sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Tempo: solidão e utopia

Já faz tempo...

Tanto tempo faz que as cores desbotaram
Naquela praça já não tem mais crianças
As escadarias foram cercadas com grade
Ali, onde se entoavam cantos 
Nas noites de céu estrelado
Hoje apenas o vazio mórbido
Como sinal de novos tempos
O que sobreviveu está apenas nas lembranças
Nas fotografias recortadas
A utopia, a inocência e a saudade

Já faz tempo... 

Tanto tempo faz que finquei raízes no mundo
Em busca desses novos tempos
Cortei meus sonhos de quintal
Voei de verdade rumo à capital
Mudei de casa, de cidade e de sonhos
Desacreditei dos discursos prontos
E valorizei a simplicidade da inteligência
Mudei meus mundos, meus risos
E senti na pele que tudo enfim muda
Os valores, os conceitos, os amigos
As dores, os amores, e as passadas

Já faz tempo 
Que o tempo não para
Tanto tempo faz
Que para o mundo parar
Meus sonhos tiveram de acordar