quarta-feira, 30 de julho de 2014

Atos último


Me despeço assim, da estação, prestes a embarcar em outra direção, qualquer direção. Sentidos sem sentidos. Emoções sem razões. Razões sem verdades. Verdades maquiadas, sublimadas, sub-julgadas por interesses desinteressados... Frios, egoístas, calculistas...

Sempre haverá dois mundos. Céu e inferno, terra e mar, fogo e água. Razões e emoções, mocinhos e bandidos... E, entre estes, haverá mocinhos de corações duros e bandidos de corações puros... O avesso dos avessos. O côncavo sem o convexo.

Em busca de um encontro, talvez não aqui, não agora... parto. A espera de um fato, um ato, uma cena, tão única que seja, parto. Mas, que de tão única, que seja, infinita será em sua trajetória. Eterna em sua mística e temporal na memória. Banal para os olhares e perdida na história.

Equilibro-me numa corda que atravessa mundos. Ando numa trilha de mata fechada e profunda. Percorro no escuro o caminho seguro da saída inexistentes. Tão demente, tão crente, talvez frustrado ou carente, busco no olhar de toda gente o que ainda não vi, não parti, não sorri...


Aonde o amor pulsar haverá dor, ferida, partida, ilusão e decepção. Restará então, se o pilar for seguro, o sentimento mais puro a superar a razão. Sem o tempo, com o tempo, só no tempo que escorrer, se o amor fez doer, se real o for, poderá liquidar a dor, a trazer de volta, sob asas, a brisa mais pura vinda do coração.