quinta-feira, 4 de abril de 2024

Minhas 3 idades e outras loucuras necessárias



Elas se misturam, se conflitam, se desentendem e por vezes misturam seus lugares. Apresentam-se em horas impróprias mas, há um Q que justifica essas lambanças etárias: sobrevivência. Não dá pra dizer o que é mais loucura num mundo tão disforme, tão distópico, tão sem razão que justifique as emoções e vice-versa. Sendo assim, é necessário sempre ter na manga da alma, a roupagem etária diante das situações cotidianas. 

Penso, e acredito nisso, que tenho (ou "temos", para quem quiser seguir esse raciocínio) pelo menos três idades em meu ser. E, são tão necessários quanto certos protocolos que precisamos seguir para determinados ambientes que frequentamos.

A idade biológica, que é a nossa idade de fato, a contar do dia do nosso nascimento, que é devidamente registrado em cartório. É a idade que nos apresentamos, que seguimos os protocolos e sendo assim, havemos de nos comportar conforme a etiqueta exige.

A idade social, que por muitas vezes justificamos nossas opções de estar ou não em determinados lugares, evitando aglomerações, confusões, bagunças, e damos preferência a um canto silencioso, uma poltrona, boas companhias, ou mesmo a solidão. Preferimos assim ficar em casa do que caçar uma balada qualquer. Independente da idade biológica, todos tem um pouquinho da social. Uns mais, outros menos. Quem não teve, fique calmo. Ainda chega lá!

A idade mental, que se caracteriza pela eterna criança e adolescente que habita o meu ser. A espontaneidade, a criatividade, o sonho, a vontade e a gana por mais, por mais além do que se vê e do que se pede. A alegria contagiante em meio a dificuldades. O encarar, mesmo com medo e receio, as barreiras e as fronteiras. Porém, nunca sem a devida responsabilidade. 

E assim, vou costurando meu tempo com as linhas mestras das idades que tenho. Não como justificativa para a travessia, mas como necessidade básica de sobreviver frente as adversidades e viver com ênfase e êxtase as oportunidades que a vida me dá. Se necessário, levar sua criança para um encontro ou reunião, por que não? Quebrar o protocolo, desviar o padrão, por vezes é necessário, pois cada ser é único, bem como suas vontades, desejos, sonhos, e vida. Permear entre suas capacidades, vontades, necessidades e potências é algo que somente eu, somente você, pode fazer por si. Resgate a criança, permita o descanso, abuse com moderação. 

Somos todas as estações numa só, todos os dias de nossa vida.