sexta-feira, 22 de março de 2013

Sabedoria e Títulos


Dispenso as regras engessadas que por vezes alienam os que dela se fazem reféns sem a devida interpretação. Particularmente, prefiro as artes: que dispensam comentários, pois se fosse necessária a explicação partiria para um discurso; que permitem até os que não tem a cultura diplomada apreciá-la tal como é, tal como podem fazer, tal como são em sua essência, cultos por origem.


Meu avô, caso ainda morasse nessa terra, diante de sua sabedoria que não veio das cadeiras escolares, quiçá das universitárias, quando se foi já conseguia escrever seu nome por inteiro. Era ímpar a inteligência que um homem "não letrado", mas culto em seu saber, carregava em si ao longo de sua existência. Era portador de uma sabedoria regada de simplicidade e humildade, itens mais que suficientes, os quais que lhe dava a razão necessária para administrar sua casa e os seus. Dispensado dos diplomas e títulos, tenho certeza, teria a palavra certa... Pena, não está mais aqui!

As regras copiadas aqui, frutos de estudos, de nada servem aos que não tem tanta cultura, tal como dito por outros. Cultura, sabedoria e inteligência podem se complementar tanto quanto percorrer caminhos paralelamente tênues. Eis o cuidado que os letrados devem tomar! Ou, na verdade até servem, mas só para expor que sabes procurar a razão das leis diante de cada assunto. Meio arrogante, eu creio!

Existem mais doutores, talvez até colegas na profissão que com certeza riem do exibicionismo. Ganha-se, nada mais nada menos que, um auto-elogio - de si para si - tal como "Narciso" diante do espelho. Dispenso ler enciclopédias também. Elas servem para pesquisa, seja a Barsa, seja o Google. Tudo hoje é Ctrl+C e Ctrl+V. Os alunos contemporâneos que o digam! Humildade e sabedoria são mais parceiras e a inteligência é fator que agrega às pessoas que têm valores e não é determinante para classificar os que são cultos e os que não são!

Prefiro nomes, autores de culturas que não vem alicerçadas em regras e palavras feitas, que não dispensam suas origens mas que abrem mão de seus títulos, que não riem nem menosprezam os que trilham caminhos diversos. Prefiro errar na escrita mas acertar na essência do pensamento. Prefiro parecer um "sem letras" a desforrar arrogância diante do que aprendi nos laboratórios da vida e suas universidades. Prefiro nomes como "Sarapiá", ilustre ser que já ganhou tempo e dedicação de artistas, virou crônica, virou retrato e que gostava mesmo era de ser chamado de Durvalino... Dr Durvalino é merecido! Nem melhor, nem pior, apenas diferente...