quinta-feira, 18 de abril de 2024

Cartas - Do caos à borboleta VIII



Toda vida tem seus riscos
Toda brisa esconde o infinito
Rastejar e se ancorar
Romper-me do casulo
Criar asas e voar
Nada pode ser mais duro
Que o mundo que te espera
Por anos, por dias, por segundos
Mas é preciso arriscar
A vida não acontece 
No recôndito de um esconderijo
Nem na prisão de um pensamento
Ela se tece, se aventura
Se doa, se vive
A metamorfose é o processo
De que passamos a cada dia
Caos é a dor
A borboleta sua libertação
É preciso uma retratação
Uma reconciliação com o equilíbrio
Entrelaces e conexões
Expurgos e inclusões
O milagre acontece
No passo, no abraço
No voo, 
Mesmo nas incertezas mais cruéis
Com a presença incansável da solidão
É preciso um espelho d'água
Refletindo a imagem imediata
Tão certa quanto a correnteza que arrasta
Que tudo é passagem
Só resta saber, 
Se queremos a falsa miragem
Ou as dores da liberdade do viver