O pássaro e a solidão
Por
onde passas com tuas asas
Por
sob o céu, por sobre brasas
Ao
teu alcance o infinito
Na
imensa finitude o mais bonito
És
de longe a esperança
És
de perto a real mudança
Foges para cima, escancaras a imensidão
Voas para ti, para o além da solidão
O
pássaro da solidão
Que
persegue a imensidão
No
calor do deserto a razão
Desbravado
e perseguidor
Não
perturba a tua dor
O
vazio que angustia
É
o reflexo da ousadia
Sua
sombra está bem perto
Voa
para si, ao céu aberto
O
pássaro é a solidão
Avoa
em busca afugentado
Procurando
angustiado
Quer
espantar o que lhe dói
É
invisível a causa que lhe corrói
Sai
do bando e sem rumo
O
silêncio é o seu companheiro oportuno
Nada
vê no horizonte
A
esperança, talvez, por trás dos montes
O
pássaro solitário
Viajante
do céu sem fim
Tudo
vê mas não enxerga a si
Mesmo
em bando ou sozinho
Já
não é mais um passarinho
Sabe bem o seu destino
Voar,
caçar sem desatino
A
fonte e as respostas encontrar
Curar a dor, a solidão e para o céu voltar
Curar a dor, a solidão e para o céu voltar