quarta-feira, 28 de junho de 2023

Sol da primavera



(...) 
e, então, sigo para qualquer canto
onde o sol possa secar meu pranto
no deserto do silêncio aprisionado
o brilho da lua se torna solo sagrado
tocam minhas faces ventos de oração
enquanto o som da brisa se torna canção
é a saudade de quem já partiu
trazendo-me afagos do amor que sempre existiu
a dor que não se vê 
nas entrelinhas que não se lê
gritam-me os demônios de outrora
fazendo doer minha alma no agora
névoas que dificultam a travessia
sem luz, sem destino, em cada passo do meu dia
viajante do meu tempo
vagueando pelo sentimento
em busca do sentido
que ainda há de ser vivido
deixando pelo caminho
lembranças de dias sozinho
rascunhos de sonhos, desejos e espera
em tempos de sangue, suor e guerra
das dores de um passado recente
lembranças e cicatrizes ainda se fazem presentes
em dias de invernos sentimentos entre céu e terra
sigo noite adentro à espreita do sol da primavera