segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Rio e Céus

E pra quando se for
Tudo se for
Eu me for...
Como serão os reencontros?
Como será o saudoso abraço?
Sentir aquele cheiro único
Me esperando no terraço?
A casinha da minha infância
Estará em algum lugar?
Aquela terra onde eu fui criança, 
Fiz arte e extravagância
Sem perder a esperança
Será que então poderei pisar?
Saberei andar, falar e ver?
Poderei sentir, ouvir e correr?
Haverá casas, pessoas e ruas?
Haverá tardes e noites de lua?
Sentirei o vento refrescando o dia?
Nas manhãs farei poesia?
Será que o Rio correrá para o mar?
Será que o mar se perderá na imensidão?
Sentirei suas águas a me banhar?
Ou será que o Rio se findará no sertão?
Serei pequeno ou gente grande?
Não importa, nem por onde eu ande
Na verdade, quero apenas percorrer
Subir, descer, correr e ser
Banhar, molhar, irrigar e nascer
Quero ser travessia
Alegria sem véu
Que leva vida e utopia
E em dias de calor, chuva ou frio
Onde o vento não bate os Céus
Eu, apenas, quero ser Rio...