quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Cenas do cotidiano: os dois amiguinhos de patas

 
* Os dois cachorrinhos na foto são Mel e Tufão. Eles foram 
encontrados numa calçada numa noite de muito frio. 
Trouxemos os bebês para passar apenas uma noite 
ou até que encontrássemos um novo lar. Isso foi 
em 2012. Mel ainda está conosco, faz parte da 
nossa família, bem como o Tufão e o Kinzé, 
o nosso primeiro cachorrinho. Porém, 
Tufão já não está entre nós, apenas 
eternizado na lembrança.


Acredito que não conseguirei transmitir toda a emoção que meus olhos presenciaram mas pelo menos vou registrar essa cena maravilhosa que marcou e quebrou toda a rotina daquele meu dia. Fim de tarde, eu estava caminhando por uma avenida do bairro e ao olhar para o outro lado da rua avistei dois cachorros grandes entrando num terreno através de um buraco na cerca de tela. O terreno repleto de grama e terra tinha pelo menos dois montes de areia nas extremidades opostas. Havia também alguns pedaços de madeira e outros materiais espalhados no local. Apenas um container fixado no chão indicava que ali seria uma empresa. E nesse grande espaço estavam lá os dois cachorros. Daí por diante só admiração e alegria tanto dos amiguinhos quanto minha. Eles corriam de um lado para o outro como se estivessem brincando de pega-pega. Enquanto um mergulhava no monte de areia o outro rolava pela grama. Ora um escondia atrás de um pequeno monte de terra, o outro latia como se quisesse avisar que já tinha avistado o amigo. E quando se aproximavam ambos se mordiam e rolavam numa incrível luta de amizade e carinho. Passado algum tempo eles saíram pelo mesmo buraco que entraram. Atravessaram a avenida um ao lado do outro e seguiram com seu passeio. Realmente uma cena inesquecível, que não se descreve com palavras mas mesmo assim fiz questão de partilhar. Num contraposto com os dias de hoje, só percebo o quanto podemos aprender com os animais. Há tantos humanos que denigrem a raça. Ser humano nem sempre é sinônimo de amizade, lealdade, carinho e amor. O mundo está voltado para os lucros e o poder a qualquer custo e, se for preciso, ao custo de qualquer vida. Quem dera um mundo em que os animais ensinassem e os humanos aprendessem na prática.