quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Duas histórias


Bom dia!

Essa semana com certeza está sendo diferente. Não sei se posso dizer que a vida está querendo nos dar uma lição ou se é uma conspiração do universo pra que a gente acolha a quem precisa ou, quem sabe ainda, seja Deus querendo mostrar as coisas além do nosso mundinho. Enfim, só sei que algo está se movimentando para que a gente saia da nossa COMODIDADE e vá ao encontro de uma REALIDADE que sempre passa DESPERCEBIDA: a realidade do próximo que com certeza nos dá um choque em nossa própria realidade.

No início da semana tomamos conhecimento da história do Natan, um menino de 7 anos que tem leucemia. Ele mora com a mãe e os outros dois irmãos no bairro Tocantins (Antiga 40 - Nº 252). Em 24 horas conseguimos movimentar amigos e conhecidos e arrecadar uma quantia em dinheiro e várias outras coisas. Muita gente ajudou de forma anônima e várias pessoas estão visitando aos poucos e além da ajuda material estão levando um abraço solidário ou simplesmente um par de ouvidos, um ombro amigo.

Ontem, 27/02, uma outra história praticamente veio bater à nossa porta. Dona Francisca, 70 anos, também moradora do bairro Tocantins (antiga 26 - Nº 115), aposentada, cuida de 3 netinhos. Sua filha, a mãe das crianças, morreu. O pai abandonou. Um de seus netinhos passou por uma cirurgia na garganta e por algum motivo (ou erro) só consegue ingerir líquidos. Ele passará por outra cirurgia para tentar corrigir a primeira. A vózinha, D. Francisca, também está aguardando uma cirurgia para retirada de pedras na vesícula. Atualmente ela mora de aluguel no endereço citado acima. Não bastasse toda a dificuldade, sem leitura e sem conhecimento, "alguém" conseguiu fazer um empréstimo consignado em seu nome e ela e seus netos agora sobrevivem com o que tem sobrado de sua aposentadoria: uns R$ 300,00 apenas. Por falta de leite, o netinho que passou pela cirurgia, estava indo pra escola apenas com ÁGUA e CHOCOLATE...

Estivemos lá ontem fazendo uma visita e levando leite e outras coisinhas para as crianças. Novamente o que mais falta, além do básico para a sobrevivência digna, é aquela presença, aquele ombro, aquele par de ouvidos. Casos como esses existem aos milhares ao nosso redor mas a nossa correria muitas vezes não nos permite prestar a devida atenção. Digo isso por mim mesmo. Cada um em sua realidade, com suas dificuldades e limites, também pode fazer a algo. E que não seja aquela "caridade apenas para aplacar o nosso ego" mas aquele abraço solidário e silencioso que faz toda a diferença na vida de tantos Natan's e tantas Donas Franciscas.

PS: Por favor, repassem para os seus amigos e conhecidos.