quarta-feira, 7 de março de 2018

20 anos depois


1998. Formatura da turma de Administração de Empresas - FIO - Ourinhos-SP.
2018. Formatura da turma de Teologia - PUC - Uberlândia-MG.

Uma das palavras de otimismo que mais recebemos nesses momentos é, sem dúvida, "sucesso". Ela vem carregada de muitos significados, na maioria, o desejo de uma carreira brilhante, financeiramente rentável e de reconhecimento a qual nos traga também a tão desejada felicidade. E tudo isso não é apenas válido mas muito bom para o ouvido e para a alma. 

Hoje, reconheço meu sucesso diante das pessoas que se tornaram próximas e amigas bem como as que se tornaram distantes e até aos desafetos. Sucesso, sem demagogia, é ter histórias, é ser memória na vida dos que você ama. Sucesso é ter amizade e pessoas que são verdadeiramente recíprocas com você. 

Talvez, esse não seja o sucesso etiquetado nas vitrines e estipulado pela sociedade, tampouco o que as pessoas esperam e exigem de você. Mas e daí? O que importa? Cada um sabe o que é melhor pra si. E nem tudo o que os outros gostam e fazem é agradável para mim. Então, que se dane! 

Quando optei por fazer Administração eu já havia tentado por duas ou três vezes ingressar na faculdade de Direito. Que bom que não deu. O tempo me provou com tantos frutos que colhi nessa travessia que foi uma ótima jornada e apenas isso já me enche o coração de orgulho. Na verdade, foi uma escolha de alternativa única. Era o que se tinha para fazer e o que dava para se fazer. Por vezes pensei em mudar de curso e até desistir mas acabei resistindo até o final. Minha mãe e minha avó Iolanda foram vozes insistentes para que eu não parasse no meio do caminho.

Não posso deixar de expressar um desejo eterno de ingressar em outras áreas do conhecimento que, desde a adolescência, sempre estiveram bem guardados no coração, letras e literatura e até psicologia. Quem sabe um dia?

Quando optei por fazer Teologia, eu realmente escolhi conscientemente. Foi mais prazeroso. Já não tinha a obrigação de apenas concluir a faculdade e obter um diploma. Entrei para "aprender mais". O desejo de conhecimento, de entender e compreender melhor as coisas, de trilhar novos caminhos do saber são alguns pontos dessa jornada que durou quatro anos e meio.  

Vinte anos se passaram entre um formatura e outra e uma das coisas que nunca deixei apagar é o sonho, ou melhor, o ato de sonhar sempre. Sonhar é preciso para que haja esperança de dias melhores, para que possamos acreditar numa vitória, por mais incerta que seja. Sonhar é para os fortes, uma vez que, até isso, o mundo tenta nos tirar. 

Hoje, posso dizer que vejo e sinto o meu sucesso no brilho dos olhos das pessoas que eu amo e estão presentes em minha vida. Quando elevo meu pensamento aos que já partiram dessa vida, sinto que cada esforço valeu a pena. Quando reflito também sobre os que se ausentaram e sumiram, só compreendo que nunca estiveram presentes de verdade. "É a vida, é bonita e é bonita!"