terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Eu e o Tempo


Não é mais o tempo futuro 
Nem tampouco o passado
Esperança descrita num talvez
Sonhos de outrora deixados
A espera tornou os dias duros
E a ausência nunca se desfez

Sem promessas para o amanhã
Sem discursos no fim do ciclo
Sem lamentos sobre o inatingido
Hei de continuar no meu divã
À luz de um silêncio irrestrito
E subentenderei o que não foi dito

Desejos de um tempo de paz
De um olheiro de pensamento orante
Em busca da resposta dos dias
Eterno amor que não se desfaz
Na alma e na oração pensante
Que de tão vivo virou poesia 

Nada muda, tudo muda
O invisível, assim continua
Em laços que no tempo se dissolvem
A esperança é uma velha surda
A espera é uma dádiva da lua
Mas, não é o tempo, é o homem...