quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Um dia e agora"

"Um dia terei tempo
Não haverá dor de ausência
Um dia não sentirei nem o vento
Somente alegria das presenças
Um dia escreverei para os amigos
Não lembrarei de quem se tornou inimigo
Um dia verei, por consideração, os queridos
Falaremos das histórias vividas
Dos momentos de dor, tristeza e partidas
Das vitórias e conquistas sofridas
Um dia, não me preocuparei mais com o tempo
Não será nem mocinho nem bandido
Não sofrerei a falta do que não conquistei
Não lamentarei o caminho tomado que desviei
Não preocuparei...
Apenas estarei lá
Um dia, o livro se fechará
As lembranças, aos poucos, feito areia escoarão
Um dia, serei alguém, serei mais um, serei eterno,
Serei lembrança, não serei nada ou tudo...
Um dia, nem olhos nem toques
Nem gosto nem beijo
Nem abraço nem cheiro
Hoje, ainda é vida
Esperança, nostalgia e lembrança
Hoje é dádiva, amor, caridade,
Compreensão, paixão
Hoje, vida louca, bandida,
Solitária, única e querida...
Sem pressa
Hoje: obrigado, amém."

Ailton Domingues de Oliveira
(10/11/11)