terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Assim dizia o doutor que endeusava-se:




"Bom mesmo é não se envolver,
Não ter bandeira, não ter time
Não ter nação, não fazer parte do povão
Não sentir fome, nem ter religião
Bom mesmo é viajar, sem se preocupar
Bom mesmo é esbanjar,
E 'phoda-se' quem não tiver nem o que comer
Sou mais terno e gravata
E as 'personas' não gratas,
Em farrapas que perambulam
Não são gente,
Muito menos problema meu
É do governo, do político
Da religião, de qualquer cidadão
Menos eu, doutô, conhecedô de outros mundos
Entendido, instruído, em bom berço nascido
Sou abençoado, ungido, pois sou rico
E o povo 'phodido',
Que quando rouba pra comer
Vai preso como bandido,
E como bandido deve pagar o preço
Eu, daqui, só recebo o que mereço
Sou bom, muito bom, obrigado
Sou doutor de minhas verdades
Sou senhor de minhas vontades
Dou esmola por caridade's
Vivo, esbanjo, sem piedade!
E que se lasque os filhos da humanidade...!
Eu, comigo, por mim
 mesmo!!!"