sexta-feira, 26 de março de 2010

Deixe as coisas passadas, vá em direção ao prêmio, não torne a errar.

Domingo, 21 de março de 2.010. V da Quaresma.
            Na beleza e na riqueza dos escritos desse dia senti algo que borbulhou em mim durante a semana inteira. O fato das três leituras explicitarem uma mensagem comum foi o ponto fundamental para a reflexão.
            Vivemos, enquanto seres, alguns nem tão racionais, buscando sempre o melhor para si, buscando respostas, às vezes sem ter a pergunta propriamente formulada, correndo atrás de um objetivo seja ele profissional, pessoal ou vocacional.
            Sendo nossa vida como um caderno em branco, pronta para ser escrita entre linhas retilíneas ou sinuosas, os quais nossos atos são em tintas que não se apagam mais e que não há como reescrever a história, temos a necessidade e o dever de sermos coerentes conosco mesmos, para que com o passar do tempo tenhamos um caderno repleto de experiências positivas.
            Logicamente, os erros fazem parte de nosso humano. Por nossa imperfeição, necessitamos aprender errando. Porém, somos dotados de inteligência para não errar no pecado e não persistir nos erros. Mas também temos o livre arbítrio.
            Em se tratando dessas leituras, existe um convite direto para deixar o passado, para correr em busca do “prêmio”, o que provem da caminhada em Deus, e não errar mais, não pecar mais.
            Na leitura de Isaías 43,18, a mensagem é clara: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos”.Tais fatos antigos podem ser interpretados de diferentes formas por quem lê. Vejo, de maneira particular, como um convite pessoal a cada um de nós em especial, a viver uma nova vida em Cristo, deixando o passado, a vida antes do encontro com Deus. No estender da leitura é dito que “coisas novas serão feitas”: “estrada no deserto”, “rios na terra seca”.
            Nós, povo escolhido e amado por Deus, antes como um deserto, hoje, agraciado pelas águas celestiais, irrigados no Pai.
            Na segunda leitura, Filipenses 3,13, São Paulo diz “Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente”. Em total conformidade com a primeira leitura, nesta carta, São Paulo deixa seu exemplo, sua mensagem de Fé, instigando ao povo desta comunidade a também correr em busca de um prêmio, vindo do alto, chamado de Deus para se receber em Jesus.
            Por fim, o Evangelho de João 8,1-11, encerra com chave de ouro. Primeiro, Jesus desafia os mestres da lei e os fariseus: Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!” Um a um, todos saíram. A mulher então ficou livre do apedrejamento.
            Jesus fala então: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não tornes a errar”.
           
Deixar ou não o passado, o que há de errado em nossa vida, em nós, é uma opção pessoal de cada um. Porém, só o deixando, só se libertando de tudo o que nos impede de caminhar é que poderemos alcançar a graça tão desejada, tão necessitada, tão almejada, o prêmio em Deus. Não tornar a errar é o mínimo que o Pai espera de nós diante de toda graça nos dada com amor e por amor.

Ailton Domingues de Oliveira

26/03/10