-me em minhas duras imperfeições
E é diante da fragilidade reconhecida
Que reencontro a força e a coragem
Para enfrentar, não a morte, mas sim a vida
Quando me desnudo de roupagens
Que não mais me pertencem
Eis que ressurge imponente
A face da raiz de onde eu vim
Recobrando sobre o meu céu
Ressignificando o sabor amargo em mel
Alquimia de almas
Espelhos, reflexos, conexões
Sem razões de amor
Que para onde eu for
Memórias me farão voar
Histórias me contarão ao mar
E no coração dos meus
Eu hei de ficar, brotar
Em seus pensamentos morar