terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Sobre o tempo e sobre a morte


Nada abala de forma tão profunda como a morte repentina, desavisada e trágica que retira de cena seus protagonistas antes do fim do espetáculo. Sim, a peça da vida tem que continuar e a única certeza é a de que nada será como antes. O silêncio continuará dando voz ao papel que segue sem substituto. E esse vazio será notado, sentido, vivido, celebrado, eternizando quem antes sonhou e viveu, ou se desnudou em pensamentos para o mundo. As engrenagens se ajustam à medida que o tempo avança. Os móveis serão reorganizados em cada cenário, e mesmo assim, a presença continuará forte. E aí compreenderemos que a matéria se finda mas a memória se eterniza.