quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Esses caras não aprendem!


As passagens bíblicas que mais me aguçam o pensamento, com certeza, são as que Jesus sempre quebra o protocolo em prol de quem precisa, sem se importar se ferirá as regras do sistema. Burlar a lei, mesmo que em prol da vida, era algo considerado como blasfêmia, ou seja, totalmente proibido e passível de punição. Claro, que, conforme relatam as escrituras, um dia conseguiram, enfim, prendê-lo. Foi acusado de agitador, blasfemo, herege por descumprir as normas. Sentenciado e morto, seus ensinamentos, sua conduta, sua vida em si, ecoam até os nossos dias e ainda causam uma verdadeira revolução.

Um santo, revolucionário, questionador nato, uma voz que se fazia ser ouvida e respeitada. Isso sim! É cômico imaginar a cara dos sentenciadores, os mestres da lei, quando, diante de cada questionamento por eles feito, Jesus dava uma prova viva de que o amor, a vida e a dignidade humana estavam acima de qualquer norma social. Seria aquele momento vago em que os indivíduos se entreolhavam e sem dizer nada apenas pensavam: "Ih! Lascou geral! O cara nos pegou de jeito!" Tamanha sua sabedoria, não poupava palavras nem gestos para dizer as verdades necessárias, independente da "patente" de quem lhe questionava.

Jesus perdoou o pecado do paralítico quando colocaram-no em sua presença pelo telhado. Ele se admira com tamanha fé. Porém, o espanto dos mestres da lei foi simplesmente inquisidor no íntimo de seus corações. Consideraram aquelo ato de Jesus, que perdoa os pecados de quem Lhe procura, como blasfêmia. Deviam pensar: "Quem esse cara pensa que é? Chega-chegando, fazendo e acontecendo, expulsa demônio e nos dá lição de moral?!" Jesus, ciente de tais pensamentos ordena ao paralítico que se levante e saia carregando sua cama (Marcos 2,1-12).

O Nazareno agitador fora questionado por que somente os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando, enquanto os seus não o faziam. Noutro momento também o questionaram por que seus discípulos arrancavam espigas enquanto caminhavam por um campo de trigo, em dia de sábado (Marcos 2,18-28). Novamente, os fariseus e os partidários de Herodes falavam entre si por que Jesus realizava tais curas, descumprindo assim as leis sagradas. Nesse evento Jesus cura o homem da mão seca também em dia de sábado. A conspiração contra Ele crescia e já tramavam sua morte (Marcos 3,1-6).

Bom, e se eu te disser que essa inquisição hipócrita ainda existe? Não vou enveredar pelo caminho das religiões, pois cada uma tem as suas "santas e inquisidoras regras". Também não quero me entranhar nas quase 3000 páginas do Catecismo da Igreja Católica (CIC) para discutir "regras". E nem que eu fosse formado em Direito Canônico também não me valeria disso para enfatizar as discussões. Na verdade, creio, que o CIC é um instrumento para nortear as pessoas e suas comunidades, levando sempre em conta o local, a cultura e principalmente a diversidade. O engraçado é que alguns falastrões usam de seu "rigoroso conhecimento" para impor como leis, e o que seria objeto de comunhão passa a ser instrumento de sentenciamento e exclusão. E viva a santa inquisição! E viva a selvageria da idade média presente na cabeça dos patetas do poder! E viva o urubu de Cuiabá, o RPM, o batman, Paulo Ricardo! Viva também o matemático esmilingüido e seus adeptos aquinóides, aquele que como escritor, pregador e estrelinha seria um professor mediano! 

De mais a mais, guardo apenas uma frase que está acima de qualquer guarnição da ala carismática católica e seus pregadores de blá-blá-blá que adoram show e palco, microfones e holofotes: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado", por um certo Moreno de Nazaré. 

Outro detalhe importante: atentem-se porque Francisco é o cara que veio pra revolucionar essa bagaça! "Uai, não sei como foi que aconteceu, só sei que foi assim!" Chupa essa manga! 

Esses caras não aprendem, né Chico!?