sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Desestocando as inutilidades


Nos dias em que o silêncio é ombro amigo
E o pesar das prioridades se revela fútil
O desamarrar da imortalizada inutilidade
Torna-se pauta única em tempo de libertação
Nem estações, nem dias
Nem pedras, nem flores
Nem nuvens, nem estrelas
Nem chuva, nem vento
Nada é igual, nada se guarda, tudo muda
O momento se eterniza é no coração
E os corações não são iguais
E cada um estoca o que lhe é bem necessário
Na listagem das inutilidades incluem fantasmas
Que teimam estarem mais vivos do que eu
A ressignificância dos passos e da visão
É o que me trará novo alento ao coração
Se em novas páginas não se pintam esquecitudes
Sejam de fatos saudosos do que nunca se viveu
Com quem já se enterrou na vida de adeus
Sejam de pessoas desimportantes que partiram
Sem mesmo nunca terem estado
Parentes e amigos, ou mesmo desconhecidos,
Não passam de meros títulos
O que se vive e se sente dispensam diplomas
Nos aproxima das coisas boas
E nos afasta do que nunca foi...
Desestocar-se das inutilidades 
É livrar-se de excessivos fardos:
Materiais, (in)conscientes ou fantasmas...