quinta-feira, 18 de abril de 2024

Cartas - Do caos à borboleta III


O caos não tem mais ar
Suga-me das entranhas
Sou engrenagem de sistema
Não vejo sol
Não tenho brilho
Não ouso com a lua
O frio me apetece
Porque me obriga superar
Não espero menos 
Do que a dor da desilusão
Caos de deserto
Caos de solidão
Caos de sentimentos
Caos de um vazio gritante
No deserto do meu ser
Em que vago sem limites
Divago sem pudor
Me apetece minha dor
É nela que me reencontro
Num vazio
Tardio
De frio
Da alma