quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Felicidade não se possui - parte I


O ano era 1998. Exatamente 20 de agosto de 1998. Próximo de completar meus 22 anos de idade, ainda na cidade de Piraju, interior de São Paulo, recém formado em Administração de Empresas e com  exatamente 8 anos na farmácia da minha querida amiga e grande irmã da vida, Heloise, a qual compartilhamos muitas experiências, situações adversas entre alegrias, frustrações, superações, apoio incondicional e parceria de alma. Nossa amizade está para além de lindas palavras. 

Nesse tempo, participava ativamente em várias instâncias da Pastoral da Juventude, como coordenador de grupo de base, representante paroquial junto à Diocese de Ourinhos e membro da Comissão Diocesana da PJ. No ano de 2000 me mudaria para a capital paulista. Uma viagem inesquecível, numa noite fria, em cima de um caminhão lotado de mudança e olhando para o céu estrelado. Mas essa é outra história. 

A data mencionada, 20/08/98, é para trazer à memória um poema que foi musicado. Talvez, mais interessante que o próprio teor da mensagem da música, é lembrar que a inspiração se deu a partir de um bate papo entre amigos. Ah, a importância das amizades em nossa vida é algo indescritível. Sendo assim, faço questão de trazer a letra e a menção inicial sobre a criação da mesma. No final, estará o link aqui no blog, desse poema musicado.

"Felicidade, onde estás?"

Desde que ouvi falar
Dessa tal felicidade
Sai em sua busca
Com toda liberdade

Voei no mais alto dos céus
Percorri vários caminhos
Cruzei mares e oceanos
Mas sempre voltei sozinho

Cantei, rezei e até chorei
Pedi pra Deus manda-la enfim
Mas somente não a encontrei
Porque jamais olhei pra mim


“...Numa conversa entre amigos, sobre a ‘felicidade’, como a conquistar, o que ela seria e representava, a conclusão foi de que nunca damos conta do que habita em nós, sempre buscamos o que não temos e não valorizamos o que temos...” - Ailton Domingues de Oliveira - 20/08/98


Fiz questão de trazer esse escrito para compor alguns pensamentos atuais. A questão é a felicidade, sobre a felicidade, a busca, as fórmulas prontas, o caminho, a idealização e a realidade. A busca pelo "ser feliz" é algo que está além das receitas místicas, triviais, colossais, internéticas, midiáticas, espiritualísticas, mediúnicas, das ciências divinas ocultas do sarapatel milagroso do capim santo e profano... Amém! 

Brincadeiras sérias à parte, faço questão de mencionar uma música que pode muito nos ajudar a refletir sobre a questão da busca pela felicidade. Busca essa que pode muito bem estar sendo mal direcionada. Milton Nascimento, com muita luz, trouxe na canção "Caçador de mim", algo que pode consolidar nosso pensamento acerca da travessia, das lutas, da busca pela felicidade, que muito bem pode ser entendida como a busca pelo próprio eu.

Encerro aqui a primeira parte desse escrito com o link da música "Caçador de Mim" de Milton Nascimento. E na segunda parte, a continuidade pela busca da felicidade numa perspectiva mais crítica e olhares para as ciências e em especial para a essência.